quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Os corvos


Quando os corvos se aproximaram, o vento amainou e o mar tornou-se chão. Há dias que vogava sem rumo, não que se importasse muito com isso, sabia que o seu destino estava traçado e que nada, nem ninguém, o poderia alterar.
Sentia-se só, embora isso fosse comum no passar dos seus dias. No entanto, nos últimos tempos, custava-lhe mais. Apesar da sua solidão gostava de conversar e não o fazia vezes suficientes.
Quando viu os corvos sorriu. As pessoas não sabem mas os corvos são grandes conversadores. Tornaram-se amigos.
Foi por isso que, quando Vicente percebeu que tinha chegado a sua hora, foram os seus amigos corvos que conduziram a embarcação até à cidade que tinha escolhido para abraçar.

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