quarta-feira, 27 de julho de 2011
segunda-feira, 25 de julho de 2011
11º N
Quase a mergulhar nas férias, deixo aqui uma memória que, nos últimos dias, se tornou mais viva em algumas pessoas que teimam em continuar jovens, apesar de alguns espelhos insistirem, erradamente, em passar-lhes outra imagem.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
terça-feira, 19 de julho de 2011
férias...
sexta-feira, 15 de julho de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
quarta-feira, 13 de julho de 2011
frases (imper)feitas (XXVI)
Tintin, o filme
Mais um trailer e cada vez mais a certeza de que este NÃO é o nosso Tintin. Apesar de acreditar, sem reservas, que irá ser um excelente filme de aventuras.
Histórias com Música (51)
Chegou-se a mim de olhos muito vermelhos, balbuciando palavras sem nexo aparente, deixando um rasto de dúvidas atrás de si.
Eu olhei-o com um misto de surpresa e piedade.
Tinha-o conhecido há muito tempo. Éramos ainda quase crianças, corríamos muito no pequeno jardim que ficava logo à frente de nossas casas. Nessa altura podíamos sair à vontade, correr até ao jardim, atravessar a estrada sem olhar para os lados e até jogar á bola na esquina mais próxima. Porque nessa altura a rua era só nossa, nossa e de alguns outros amigos que, por vezes, vinham brincar connosco. Nessa altura o mundo estava no seu inicio e nós ansiávamos por descobri-lo todos os dias. Cada novo dia cheio de histórias por descobrir, de aventuras por começar. Era uma vida cheia, mal tínhamos tempo para dormir.
Sem repararmos o relógio avançou depressa, depressa demais. E deixamos de jogar á bola na rua, largámos as risadas fáceis de criança e lançámo-nos noutro mundo. De olhos fechados, de braços abertos. Não porque soubéssemos para onde íamos, mas porque, nessa altura, não queríamos saber de perigos, éramos infalíveis e ai de quem nos repreendesse, nunca mais o olharíamos, aliás, nunca mais o veríamos. Nessa altura éramos os reis do mundo, mesmo que este já estivesse sujo e não nos protegesse como o fazia há anos atrás.
E depois separamo-nos. Escolhemos estradas diferentes. Optamos por outras encruzilhadas e, mesmo sem o sabermos, decidimos o caminho a tomar ignorando que a porta se fechava atrás de nós.
Vejo-o agora, quando já não o via há muito tempo, quase o tinha esquecido. Vem ter comigo de braços abertos, de mãos estendidas e, juro, não me quer abraçar por ter sentido saudades minhas. Mas porque, tal como eu, ainda não perdeu a esperança de encontrá-la.
Quer agarrar-me porque já não sabe onde pode encontrar outra tábua de salvação. Alguém que lhe dê a mão e o faça recuar no tempo, até aqueles dias felizes, mesmo sabendo que não há retorno possível.
Ele quer, e eu também, fechar os olhos em sossego e partir para outra aventura, voltar para aquele sitio quando o mundo estava no seu inicio e o jardim estava logo à saída de casa. Embora, eu e ele, saibamos que depois de fecharmos os olhos apenas a dúvida restará, pelo menos para aqueles que não nos conheceram e não sabem o que fazer a dois velhos agarrados um ao outro de olhos fechados e petrificados num aparente sorriso triste.
Eu olhei-o com um misto de surpresa e piedade.
Tinha-o conhecido há muito tempo. Éramos ainda quase crianças, corríamos muito no pequeno jardim que ficava logo à frente de nossas casas. Nessa altura podíamos sair à vontade, correr até ao jardim, atravessar a estrada sem olhar para os lados e até jogar á bola na esquina mais próxima. Porque nessa altura a rua era só nossa, nossa e de alguns outros amigos que, por vezes, vinham brincar connosco. Nessa altura o mundo estava no seu inicio e nós ansiávamos por descobri-lo todos os dias. Cada novo dia cheio de histórias por descobrir, de aventuras por começar. Era uma vida cheia, mal tínhamos tempo para dormir.
Sem repararmos o relógio avançou depressa, depressa demais. E deixamos de jogar á bola na rua, largámos as risadas fáceis de criança e lançámo-nos noutro mundo. De olhos fechados, de braços abertos. Não porque soubéssemos para onde íamos, mas porque, nessa altura, não queríamos saber de perigos, éramos infalíveis e ai de quem nos repreendesse, nunca mais o olharíamos, aliás, nunca mais o veríamos. Nessa altura éramos os reis do mundo, mesmo que este já estivesse sujo e não nos protegesse como o fazia há anos atrás.
E depois separamo-nos. Escolhemos estradas diferentes. Optamos por outras encruzilhadas e, mesmo sem o sabermos, decidimos o caminho a tomar ignorando que a porta se fechava atrás de nós.
Vejo-o agora, quando já não o via há muito tempo, quase o tinha esquecido. Vem ter comigo de braços abertos, de mãos estendidas e, juro, não me quer abraçar por ter sentido saudades minhas. Mas porque, tal como eu, ainda não perdeu a esperança de encontrá-la.
Quer agarrar-me porque já não sabe onde pode encontrar outra tábua de salvação. Alguém que lhe dê a mão e o faça recuar no tempo, até aqueles dias felizes, mesmo sabendo que não há retorno possível.
Ele quer, e eu também, fechar os olhos em sossego e partir para outra aventura, voltar para aquele sitio quando o mundo estava no seu inicio e o jardim estava logo à saída de casa. Embora, eu e ele, saibamos que depois de fecharmos os olhos apenas a dúvida restará, pelo menos para aqueles que não nos conheceram e não sabem o que fazer a dois velhos agarrados um ao outro de olhos fechados e petrificados num aparente sorriso triste.
domingo, 10 de julho de 2011
Bons principios
sábado, 9 de julho de 2011
Histórias com Música (50)
Que ruído irritante, disse ele virando-se para o outro lado.
Contudo, o ruído irritante continuava a metralhar-lhe a cabeça.
Diabo de despertador, acrescentou desligando-o de imediato.
Espreguiçou-se depois, esticando cada músculo do corpo até ao seu limite.
É hoje, pensou abrindo os olhos.
Fitou demoradamente o tecto do seu quarto.
É hoje, repetiu em voz alta.
Não sabia se havia de sorrir ou de encarar aquele hoje com o mesmo temor que o vinha assolando há vários dias.
Hesitou em levantar-se, mesmo sabendo que cada minuto contava. Que o hoje a que se referira não iria esperar muito mais e que, mesmo estando consumido pelo nervoso miudinho, aquele poderia ser o dia mais importante da sua vida…
Que ruído irritante, disse ele virando-se para o outro lado.
Contudo, o ruído irritante continuava a metralhar-lhe a cabeça.
Diabo de despertador, acrescentou desligando-o de imediato.
Espreguiçou-se depois, esticando cada músculo do corpo até ao seu limite.
É hoje, pensou abrindo os olhos.
Fitou demoradamente o tecto do seu quarto.
É hoje, repetiu em voz alta.
Não sabia se havia de sorrir ou de encarar aquele hoje com o mesmo temor que o vinha assolando há vários dias.
Hesitou em levantar-se, mesmo sabendo que cada minuto contava. Que o hoje a que se referira não iria esperar muito mais e que, mesmo estando consumido pelo nervoso miudinho, aquele poderia ser o dia mais importante da sua vida…
… de repente surgiu-lhe a sensação de que já tinha vivido aquele momento. Rapidamente a afastou e sorriu, aquele iria ser o seu dia decisivo. Levantou-se rapidamente…
Que ruído irritante, disse ele virando-se para o outro lado.
Contudo, o ruído irritante continuava a metralhar-lhe a cabeça.
Diabo de despertador, acrescentou desligando-o de imediato.
Espreguiçou-se depois, esticando cada músculo do corpo até ao seu limite.
É hoje, pensou abrindo os olhos.
Fitou demoradamente o tecto do seu quarto.
É hoje, repetiu em voz alta.
Não sabia se havia de sorrir ou de encarar aquele hoje com o mesmo temor que o vinha assolando há vários dias.
Hesitou em levantar-se, mesmo sabendo que cada minuto contava. Que o hoje a que se referira não iria esperar muito mais e que, mesmo estando consumido pelo nervoso miudinho, aquele poderia ser o dia mais importante da sua vida…
… voltou a olhar o despertador, queria certificar-se que era a hora certa para se levantar. Sentia que já o tinha feito, mas continuava deitado a olhar o tecto do seu quarto…
Que ruído irritante, disse ele virando-se para o outro lado.
Contudo, o ruído irritante continuava a metralhar-lhe a cabeça.
Diabo de despertador, acrescentou desligando-o de imediato.
Espreguiçou-se depois, esticando cada músculo do corpo até ao seu limite.
É hoje, pensou abrindo os olhos.
Fitou demoradamente o tecto do seu quarto.
É hoje, repetiu em voz alta.
Não sabia se havia de sorrir ou de encarar aquele hoje com o mesmo temor que o vinha assolando há vários dias.
Hesitou em levantar-se, mesmo sabendo que cada minuto contava. Que o hoje a que se referira não iria esperar muito mais e que, mesmo estando consumido pelo nervoso miudinho, aquele poderia ser o dia mais importante da sua vida…
… pensou que, às vezes, o seu cérebro lhe pregava algumas partidas para as quais não havia resposta óbvia e parecia-lhe que agora era um desses momentos. Sentia, ou sabia, que já havia acordado há muito, mas o relógio marcava 7 horas e o despertador ainda vibrava…
Que ruído irritante, disse ele virando-se para o outro lado.
Contudo, o ruído irritante continuava a metralhar-lhe a cabeça.
Diabo de despertador, acrescentou desligando-o de imediato.
Espreguiçou-se depois, esticando cada músculo do corpo até ao seu limite.
É hoje, pensou abrindo os olhos.
Fitou demoradamente o tecto do seu quarto.
É hoje, repetiu em voz alta.
Não sabia se havia de sorrir ou de encarar aquele hoje com o mesmo temor que o vinha assolando há vários dias.
Hesitou em levantar-se, mesmo sabendo que cada minuto contava. Que o hoje a que se referira não iria esperar muito mais e que, mesmo estando consumido pelo nervoso miudinho, aquele poderia ser o dia mais importante da sua vida…
… doía-lhe a cabeça, era como se o despertador não parasse de retinir há mais de uma hora e ele não conseguisse acordar. Logo hoje que era o dia por que tanto ansiara…
Que ruído irritante, disse ele virando-se para o outro lado.
Contudo, o ruído irritante continuava a metralhar-lhe a cabeça.
Diabo de despertador, acrescentou desligando-o de imediato.
Espreguiçou-se depois, esticando cada músculo do corpo até ao seu limite.
É hoje, pensou abrindo os olhos.
Fitou demoradamente o tecto do seu quarto.
É hoje, repetiu em voz alta.
Não sabia se havia de sorrir ou de encarar aquele hoje com o mesmo temor que o vinha assolando há vários dias.
Hesitou em levantar-se, mesmo sabendo que cada minuto contava. Que o hoje a que se referira não iria esperar muito mais e que, mesmo estando consumido pelo nervoso miudinho, aquele poderia ser o dia mais importante da sua vida…
… sentiu-se cansado, muito cansado. Desligou o despertador e virou-se para o outro lado da cama. Quando voltou a adormecer não conseguiu perceber que um sorriso trocista se soltava dos seus lábios.
Contudo, o ruído irritante continuava a metralhar-lhe a cabeça.
Diabo de despertador, acrescentou desligando-o de imediato.
Espreguiçou-se depois, esticando cada músculo do corpo até ao seu limite.
É hoje, pensou abrindo os olhos.
Fitou demoradamente o tecto do seu quarto.
É hoje, repetiu em voz alta.
Não sabia se havia de sorrir ou de encarar aquele hoje com o mesmo temor que o vinha assolando há vários dias.
Hesitou em levantar-se, mesmo sabendo que cada minuto contava. Que o hoje a que se referira não iria esperar muito mais e que, mesmo estando consumido pelo nervoso miudinho, aquele poderia ser o dia mais importante da sua vida…
Que ruído irritante, disse ele virando-se para o outro lado.
Contudo, o ruído irritante continuava a metralhar-lhe a cabeça.
Diabo de despertador, acrescentou desligando-o de imediato.
Espreguiçou-se depois, esticando cada músculo do corpo até ao seu limite.
É hoje, pensou abrindo os olhos.
Fitou demoradamente o tecto do seu quarto.
É hoje, repetiu em voz alta.
Não sabia se havia de sorrir ou de encarar aquele hoje com o mesmo temor que o vinha assolando há vários dias.
Hesitou em levantar-se, mesmo sabendo que cada minuto contava. Que o hoje a que se referira não iria esperar muito mais e que, mesmo estando consumido pelo nervoso miudinho, aquele poderia ser o dia mais importante da sua vida…
… de repente surgiu-lhe a sensação de que já tinha vivido aquele momento. Rapidamente a afastou e sorriu, aquele iria ser o seu dia decisivo. Levantou-se rapidamente…
Que ruído irritante, disse ele virando-se para o outro lado.
Contudo, o ruído irritante continuava a metralhar-lhe a cabeça.
Diabo de despertador, acrescentou desligando-o de imediato.
Espreguiçou-se depois, esticando cada músculo do corpo até ao seu limite.
É hoje, pensou abrindo os olhos.
Fitou demoradamente o tecto do seu quarto.
É hoje, repetiu em voz alta.
Não sabia se havia de sorrir ou de encarar aquele hoje com o mesmo temor que o vinha assolando há vários dias.
Hesitou em levantar-se, mesmo sabendo que cada minuto contava. Que o hoje a que se referira não iria esperar muito mais e que, mesmo estando consumido pelo nervoso miudinho, aquele poderia ser o dia mais importante da sua vida…
… voltou a olhar o despertador, queria certificar-se que era a hora certa para se levantar. Sentia que já o tinha feito, mas continuava deitado a olhar o tecto do seu quarto…
Que ruído irritante, disse ele virando-se para o outro lado.
Contudo, o ruído irritante continuava a metralhar-lhe a cabeça.
Diabo de despertador, acrescentou desligando-o de imediato.
Espreguiçou-se depois, esticando cada músculo do corpo até ao seu limite.
É hoje, pensou abrindo os olhos.
Fitou demoradamente o tecto do seu quarto.
É hoje, repetiu em voz alta.
Não sabia se havia de sorrir ou de encarar aquele hoje com o mesmo temor que o vinha assolando há vários dias.
Hesitou em levantar-se, mesmo sabendo que cada minuto contava. Que o hoje a que se referira não iria esperar muito mais e que, mesmo estando consumido pelo nervoso miudinho, aquele poderia ser o dia mais importante da sua vida…
… pensou que, às vezes, o seu cérebro lhe pregava algumas partidas para as quais não havia resposta óbvia e parecia-lhe que agora era um desses momentos. Sentia, ou sabia, que já havia acordado há muito, mas o relógio marcava 7 horas e o despertador ainda vibrava…
Que ruído irritante, disse ele virando-se para o outro lado.
Contudo, o ruído irritante continuava a metralhar-lhe a cabeça.
Diabo de despertador, acrescentou desligando-o de imediato.
Espreguiçou-se depois, esticando cada músculo do corpo até ao seu limite.
É hoje, pensou abrindo os olhos.
Fitou demoradamente o tecto do seu quarto.
É hoje, repetiu em voz alta.
Não sabia se havia de sorrir ou de encarar aquele hoje com o mesmo temor que o vinha assolando há vários dias.
Hesitou em levantar-se, mesmo sabendo que cada minuto contava. Que o hoje a que se referira não iria esperar muito mais e que, mesmo estando consumido pelo nervoso miudinho, aquele poderia ser o dia mais importante da sua vida…
… doía-lhe a cabeça, era como se o despertador não parasse de retinir há mais de uma hora e ele não conseguisse acordar. Logo hoje que era o dia por que tanto ansiara…
Que ruído irritante, disse ele virando-se para o outro lado.
Contudo, o ruído irritante continuava a metralhar-lhe a cabeça.
Diabo de despertador, acrescentou desligando-o de imediato.
Espreguiçou-se depois, esticando cada músculo do corpo até ao seu limite.
É hoje, pensou abrindo os olhos.
Fitou demoradamente o tecto do seu quarto.
É hoje, repetiu em voz alta.
Não sabia se havia de sorrir ou de encarar aquele hoje com o mesmo temor que o vinha assolando há vários dias.
Hesitou em levantar-se, mesmo sabendo que cada minuto contava. Que o hoje a que se referira não iria esperar muito mais e que, mesmo estando consumido pelo nervoso miudinho, aquele poderia ser o dia mais importante da sua vida…
… sentiu-se cansado, muito cansado. Desligou o despertador e virou-se para o outro lado da cama. Quando voltou a adormecer não conseguiu perceber que um sorriso trocista se soltava dos seus lábios.
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Lixeira
«Moody''s atira Portugal para o "lixo". Há risco de segundo empréstimo.
Agência justifica decisão com precedente europeu aberto para o caso da Grécia e com dúvidas sobre cumprimento do programa da troika.»
Ainda estou para perceber como é possível pagarmos a estes senhores (segundo o que ouvi, cerca de 9 milhões de euros), para sermos sujeitos a vexames deste tipo. Como foi possível deixarmo-nos levar para situações como esta, em que uns quantos engravatados aramados ao pingarelho, nos colocam rótulos que não merecemos. Lixo? Lixo será o local para onde este capitalismo desenfreado e cego nos está a levar. Lixo é deixarmo-nos enganar por meia dúzia de senhores que não param de nos fazer suar as estopinhas para conseguirmos arranjar comida todos os dias. Lixo é esta cegueira neo liberal que faz depender a nossa vida dos mercados. Que, bem vistas as coisas, ninguém sabe bem como funcionam e quem são. Ou se sabem andam a enganar-nos também e isso, bem, isso é que é mesmo uma lixeira!
domingo, 3 de julho de 2011
O aprendiz de feiticeiro
«Pinto da Costa defende partido para combater centralismo de Lisboa
O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, considerou hoje que "falta um grande partido político do Norte" para combater o centralismo de Lisboa e que a região só se irá unir "quando perder a paciência".
Pinto da Costa falava na conferência promovida para assinalar os 20 anos da TSF no Porto, em Serralves, subordinada ao tema Portugal Com Norte e que contou ainda com a presença do presidente do Sporting de Braga, António Salvador(...)»
Será que o sr. Costa já escolheu o lacaio que o irá substituir nas atoardas?
Esboço para um texto sobre a vontade
Na verdade nunca se tinha preocupado com o dia seguinte. Vivia a sua vida como se não houvesse amanhã. Havia quem dissesse na corda bamba, ele preferia na ponta da lança.
Desdenhava das rotinas. Virava à esquerda ou à direita consoante lhe desse na gana e o caminho era sempre em frente, mesmo naquelas alturas em que tinha que dar alguns passos atrás.
Quem com ele privava sentia-lhe a respiração ofegante, o coração a bater depressa, mas sabia que era feliz assim.
- Sim, sou feliz assim. Não estou apenas feliz. Costumava dizer a quem o interrogava acerca da sua pressa.
Ele, pelo contrário, nunca se considerou apressado. Aliás, pensava muito em tudo o que fazia, mas pensava a correr, nunca ninguém o viu parado a pensar.
Havia mesmo quem jurasse que ele dormia em pé para não perder tempo. Ele próprio sempre se considerou um ganhador de tempo. Um coleccionador de risos de criança. Sim porque o riso duma criança, achava ele, era o melhor antídoto para uma vida monótona e triste. Cada vez que uma criança se ria, o mundo pulava e avançava. Era exactamente isso que ele procurava, um avanço para lá do que era, aparentemente, possível. Se pudesse ele saltaria para lá do mundo. Sobrevoaria o planeta, tocaria as estrelas. Para ele isso não era um sonho impossível de concretizar.
O azul e branco do infinito era uma meta que sabia alcançável sem necessidade de artifícios livrescos ou poesias industriais.
Era plausível com aquilo que ele tanto desejava. O desejo não era inalcançável. Era uma coisa concreta que, mais ou cedo ou mais tarde, se alcançaria, senão não era desejo mas quimera fútil e vazia. E o seu mundo não admitia vazios, nem sequer os breves segundos em que, por vezes, uma noite sem estrelas, povoada de fantasmas, lhe surgia do nada. Nem isso o assustava. Pelo contrário, divertia-o.
Dava o braço ao fantasma mais próximo e ria-se com ele, dançava danças imaginadas, percorria-o uma imensa vontade de possuir o impossível.
Era esse o seu desejo, o seu querer, o seu destino afinal: a vontade de possuir o impossível.
No dia em que chegou a essa conclusão, foi o dia em que parou pela primeira vez.
Parou para reflectir, embora não soubesse como se fazia. Estranhou a sensação e, pouco a pouco, compreendeu-a e começou a manobrá-la.
Afinal, pensou, estar parado pode trazer algumas vantagens.
Também nessa altura duvidou. Coisa que nunca lhe tinha acontecido.
Vários porquês o assaltaram inesperadamente e, acontecimento inédito, não lhes conseguiu dar resposta imediata.
Um delicioso embalo foi o que sentiu a seguir. Mesmo antes de fechar os olhos e adormecer. Sentiu ainda o corpo a deitar-se docemente sobre a relva onde tinha parado.
A queda no desconhecido e o seu antigo quintal das brincadeiras misturaram-se na sua mente. Não percebeu se era sonho ou realidade. Se tinha sido enganado, ou era apenas a realidade que se enganara. Mas gostou da sensação e gostou de se lembrar.
A emoção levada á última consequência era, afinal, o que lhe estava a acontecer e mesmo julgando estar a dormir, teve a certeza de que, para se viver a sério, não era necessário correr, afinal o mundo não fugia dele, era apenas ele que queria fugir do mundo.
E num estado em que recordou o quarto de onde via as estrelas, mesmo sem a promessa de as alcançar, confundiu emoções e ganhou uma nova certeza, aquela em que gostava de ter dúvidas, porque assim talvez lhe fosse mais fácil chegar onde sempre desejara, a uma vontade irreprimível de possuir o impossível.
Nessa altura fechou os olhos e deixou-se ficar. Sentiu que estava agora mais perto do azul e branco do infinito, num delicioso embalo, repleto de uma vontade irreprimível de possuir o impossível.
Desdenhava das rotinas. Virava à esquerda ou à direita consoante lhe desse na gana e o caminho era sempre em frente, mesmo naquelas alturas em que tinha que dar alguns passos atrás.
Quem com ele privava sentia-lhe a respiração ofegante, o coração a bater depressa, mas sabia que era feliz assim.
- Sim, sou feliz assim. Não estou apenas feliz. Costumava dizer a quem o interrogava acerca da sua pressa.
Ele, pelo contrário, nunca se considerou apressado. Aliás, pensava muito em tudo o que fazia, mas pensava a correr, nunca ninguém o viu parado a pensar.
Havia mesmo quem jurasse que ele dormia em pé para não perder tempo. Ele próprio sempre se considerou um ganhador de tempo. Um coleccionador de risos de criança. Sim porque o riso duma criança, achava ele, era o melhor antídoto para uma vida monótona e triste. Cada vez que uma criança se ria, o mundo pulava e avançava. Era exactamente isso que ele procurava, um avanço para lá do que era, aparentemente, possível. Se pudesse ele saltaria para lá do mundo. Sobrevoaria o planeta, tocaria as estrelas. Para ele isso não era um sonho impossível de concretizar.
O azul e branco do infinito era uma meta que sabia alcançável sem necessidade de artifícios livrescos ou poesias industriais.
Era plausível com aquilo que ele tanto desejava. O desejo não era inalcançável. Era uma coisa concreta que, mais ou cedo ou mais tarde, se alcançaria, senão não era desejo mas quimera fútil e vazia. E o seu mundo não admitia vazios, nem sequer os breves segundos em que, por vezes, uma noite sem estrelas, povoada de fantasmas, lhe surgia do nada. Nem isso o assustava. Pelo contrário, divertia-o.
Dava o braço ao fantasma mais próximo e ria-se com ele, dançava danças imaginadas, percorria-o uma imensa vontade de possuir o impossível.
Era esse o seu desejo, o seu querer, o seu destino afinal: a vontade de possuir o impossível.
No dia em que chegou a essa conclusão, foi o dia em que parou pela primeira vez.
Parou para reflectir, embora não soubesse como se fazia. Estranhou a sensação e, pouco a pouco, compreendeu-a e começou a manobrá-la.
Afinal, pensou, estar parado pode trazer algumas vantagens.
Também nessa altura duvidou. Coisa que nunca lhe tinha acontecido.
Vários porquês o assaltaram inesperadamente e, acontecimento inédito, não lhes conseguiu dar resposta imediata.
Um delicioso embalo foi o que sentiu a seguir. Mesmo antes de fechar os olhos e adormecer. Sentiu ainda o corpo a deitar-se docemente sobre a relva onde tinha parado.
A queda no desconhecido e o seu antigo quintal das brincadeiras misturaram-se na sua mente. Não percebeu se era sonho ou realidade. Se tinha sido enganado, ou era apenas a realidade que se enganara. Mas gostou da sensação e gostou de se lembrar.
A emoção levada á última consequência era, afinal, o que lhe estava a acontecer e mesmo julgando estar a dormir, teve a certeza de que, para se viver a sério, não era necessário correr, afinal o mundo não fugia dele, era apenas ele que queria fugir do mundo.
E num estado em que recordou o quarto de onde via as estrelas, mesmo sem a promessa de as alcançar, confundiu emoções e ganhou uma nova certeza, aquela em que gostava de ter dúvidas, porque assim talvez lhe fosse mais fácil chegar onde sempre desejara, a uma vontade irreprimível de possuir o impossível.
Nessa altura fechou os olhos e deixou-se ficar. Sentiu que estava agora mais perto do azul e branco do infinito, num delicioso embalo, repleto de uma vontade irreprimível de possuir o impossível.
I can´t go
Estão quase a chegar a Portugal e infelizmente I can´t go!
Acho que é o espectáculo que me falta.
Acho que é o espectáculo que me falta.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
As portas da Meia-Noite
Felizes os que acreditam.
Abençoados os que encontram.
Porque só desse modo se descobrem a si mesmos.
E à força de tanto se acreditarem, poderão ultrapassar os medos que carregam em si e passar além dos limites do possível, até ao sítio onde as histórias se confundem, porque é aí que reside a verdade.
Pelo menos aquela que vale a pena, aquela que permitirá que os sonhos se encontrem com a realidade tornando-a viva.
Basta esperar pelas badaladas e abrir a porta
Abençoados os que encontram.
Porque só desse modo se descobrem a si mesmos.
E à força de tanto se acreditarem, poderão ultrapassar os medos que carregam em si e passar além dos limites do possível, até ao sítio onde as histórias se confundem, porque é aí que reside a verdade.
Pelo menos aquela que vale a pena, aquela que permitirá que os sonhos se encontrem com a realidade tornando-a viva.
Basta esperar pelas badaladas e abrir a porta
No poupar está o ganho
No Público de hoje:
Madeira celebra hoje Dia da Região
Exibição de bandeiras da FLAMA coincide com novas ameaças de Jardim a Lisboa
Ora aqui uma excelente ideia, a indepedência para a Madeira já! Aliás creio que só há razões para a aprovarmos, tal como tão bem explica o Alberto João:
"A partir do momento em que há casamentos gay, por que razão não pode haver pessoas que pensem a favor da independência?"
Além do mais já pensaram no dinheiro que o país iria poupar? Até podia ser que voltassem a pagar o subsídio de Natal por inteiro!
Histórias com Música (49)
Já tinha perdido a conta às viagens que fizera, quando se viu pela primeira vez.
Não era dado a emoções, a compreender e explicar sentimentos, a descobrir novas sensações, a embarcar em aventuras pelo simples prazer da descoberta.
Era pragmático, prático, objectivo e concludente. Por isso fora escolhido para aquela tarefa.
Tinha sido a melhor escolha, disseram-lhe. E todos os dias ele tentava comprovar isso mesmo. Cumpria as suas obrigações sem a mínima falha, sem a mais pequena surpresa, tal qual um relógio suíço, daqueles que os seus antepassados tanto gostavam de usar e gabar.
Os seus dias poderiam parecer monótonos para quem usa a adrenalina como modo de vida. Embora aquilo que fizesse fosse das coisas mais arriscadas que a mente humana poderia sonhar.
Já vira muitas realidades diferentes, daquelas com que, quase, mais ninguém se atreveria a imaginar. Vivera situações impensáveis para o comum dos mortais. Conhecera seres, ou possibilidades de seres, que nem a imaginação mais delirante poderia conceber.
Mas nada disso alterava o seu estado de espírito, a sua maneira, objectiva e funcional, de ver o mundo. Lidava com tais situações como um antigo empregado de escritório lidaria com folhas de papel, agrafos e mata borrões.
Analisava a situação com a qual era confrontado, verificava os prós e os contras, delineava um plano e actuava em conformidade. Nunca nada lhe tinha corrido mal. Tinha sempre encontrado a solução, mais rápida ou mais demorada, consoante os casos, mas nunca falhara. Porque era pragmático, prático, objectivo e concludente.
No dia em que se viu pela primeira vez hesitou, ficou confuso, não conseguiu analisar, confrontar e actuar conforme.
Parou, olhou-se a si próprio, ou o reflexo que se encontrava à sua frente e não soube o que fazer.
Apesar de tudo, concluiu rapidamente que não era apenas uma imagem reflectida por alguma espécie de espelho invisível. Não tinha dúvidas disso. Como também não tinha dúvidas que era ele mesmo que o olhava nos olhos, que, naquele momento deixavam transparecer um mundo de dúvidas e questões que não sabia resolver.
Notou, claramente, que no seu outro eu, também transpareciam sinais de dúvida, de incerteza, de interrogações que, provavelmente, também nunca o tinham afectado.
Hesitante estendeu o braço e abriu a mão. O outro fez o mesmo. Percebeu que havia uma força estranha, mas intensa, que os atraía irremediavelmente.
Viu que o mesmo se passava com o seu outro eu.
Como era hábito quando se encontrava nervoso, o que era raríssimo acontecer, levou a mão direita ao lóbulo da sua orelha esquerda e afagou-o timidamente.
Como num espelho avariado, viu que o outro fazia exactamente a mesma coisa, mas com a mão e a orelha contrárias.
Resolveu falar-lhe, perguntar-lhe, dizer-lhe…
Quando o outro também falou não percebeu, dir-se-ia que os sons eram semelhantes, a entoação também, mas que as palavras estavam ao contrário.
Aproximaram então, porque se tornara doloroso evitar a atracção.
Assim que se tocaram perceberam o que estava a acontecer.
E deixaram-se ir…
Não era dado a emoções, a compreender e explicar sentimentos, a descobrir novas sensações, a embarcar em aventuras pelo simples prazer da descoberta.
Era pragmático, prático, objectivo e concludente. Por isso fora escolhido para aquela tarefa.
Tinha sido a melhor escolha, disseram-lhe. E todos os dias ele tentava comprovar isso mesmo. Cumpria as suas obrigações sem a mínima falha, sem a mais pequena surpresa, tal qual um relógio suíço, daqueles que os seus antepassados tanto gostavam de usar e gabar.
Os seus dias poderiam parecer monótonos para quem usa a adrenalina como modo de vida. Embora aquilo que fizesse fosse das coisas mais arriscadas que a mente humana poderia sonhar.
Já vira muitas realidades diferentes, daquelas com que, quase, mais ninguém se atreveria a imaginar. Vivera situações impensáveis para o comum dos mortais. Conhecera seres, ou possibilidades de seres, que nem a imaginação mais delirante poderia conceber.
Mas nada disso alterava o seu estado de espírito, a sua maneira, objectiva e funcional, de ver o mundo. Lidava com tais situações como um antigo empregado de escritório lidaria com folhas de papel, agrafos e mata borrões.
Analisava a situação com a qual era confrontado, verificava os prós e os contras, delineava um plano e actuava em conformidade. Nunca nada lhe tinha corrido mal. Tinha sempre encontrado a solução, mais rápida ou mais demorada, consoante os casos, mas nunca falhara. Porque era pragmático, prático, objectivo e concludente.
No dia em que se viu pela primeira vez hesitou, ficou confuso, não conseguiu analisar, confrontar e actuar conforme.
Parou, olhou-se a si próprio, ou o reflexo que se encontrava à sua frente e não soube o que fazer.
Apesar de tudo, concluiu rapidamente que não era apenas uma imagem reflectida por alguma espécie de espelho invisível. Não tinha dúvidas disso. Como também não tinha dúvidas que era ele mesmo que o olhava nos olhos, que, naquele momento deixavam transparecer um mundo de dúvidas e questões que não sabia resolver.
Notou, claramente, que no seu outro eu, também transpareciam sinais de dúvida, de incerteza, de interrogações que, provavelmente, também nunca o tinham afectado.
Hesitante estendeu o braço e abriu a mão. O outro fez o mesmo. Percebeu que havia uma força estranha, mas intensa, que os atraía irremediavelmente.
Viu que o mesmo se passava com o seu outro eu.
Como era hábito quando se encontrava nervoso, o que era raríssimo acontecer, levou a mão direita ao lóbulo da sua orelha esquerda e afagou-o timidamente.
Como num espelho avariado, viu que o outro fazia exactamente a mesma coisa, mas com a mão e a orelha contrárias.
Resolveu falar-lhe, perguntar-lhe, dizer-lhe…
Quando o outro também falou não percebeu, dir-se-ia que os sons eram semelhantes, a entoação também, mas que as palavras estavam ao contrário.
Aproximaram então, porque se tornara doloroso evitar a atracção.
Assim que se tocaram perceberam o que estava a acontecer.
E deixaram-se ir…
Graças a Deus é sexta feira
Tomemos os bons exemplos. Este é um tempo de resistência.
Bom fim de semana.
Bom fim de semana.
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