sexta-feira, 26 de novembro de 2010

(...) - 41

(...)Dizem que vemos toda a nossa vida naquele segundo derradeiro. Eu vejo mais. Vejo a vida de mais alguém, vejo vidas que não foram minhas, mas que podiam ter sido, de tão próximas e conhecidas que me parecem.

Continua a chover.
O dia amanheceu escuro. Hoje o sol está envergonhado. Olho pela janela e noto que há poucas pessoas na rua. Será domingo? Dia santificado. Dia de descanso.
Na esquina surge um vulto encapuçado. Move-se ligeiro, parece que nem toca no chão. Sorrio.
Reconheço aquele andar. Mesmo que estivesse de olhos fechados o reconheceria. Ela está a chegar.
(...)

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