quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Memórias com leite quente


Lembro-me daquelas tardes frias de Invernos felizes, quando me sentava à mesa da sua cozinha, cuja pedra exibia, sempre, uma brancura imaculada.
Lembro-me da sua voz quente e doce, com um leve sotaque da Beira Baixa, que sempre me fascinou. Os seus olhos muito azuis reflectiam-se nos meus, que sorriam por a ter ali.
Então chegava aquele enorme pão com um queijo beirão que me sabia tão bem e uma caneca de leite quente, que servia como tónico para o que restava do dia.
A noite já não tardava, o dia ia chegando ao seu fim, mas nada disso era desanimador, pelo contrário, eu estava seguríssimo que no dia seguinte a cena se iria repetir e que se repetiria para sempre.
Feliz é a doce ignorância infantil…

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