terça-feira, 27 de setembro de 2011

Bola azul


Acordou cedo naquela MADRUGADA. Espreitou pela janela e percebeu que, no meio da neblina que já se dissipava, o céu se descobria em tons de um azul inexplicável. O mar, que quase roçava a porta de sua casa, chamava-o. Foi então que reparou na enorme bola azul que, ao longe, vinha saltitando ao sabor das ondas calmas que beijavam a areia…
…quando a MANHÃ se abriu completamente saiu de casa e caminhou lentamente pelas dunas em direcção à praia. Estava deserta, alegrou-se. Uma leve brisa acompanhava-o, afastando as breves nuvens que, teimosamente, ainda se mantinham naquele azul brilhante que saía do céu. Sentou-se na areia e fixou o mar. A enorme bola azul estava agora mais próxima, saltando por sobre as vagas que lhe pareciam sorrir. Deixou-se assim ficar…
…nem se apercebeu que a TARDE despontava já. O sol ia a pino e, apesar do calor, ou por isso mesmo, a praia continuava vazia. Levantou-se e aproximou-se do mar. A enorme bola azul estava cada vez mais perto. Apesar dos saltos que dava e da água que ia explodia , não conseguia ouvir o mínimo ruído. Molhou os pés e tal frescura despertou-lhe ainda mais os sentidos que não sabia possuir…
…ao longe o sol punha-se agora. A NOITE chegava. Fechou os olhos e deitou-se na areia molhada. Continuava quente aquele dia que se aprestava a terminar. Sentiu um silvo por cima de si. Abriu os olhos, a enorme bola azul estava parada exactamente por sobre a sua cabeça. A praia continuava deserta. Levantou-se calmamente e tentou tocar-lhe. Sentiu um frémito inesperado no preciso momento em que a bola recomeçou a saltitar. Foi já sem espanto que a viu afastar-se ao longo do extenso areal.

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