domingo, 25 de outubro de 2009

Um cigarro na noite


Fazia frio nessa noite. Mesmo assim saiu em mangas de camisa e sentou-se no degrau mais próximo.
Deixou que o frio entrasse de mansinho por entre as frestas da sua camisa. Fechou os olhos e gozou um breve arrepio.
Olhou o céu e viu-o estrelado. A lua estava cheia. Um corvo tapou-a por instantes. Grasnou alto. Uma gargalhada pensou ele sorrindo.
As folhas das árvores que o circundavam murmuravam histórias inconfessáveis, daquelas que poderiam assustar os mais incautos.
Ele tentou escutá-las com a atenção devida.
Quando se sentiu preparado tirou o cigarro do bolso da camisa, acendeu-o e sacou uma passa longa e lenta.
À medida que o fumo ia saindo da sua boca encheu-se de novas vontades e por ali ficou sorrindo à lua e deixando que o frio lhe aquecesse a alma.
Pelo menos até que o cigarro se extinguisse…

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