segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Punk is not dead?
Passaram ontem 30 anos sobre a edição do primeiro disco dos Sex Pistols, Never Mind the Bollocks - Here's The Sex Pistols, o que fez com que o Punk, sobretudo na sua vertente musical, viesse de novo à baila. Se bem que fossem uma das faces mais visíveis do movimento punk, não foram, certamente, os seus elementos mais marcantes e significativos.
Como foi evidente ao longo dos últimos 40/45 anos do passado século, os jovens "gostavam" de se unir em bandos, em correntes alternativas, que, de alguma forma, mostrassem rebeldia e marcassem alguma diferença perante as gerações anteriores que, por norma, queriam chocar. Foi assim com os beatnicks, com os hippies e com os punks.
Diz-se que o movimento punk, enquanto corrente alternativa de modos de viver, surgiu nos Estados Unidos no virar da década de 60 para a de 70. Chega a referir-se Andy Warhol e a sua Factory como responsáveis pelo seu nascimento. O que é facto é que, em meados de 70, os Ramones, grupo emblemático deste movimento, já eram famosos pela sua rebeldia e, sobretudo pela sua capacidade de fazerem música dura, imediata, sem grandes recortes melódicos ou técnicos, mas que agradava aquela franja de jovens que não se revia nas modas musicais que balançavam entre o rock mais trabalhado e a música de dança que se fazia na altura o, não menos famoso, disco sound.
Em Inglaterra o punk surgiria muito por culpa de Malcolm McLaren e Vivienne Westwood, que revolucionaram a forma de vestir de alguma juventude sequiosa de mudança. É Mclaren quem "forma" os Pistols, lhes dá nome e os lança como a primeira grande banda do punk inglês. Foram, de facto, uma bandeira mas não foram, definitivamente, a banda que mudou a música que se fazia. Outras tiveram aí um papel muito mais relevante. Os Clash, por exemplo, que tinham componentes verdadeiramente revolucionárias tanto na música como nas letras, ou os Stranglers que se viriam a revelar como uma das bandas que originaram o movimento new wave, que veio logo a seguir e que nunca cortaram em definitivo com o "sinfonismo" que vinha do rock progressivo, já que mantiveram uma maior componente melódica nas suas músicas, até pela inclusão de orgão, o que era uma verdadeira "heresia" junto dos chamados punks "autênticos".
De qualquer forma os Pistols são, ainda hoje, quando se vão voltar a reunir, referência primordial do movimento musical punk. O seu segundo álbum, The Great Rock and Roll Swindle, que deu origem a um filme de Julien Temple, mítico cineasta dos primeiros vídeo clips musicais, foi como uma compilação de sons, modas e atitudes que várias pessoas, estas sim os reais promotores deste movimento, quiseram fazer sobressair, dando continuidade, embora fugaz, a este movimento que, ao contrário de um dos seus mais famosos slogans, punk's not dead, acabou mesmo por desaparecer rapidamente, deixando apenas memórias, alguns ícones e muita saudade em alguns punks retardatários que ainda se podem ver por aqui e por ali.
Aliás, andar de calças rotas ou de cabelo vermelho ou verde é, hoje por hoje, uma perfeita normalidade!
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