sexta-feira, 5 de novembro de 2010

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(...)A chuva cai mais forte agora. Sonora contra a janela. Abeiro-me dela e fico, outra vez, a observar os desenhos que tão bem contorna ao descer, solene e grave, pelos vidros.
A chuva desenha tão bem. E soa bem também. Um batuque ritmado, que não falha.
Here comes the flood, again. Abro a janela.
O vento ajuda a chuva a molhar-me a cara. É agradável.
Lá fora o movimento recomeça.
Os primeiros carros saem à rua.
As primeiras pessoas, estremunhadas ainda, começam a pisar os passeios.
Um novo dia começa. Outra vez. Mais um. Novo em folha.
Mas tão igual aos outros. Que monotonia. Contudo tão doce para quem respeita as rotinas. Pelo menos até a rotina se tornar, obsessivamente, entediante.
Como percebi depois de a viver sem retorno.
Foi também por isso que a chamei. Para que me salvasse da rotina.
(...)

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