terça-feira, 29 de junho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Arcade Fire
Depois de Peter Gabriel em Fevereiro e dos Divine Comedy em Maio, chega em Agosto o meu terceiro disco do ano.
A escolha está feita, este é um ano em cheio!
A escolha está feita, este é um ano em cheio!
Até que 31 de Maio chegue...(XXIV) (e depois tb)
A nostalgia do preto e branco nesta lindissima melodia
O menino que coleccionava horas
Às vezes sinto-me um menino, que olha para alto quando quer ver outro alguém que se parece mais velho e mais consciente, esquecendo que no meu corpo já se escondem muitos anos que prefiro não contar. Digo olá senhor, como está, nem reparando que o senhor com quem falo tem quase idade para ser meu filho, sem me aperceber que no seu fato e gravata mora apenas um miúdo que, talvez, me olhe com maior reverência, ou então com a complacência tão própria de uma juventude que desdenha os cabelos que se vão nevando.
Às vezes sinto-me um menino e mesmo sabendo que não posso correr como dantes, que os saltos saem agora mais baixos, que a vista não vai mais longe, que os músculos se andam a esquecer de como foi, continuo a estar convencido que a vida ainda agora começou e que os dias que vão surgindo não contam na corrida para o fim, mas se vão apenas acumulando uns ao lado dos outros, juntando ideias, brincadeiras, memórias de quem não crê que envelheceu, mas apenas que coleccionou horas.
É assim que me sinto, um menino que vai coleccionando horas, sem querer saber que a imagem que os espelhos lhe dão é a sua.
Não é! É apenas uma imagem e não a realidade, sim, porque esta anda vezes demais enganada.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Graças a Deus é sexta feira
Hoje em dia de Portugal-Brasil, gostaria que a propalada fraternidade, tão raramente posta em prática, se inspirasse nestas belas palavras e melodia de Chico Buarque.
E já agora, como tuga que sou, desejo que os nossos irmãos mais novos não nos façam uma desfeita.
E já agora, como tuga que sou, desejo que os nossos irmãos mais novos não nos façam uma desfeita.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Histórias com música (31)
Quando fechava a porta, às sete em ponto, como todos os dias, ele reparou que no outro lado da rua eles não falavam. E estranhou.
Já não se lembrava de os ver calados. Poderia mesmo jurar que nunca os tinha visto calados. Mas hoje era assim que estavam. Quedos e mudos. E olhavam o céu com feições imperturbáveis.
Então, contrariamente a tudo o que sempre fizera, saiu para a rua sem fechar a porta atrás de si. E olhou para cima.
Às sete e meia, estranhando ele ainda não ter chegado a casa pontualmente, como sempre havia feito, ela resolveu sair para saber dele. Ao chegar ao fim da rua ouviu um som luminoso, melodioso e contínuo. Ao virar a esquina viu-os todos e a ele também. Olhavam para céu… Era de lá que vinha o som. Resistiu à tentação de olhar também. Porque a rua estava cheia de gente que olhava o céu e não dava conta de nada mais.
Chegou-se perto dele e sussurrou-lhe ao ouvido: o que vês tu?
Lentamente ele baixou em cabeça e olhou-a nos olhos:
Shiu, a lua está cheia...
Já não se lembrava de os ver calados. Poderia mesmo jurar que nunca os tinha visto calados. Mas hoje era assim que estavam. Quedos e mudos. E olhavam o céu com feições imperturbáveis.
Então, contrariamente a tudo o que sempre fizera, saiu para a rua sem fechar a porta atrás de si. E olhou para cima.
Às sete e meia, estranhando ele ainda não ter chegado a casa pontualmente, como sempre havia feito, ela resolveu sair para saber dele. Ao chegar ao fim da rua ouviu um som luminoso, melodioso e contínuo. Ao virar a esquina viu-os todos e a ele também. Olhavam para céu… Era de lá que vinha o som. Resistiu à tentação de olhar também. Porque a rua estava cheia de gente que olhava o céu e não dava conta de nada mais.
Chegou-se perto dele e sussurrou-lhe ao ouvido: o que vês tu?
Lentamente ele baixou em cabeça e olhou-a nos olhos:
Shiu, a lua está cheia...
O Brasil já ganhou
Depois do que aqui se vê qualquer dúvida, se é que havia alguma, fica completamente dissipada.
O Brasil já ganhou (qualquer que seja o resultado)!
O Brasil já ganhou (qualquer que seja o resultado)!
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Desenhos e amizades
Quem, de vez em quando, passa por aqui, já se apercebeu que um dos meus gostos mais evidentes é ler banda desenhada. Mas para além de a ler, outro dos meus gostos mais queridos é falar de banda desenhada. E citá-la. A propósito de tudo e de nada. Partilhar conhecimentos e, sobretudo, amizades que se consolidam e se expandem de muitas maneiras e com muitas piscadelas de olho.
Como quando tínhamos que acabar um trabalho urgente e nos lembrava-mos sempre que o nosso primo em Massilia tinha um trabalho assim.
Ou quando, respeitando as diferentes sensibilidades, nos dizíamos com um sorriso indisfarçado, és susceptível, agradas-me!
terça-feira, 22 de junho de 2010
Dos 7 a 0
Somos dados à nostalgia, a deprimentes saudades que nos legam momentos que nunca vivemos, mas que, de alguma forma, sonhámos.
Pensamos que os de fora é que são bons e que de dentro, só os de antigamente é que valem. Apesar de não conhecermos a nossa História, temos orgulho nela, mas é um orgulho pequenino, porque isto de enaltecer o passado e a tradição é coisa de parolo. Depois temos por hábito endeusar um ou outro compatriota que se destaque por feitos publicitados pelos média internacionais, mas raramente o fazemos por feitos não mediáticos que, normalmente, até são mais importantes para aquilo que devia alimentar o que chamamos orgulho nacional. Também somos derrotistas por natureza. Aqui e ali, no entanto, embandeiramos em arco uma qualquer situação fugaz que, naquela hora, nos enche de uma alegria incontida, pouco racional, como devem ser, aliás, todas as verdadeiras alegrias. O problema está em que, passada a euforia inicial, rapidamente descemos à terra da forma mais abrupta possível e, depois de cada queda, torna-se mais difícil levantarmo-nos. Somos, como é hábito dizer-se, o povo do 8 ou 80.
Neste momento somos o povo do 7 a 0, e a rejubilação não podia ser maior. Espero que, na próxima sexta feira, não passemos a ser o povo do 0 a 7 e faço votos para que consigamos chegar ao meio termo, à virtude que costuma estar no meio.
Lembremo-nos que, na última vez que jogámos contra o Brasil, encaixamos 6 golos e sejamos humildes mas decididos na hora da verdade. E, já agora, aproveitemos o embalo para tentarmos resolver aquilo que, verdadeiramente, nos vai atormentando, porque o Mundial não dura muito mais.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
A viagem do cinzento
E porque razão haveria Cavaco de estar no funeral de Saramago?
Não eram amigos, nem sequer se conheciam. Não tinham qualquer tipo de afinidades, não comungavam as mesmas ideias, nem os mesmos anseios.
Creio que Saramago não haveria de querer que Cavaco lá fosse. Eu também acho que foi melhor assim.
Decerto que não ia dignificar o acto, pelo contrário, a sua presença carrancuda e bafienta, apenas o iria tornar mais triste e vazio. Só lá foi quem, de facto, achou que valia a pena. Só lá foi quem, de facto, tinha em Saramago mais que um contador de histórias.
Por isso, acho muito bem que Cavaco tenha ficado nas suas férias açoreanas.
Pena que os Açores tenham ficado mais cinzentos nestes dias.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
quinta-feira, 17 de junho de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
A selecção de todos nós?
Retirado daqui com a devida vénia e um sorriso amarelado!
«Nas entrevistas rápidas no final do jogo em Port Elizabeth, Queiroz disse que “Portugal assumiu sempre o jogo"
Posse de bola: 50% para a costa do Marfim
"Costa do Marfim só tentou defender e sair em contra-ataque".
Faltas cometidas: Portugal – 13 Costa do Marfim – 12
“Portugal dominou e controlou o jogo e foi a equipa que apresentou mais vontade de ganhar”
Cantos: Portugal 4 – Costa do Marfim 6
O treinador português explicou que a ideia lusa era não "correr muitos riscos na primeira parte" e tentar depois "aparecer nas costas dos defesas adversários"
Foras de jogo: Portugal -1 Costa do Marfim 2
"Nós jogámos bem e só não ganhámos porque nos faltou uma ponta de sorte"
Passes errados: Portugal - 113 Costa do Marfim - 108
"A Costa do Marfim resguardou-se no primeiro tempo e apareceu depois mais fresca na segunda parte”
Posse de bola da costa do Marfim nos últimos quinze minutos da primeira parte: 62%
“Fizemos um jogo inteligente”
Resultado Final: Portugal 0 Costa do Marfim 0
Queiroz quer agora "vencer a Coreia do Sul", dia 21 de Junho, da mesma forma "que queria vencer hoje".
Próximo adversário de Portugal: Coreia do Norte»
segunda-feira, 14 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Dead end?
No CM:
«Iren Ferrari, 29 anos, queixa-se que as oscilações do avião, durante uma viagem entre Moscovo e Zurique, fizeram com que batesse com os seios no banco da frente. Ao ‘The Sun’, Ferrari diz que o incidente representou “uma forte colisão” que vai agora implicar a substituição dos nove quilos de silicone que implantou.
"Doeu muito", desabafou ao jornal britânico.
A modelo, conhecida na Rússia pelo seu voluptuoso peito, pede agora à Swiss Airlines 99 mil euros para avançar com a operação.»
E PRONTO, ESTE BLOGUE TOCOU NO FUNDO. Não sei se depois disto poderei continuar a postar...
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Jamie Cullum
Conhecia-o mal, ou mal o conhecia, mas depois de o ter visto ao vivo não tenho dúvidas, é um dos melhores performers que vi actuar e isto é dizer muito pouco.
Excelente
Excelente
(...) - 30
(...)Não passou assim tanto tempo.
Tempo.
Na verdade o tempo é a coisa mais efémera que existe.
Há tão pouco tempo era um jovem com um sorriso maroto e uns olhos meigos, pelo menos assim mo diziam. Aquelas que se iam derretendo à minha volta. Ah sim, porque tive várias apaixonadas, daquelas que duram uma semana, ou uma hora, mas sim, tive.
Sabia ser simpático, colocar a voz no timbre certo, fazer aquele olhar que derrete et voilá.
Mas nunca fiquei muito tempo. Era mais um toca e foge. Seduzia-me a sedução. O jogo do gato e do rato, a caça, mas nunca a presa.
Por isso fui ficando sozinho. O sorriso perdeu vivacidade, os olhos meigos tornaram-se mortiços e a voz enrouqueceu.
Já não sei caçar, nem sei se quero. Na verdade era um jogo inseguro, apenas gostava que me afagassem o ego.
Hoje o ego fugiu. Não o vejo há muito tempo. E tudo isto foi um fogacho. Um segundo, um fósforo queimando à velocidade da sua luz.
Sozinho fiquei, sozinho estou. Se não fosse ela ficaria condenado a falar sozinho. O que, de qualquer forma, nunca me desagradou.
(...)
Tempo.
Na verdade o tempo é a coisa mais efémera que existe.
Há tão pouco tempo era um jovem com um sorriso maroto e uns olhos meigos, pelo menos assim mo diziam. Aquelas que se iam derretendo à minha volta. Ah sim, porque tive várias apaixonadas, daquelas que duram uma semana, ou uma hora, mas sim, tive.
Sabia ser simpático, colocar a voz no timbre certo, fazer aquele olhar que derrete et voilá.
Mas nunca fiquei muito tempo. Era mais um toca e foge. Seduzia-me a sedução. O jogo do gato e do rato, a caça, mas nunca a presa.
Por isso fui ficando sozinho. O sorriso perdeu vivacidade, os olhos meigos tornaram-se mortiços e a voz enrouqueceu.
Já não sei caçar, nem sei se quero. Na verdade era um jogo inseguro, apenas gostava que me afagassem o ego.
Hoje o ego fugiu. Não o vejo há muito tempo. E tudo isto foi um fogacho. Um segundo, um fósforo queimando à velocidade da sua luz.
Sozinho fiquei, sozinho estou. Se não fosse ela ficaria condenado a falar sozinho. O que, de qualquer forma, nunca me desagradou.
(...)
Até que 31 de Maio chegue... (XXII) (e depois tb)
Mais uma do novo disco, que, deixem-me dizer-vos, é uma excelente colecção de canções (mais uma vez).
segunda-feira, 7 de junho de 2010
(...) - 29
(...)Não sei o que fazer.
Ligo o televisor?
Talvez estejam a passar aquelas séries que me fazem acreditar que ainda há coisas que valem a pena. Pelo menos durante aqueles minutos em que duram. Depois, quando acaba o episódio, tudo volta aquela normalidade que não dá azo a esperanças.
Lá fora não se vê vivalma.
Tudo quieto. Um ou outro carro vão passando.
Os candeeiros iluminam uma rua molhada. Encharcada.
Mas não está frio. Nem um pouco. Está calor até…
Dir-se-ia que estamos num país tropical. Chuva e calor. Humidade sufocante.
Todos dormem. Mas eu não tenho sono. Nunca tive insónias. Até conseguia dormir com um bulldozer a passar a meu lado. Mas hoje não tenho sono. Um cansaço enorme, mas em sono.
Gostava de ir lá fora. Sentir um pouco da brisa que deve soprar. Cheirar a chuva que caiu. Mas não me atrevo a sair. E se ela volta entretanto?
Espero.
(...)
Ligo o televisor?
Talvez estejam a passar aquelas séries que me fazem acreditar que ainda há coisas que valem a pena. Pelo menos durante aqueles minutos em que duram. Depois, quando acaba o episódio, tudo volta aquela normalidade que não dá azo a esperanças.
Lá fora não se vê vivalma.
Tudo quieto. Um ou outro carro vão passando.
Os candeeiros iluminam uma rua molhada. Encharcada.
Mas não está frio. Nem um pouco. Está calor até…
Dir-se-ia que estamos num país tropical. Chuva e calor. Humidade sufocante.
Todos dormem. Mas eu não tenho sono. Nunca tive insónias. Até conseguia dormir com um bulldozer a passar a meu lado. Mas hoje não tenho sono. Um cansaço enorme, mas em sono.
Gostava de ir lá fora. Sentir um pouco da brisa que deve soprar. Cheirar a chuva que caiu. Mas não me atrevo a sair. E se ela volta entretanto?
Espero.
(...)
domingo, 6 de junho de 2010
sexta-feira, 4 de junho de 2010
A encomendação das almas
Há quem nos dê, mesmo sem o saber, momentos de uma partilha imensa. Quem nos abra novos horizontes e nos mostre as coisas antigas com um olhar mais doce, mais próximo, mais bonito. Há quem invente histórias, ou reconte as já esquecidas de uma forma que nos chega à alma, porque é na alma que mora aquele menino que nos faz felizes.
É por isso que me entristece, e me torna mais pobre, saber que alguém assim pode desaparecer. Embora aquilo que nos deixa seja imortal e toda a alegria, emoção e felicidade que transmitiu se mantenha.
João Aguiar deixou-nos ontem. Aqui lhe encomendo a alma e espero que encontre aquilo que o pode tornar feliz naquele sítio para onde decidiu viajar.
Possivelmente hoje irá trovejar…
Até que 31 de Maio chegue... (XXI) (e depois tb)
Aqui fica mais uma do excelente novo disco. Cada vez se aproxima mais de (mais uma) obra-prima.
E bom fim de semana!
E bom fim de semana!
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Até que 31 de Maio chegue... (XX) (e depois tb)
Uma das músicas do novo disco, numa versão piano e voz. Excelente, as always...
terça-feira, 1 de junho de 2010
(...) - 28
(...)Escritor…
Ah, o que eu desejei ser escritor.
Romances, contos, até poesia.
A minha grande frustração. A minha última frustração.
Ser escritor.
Sempre li muito. Desde muito pequeno. Histórias infantis, banda desenhada, romances de aventuras, literatura séria, embora isso nunca chegasse a saber verdadeiramente o que era.
Fantástico, neo-realismo, surrealismo, românticos, realistas, e o realismo fantástico também. Novelas, tudo. Li tudo e gostei. Achei que também o podia fazer. Andei por ali e por aqui. Escrevi centenas de páginas. Que digo eu, milhares. E nada se aproveitou. Nem uma vírgula sequer. Nunca ninguém gostou. Nunca ninguém se deu ao trabalho de me ler. Até em blogues escrevi. Post atrás de post. Ninguém lá ia. Masturbação, foi o que foi. Simples prazer individual. Ninguém me partilhou.
Se calhar não sei escrever. Deve ser isso.
Já é tarde. Ela já não vai voltar hoje. Não a esta hora.
(...)
Ah, o que eu desejei ser escritor.
Romances, contos, até poesia.
A minha grande frustração. A minha última frustração.
Ser escritor.
Sempre li muito. Desde muito pequeno. Histórias infantis, banda desenhada, romances de aventuras, literatura séria, embora isso nunca chegasse a saber verdadeiramente o que era.
Fantástico, neo-realismo, surrealismo, românticos, realistas, e o realismo fantástico também. Novelas, tudo. Li tudo e gostei. Achei que também o podia fazer. Andei por ali e por aqui. Escrevi centenas de páginas. Que digo eu, milhares. E nada se aproveitou. Nem uma vírgula sequer. Nunca ninguém gostou. Nunca ninguém se deu ao trabalho de me ler. Até em blogues escrevi. Post atrás de post. Ninguém lá ia. Masturbação, foi o que foi. Simples prazer individual. Ninguém me partilhou.
Se calhar não sei escrever. Deve ser isso.
Já é tarde. Ela já não vai voltar hoje. Não a esta hora.
(...)
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