quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Famílias

As famílias não são, a maior parte das vezes, como gostaríamos que fossem, principalmente as nossas. Por muito que nos matemos a tentar fazer com que as pessoas da nossa família sejam, vivam, pensem, de acordo com as nossa expectativas, elas saem sempre goradas, há sempre uma prima que não está de acordo com aquilo que pensamos que ela poderia ser, há sempre um tio que se engana no nosso nome, há sempre um avô que gosta mais do nosso irmão do que nós. Nunca acertamos nas nossas famílias, é mais que certo.


Fundamentalmente porque as famílias são constituídas por pessoas e não por estereótipos daquilo que julgamos ser melhor e isso é uma realidade com a qual nos custa conviver. Por isso lá vamos escolhendo as nossas famílias fora dos laços de sangue, constituindo, muitas vezes, famílias paralelas, escolhidas por nós, onde cada elemento está de acordo com aquilo que julgamos mais acertado. São famílias emprestadas, falsas, mas com as quais nos sentimos bem. No fundo uma família mais não é que um conjunto de pessoas com quem partilhamos momentos, histórias, carinhos, mesmos que o sangue seja muito diferente, mesmo que as afinidades tenham nascido, apenas, dum convívio que nos foi abrindo as portas dessas pessoas que, afinal, passaram a constituir a família que sempre desejámos. Normalmente chamamos-lhes amigos e assim deve ser, uma boa família deve ser constituída por amigos, de sangue ou de outra coisa qualquer.

Como esta.

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