sexta-feira, 21 de maio de 2010

(...) - 26

(...)E ela que não vem.
Ela que nunca faltou a um pedido. Eu sei que ela é corajosa e decidida e sei que me cumpre.
Voltará.

Céus, apetecia-me tanto um cigarro.
Nem sei bem porquê, mas decidi deixar de fumar há algum tempo.
Sempre gostei de fumar. O prazer de sentir o cigarro entre os dedos, a delícia de ver o fumo subir em espirais várias, coloridas. O sabor, o arranhar da traqueia, até a tosse.
É verdade, sempre gostei de fumar. Desde os primeiros dias. Desde que, com pouco mais de treze anos experimentei aqueles cigarros que só existiam nessa altura.
Os mata-ratos, pequenos, finos, sem filtro.
E os outros, mais sofisticados, embalados em maços pretos com letras prateadas, que tinham uns cristaizinhos no filtro, que se podiam ouvir ao mais pequeno abanão.
Outro rito, outra passagem. Fumar dava-nos vicio e prazer. Haverá vício sem prazer?
Fui estabilizando nas marcas, mantive-me fiel a várias, pelo menos até as trocar por outras. Estranha coincidência com certas vidas.
(...)

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