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As portas abrem-se e o vento sacode-lhe os cabelos.
De olhos fechados dá os primeiros passos. Pé ante pé, tacteando o ar que se vai afastando à sua frente, descobre que na escuridão propositada o mundo lhe parece mais claro. Só quem nunca se viu por dentro pode ignorar a beleza dos sons, dos cheiros, das suas texturas, cambiantes, densidades e dimensões.
Percorre assim os minutos que lhe vão sucedendo. No seu isolamento percebe a multidão que se aproxima mas não o atormenta, sabe que no segundo seguinte outra onda de contentamento lhe percorrerá todo o corpo.
Não é êxtase, é apenas a sabedoria de ser assim, de se conhecer assim, de se querer assim. De olhos fechados, mas vendo para além…
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