segunda-feira, 31 de março de 2008
Céu Aberto
Há poucos dias e também a propósito dos vinte e cinco anos da colecção Uma Aventura de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, falava com a minha filha sobre literatura destinada às crianças. Mostrei-lhe os meus livros dos Cinco, dos quais está já a ler um, dos Sete e da Mistério, todos da autoria da famosa Enid Blyton. Mas, num repente, veio-me à memória uma das jóias literárias da minha infância. Escrito por Virgínia de Castro e Almeida, li-o muito anos depois de ter sido escrito, mas adorei a sua história, os seus personagens, os momentos bons que me deu. Foi com este livro que visitei, pela primeira vez, uma Itália maravilhosa. Foi este Céu Aberto, que me mostrou o prazer da viagem e da descoberta dos novos horizontes que as viagens podem proporcionar.
Banda desenhada de ouro!
sexta-feira, 28 de março de 2008
Cérebro de avestruz
Pois é, parece que a avestruz afinal sempre vingou:
«Professora faz queixa da aluna e de toda a turma
A advogada da professora apresentou ontem três queixas distintas duas no Tribunal de Menores do Porto, contra a aluna em causa e contra os restantes alunos menores da turma; e outra no Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto, contra dois alunos que são maiores de 16 anos - e que podem ser responsabilizados na justiça convencional(...)» (J.N de hoje)
A miúda foi transferida de escola, o realizador da fita também vai ser alvo de castigo e agora a professora lesada resolve queixar-se de toda a turma!!!
É verdade que a razão lhe assiste, mas, pergunto eu, se a cena não fosse difundida pelas televisões e não lhe fosse dada toda esta projecção mediática, seria que a senhora professora se atreveria a fazer queixa?
Porque assim estamos, efectivamente, a tapar o sol com a peneira, as queixas terão que se apresentadas em tempo útil e não ficarem à espera que um qualquer realizador ocasional de vídeos telemóvicos se lembre de os colocar na web. Assim ninguém estará a ajudar ninguém, assim não passaremos do conjuntural, assim não mais conseguiremos que as estruturas se consolidem eficazmente.
Já agora a professora poderia também queixar-se do ministério, do 1º ministro, dos capitães de Abril, do Salazar, do Marquês de Pombal e até do D. Afonso, sei lá, talvez ajudasse!!??
«Professora faz queixa da aluna e de toda a turma
A advogada da professora apresentou ontem três queixas distintas duas no Tribunal de Menores do Porto, contra a aluna em causa e contra os restantes alunos menores da turma; e outra no Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto, contra dois alunos que são maiores de 16 anos - e que podem ser responsabilizados na justiça convencional(...)» (J.N de hoje)
A miúda foi transferida de escola, o realizador da fita também vai ser alvo de castigo e agora a professora lesada resolve queixar-se de toda a turma!!!
É verdade que a razão lhe assiste, mas, pergunto eu, se a cena não fosse difundida pelas televisões e não lhe fosse dada toda esta projecção mediática, seria que a senhora professora se atreveria a fazer queixa?
Porque assim estamos, efectivamente, a tapar o sol com a peneira, as queixas terão que se apresentadas em tempo útil e não ficarem à espera que um qualquer realizador ocasional de vídeos telemóvicos se lembre de os colocar na web. Assim ninguém estará a ajudar ninguém, assim não passaremos do conjuntural, assim não mais conseguiremos que as estruturas se consolidem eficazmente.
Já agora a professora poderia também queixar-se do ministério, do 1º ministro, dos capitães de Abril, do Salazar, do Marquês de Pombal e até do D. Afonso, sei lá, talvez ajudasse!!??
Outra vez...
Há quase dois anos também se falava nisto:
«Acordo quase total entre Benfica e Queiroz
Carlos Queiroz está mais próximo do que nunca do cargo de treinador principal do Benfica. Segundo o DN sport apurou, o acordo entre o adjunto de Alex Ferguson e o clube da Luz está preso por detalhes, isto duas semanas após o primeiro contacto do Benfica, através de Rui Costa - que tem sido o interlocutor do emblema lisboeta (...)» (no D.N. de hoje)
E nessa altura também me assaltavam dúvidas quanto à felicidade desta hipótese.
Um pedaço de Céu
Vivemos num mundo onde a fantasia quase não nos é permitida!
Onde o sonho não vinga; onde o sobrenatural é reduzido à sua expressão religiosa; onde as asas apenas pertencem aos pássaros.
Num mundo que só valoriza as taxas de juro, os barris de petróleo, as armas mais mortíferas, os telemóveis, os números!
Onde a primeira medição da conquista, a derradeira avaliação da felicidade, nos é dada pela deusa estatística!
Vivemos num mundo cego ao invisível, insensível ao sensitivo, surdo perante os gritos que teimamos em esconder.
Mas há momentos que nos vão confortando, a nós que ainda queremos ver para além do evidente, a nós para quem o fantástico existe, que acreditamos em fadas, em bruxas, em duendes! Para nós que acreditamos que o arco-íris não é apenas uma manifestação luminosa da natureza, mas antes a evidência de que um grande pintor gosta de colorir o céu!
Abramos pois os olhos da alma e deixemos que o fantástico nos ilumine, nem que seja pelo breve segundo que aquele pedaço de céu azul demorou a cair, anteontem, na estrada da Arruda!
quinta-feira, 27 de março de 2008
Nas teclas...
Foi muito por culpa dos sons que saíam das suas teclas que me deixei contagiar pelas músicas dos Genesis. Foi ele um dos grandes responsáveis por me deixar levar pelas melodias suaves ou abruptas, épicas ou intimistas que esta banda tão bem soube construir. Foi, também, por ele que o grupo se me insinuou nos idos de 70 e se tornou na minha primeira banda de culto.
Por ele e também pelo enorme Peter Gabriel, pelos discretos Steve Hackett e Mike Rutheford e pelo (infelizmente) mediático Phil Collins.
Chama-se Tony Banks e faz hoje 58 anos!
O que há-de ser de nós?
Considero o Sérgio Godinho como um dos maiores compositores da chamada Música Popular Portuguesa, melhor, de toda a música portuguesa, melhor ainda, um dos maiores compositores!
Sobretudo, mas claramente não só, pelas palavras que cria e que tão sabiamente acompanha com sons.
Cantor da resistência, mas também do amor, de intervenção sim, mas de intervenção ao nível dos sentidos, das vontades, das necessidades.
Dele são algumas das palavras mais fortes que a poesia musicada nos oferece.
Fortes e sábias, eivadas de uma lucidez que ultrapassa o tempo, de uma pontaria sem mácula que nos fere, nos atinge com uma crueldade feliz, porque nos alertam para uma vida que, por vezes, nos esquecemos de viver.
Soubessem ouvi-las aqueles que nos mandam e, certamente, a nossa vida seria outra, a nossa esperança seria mais esperançosa e, estou em crer, não passaríamos por estes dias como cegos condenados a esta eutanásia lenta e inevitável que parece ser aquilo que nos espera em cada outro dia que vamos vivendo.
Ouvíssemo-lo com atenção e saberíamos, de certeza, que força é esta que só nos manda obedecer e que nos põe de mal connosco.
Ouvíssemo-lo com atenção e seríamos capazes de saber quando é, de facto, o primeiro dia do resto das nossas vidas.
Assim! Simplesmente! Com um brilhozinho nos olhos!!!
quarta-feira, 26 de março de 2008
O tempo dos pólenes
Começou a Primavera. Vão surgindo, inevitavelmente, os primeiros atchins!
As alergias, regozijantes, voltam em força para nos cobrirem de espirros, de olhos lacrimejantes, de pingos eternos!
Pelo menos e a par dos Zyrtecs e quejandos, podemos sempre socorrer-nos da boa disposição dos The Divine Comedy e com eles ir, animadamente, cantando THE POP SINGER’S FEAR OF THE POLLEN COUNT, sempre que a sessão espírrica nos conceder uma trégua!
«Are you ready?
OK, let’s do it!
1, 2, 3, 4…”
Woo!
Uh-huh!
“Yeah…”
Ooooooh!
Laugh at the tears you're crying;
Smile while your head explodes;
You don't have to take this lying down -
So blow your nose, baby!(...)»
Dêem-lhes um Cérebro II
Afinal o cérebro não é apenas necessário para os alunos mal comportados!!!
Segundo o J.N. de hoje:
«Aluna no Tribunal de Menores
A aluna da Escola Secundária Carolina Michaëlis, no Porto, envolvida no incidente de violência com uma professora por causa de um telemóvel vai ser alvo de um processo no Tribunal de Menores do Porto. A decisão, soube o JN, foi ontem tomada pelo Ministério Público (MP) e visa apurar se a jovem cometeu algum ilícito penal durante a cena filmada e transmitida na Internet, através do portal "YouTube", ou noutra ocasião. No final do processo, se houver razões para isso, pode vir a ser-lhe aplicada uma "medida tutelar educativa", visando a "educação para o Direito", conforme estipula a lei aplicável a menores.(...)»
Então e todos os outros casos de violência, provavelmente de frequência diária, que se passam em todas as outras escolas do país? De professores contra alunos, de alunos contra professores, de funcionários contra alunos, de alunos contra funcionários, de professores contra funcionários, e até do ministério contra alunos, funcionários e professores?
O que se pretende fazer com esta miúda? Um exemplo que funcione como prevenção para casos semelhantes ou apenas um bode expiatório que nos deixe de consciência tranquila para podermos enfiar, novamente, a cabeça na areia?
Segundo o J.N. de hoje:
«Aluna no Tribunal de Menores
A aluna da Escola Secundária Carolina Michaëlis, no Porto, envolvida no incidente de violência com uma professora por causa de um telemóvel vai ser alvo de um processo no Tribunal de Menores do Porto. A decisão, soube o JN, foi ontem tomada pelo Ministério Público (MP) e visa apurar se a jovem cometeu algum ilícito penal durante a cena filmada e transmitida na Internet, através do portal "YouTube", ou noutra ocasião. No final do processo, se houver razões para isso, pode vir a ser-lhe aplicada uma "medida tutelar educativa", visando a "educação para o Direito", conforme estipula a lei aplicável a menores.(...)»
Então e todos os outros casos de violência, provavelmente de frequência diária, que se passam em todas as outras escolas do país? De professores contra alunos, de alunos contra professores, de funcionários contra alunos, de alunos contra funcionários, de professores contra funcionários, e até do ministério contra alunos, funcionários e professores?
O que se pretende fazer com esta miúda? Um exemplo que funcione como prevenção para casos semelhantes ou apenas um bode expiatório que nos deixe de consciência tranquila para podermos enfiar, novamente, a cabeça na areia?
terça-feira, 25 de março de 2008
O novo Tintin ?
Ser pessoa, ou de como a Nostalgia nos fortalece!
Com o avançar da idade dou por mim a reconhecer a nostalgia. A deixar-me levar por este suave e doce sabor que o passado vai deixando em nós e que nos vai moldando as memórias, dando-lhes forma, cheiro, corpo e sabor.
Deixo que me cheguem, lenta mas firmemente, estas ondas que me fazem, felizmente, sorrir.
Podem vir, normalmente vêm, em flashes, mas vão ficando. Surgem a medo, à espreita da melhor oportunidade, naqueles recantos que julgávamos esquecidos, mas vão-se chegando, sorrateiras mas insistentes e quando se assumem na sua plenitude, damos por nós a querer-lhes com muita força.
São cheiros breves, pequenos sons, sorrisos quase esquecidos, gestos únicos que nos movem em direcções que pensávamos perdidas.
Damos assim por nós a desejar que a nostalgia nos invada, nos traga de volta os momentos que nos fizeram, mas também aqueles que foram apenas sonhados.
A mim esta nostalgia tem, até, a particularidade de me fazer reviver coisas que nunca vi, momentos que nunca vivi. Estranha, mas doce, é esta sensação de me nostalgiar por coisas anteriores à minha própria existência.
E, por cada novo momento que a nostalgia me proporciona, outra conquista me é oferecida, um novo sorriso nasce, uma nova memória me acrescenta como pessoa. Enriqueço assim e, sobretudo, ganho a certeza que, afinal de contas, também assim existo!
A noticia foi espalhada...
As palavras, certas, soam perfeitas numa cadência melódica que nos faz balançar num ritmo ora suave, ora forte. As vozes surgem-nos cúmplices, sublimadas em momentos que sabemos serem únicos.
É apenas um espectáculo, são apenas músicas cantadas, são, também, afinidades, partilhas, cumplicidades, simbioses que julgamos impossíveis, no entanto materializam-se perante nós, inundando-nos os sentidos.
Damos por nós a achar que estamos perto da perfeição, mesmo sabendo que tal coisa não existe, ou, pelo menos, tornam-nos conscientes de que a sua demanda é possível e, melhor, desejável!
Juntam-se connosco, numa imensa vontade de superação, numa enorme identificação sensorial.
E, mesmo quando o final se vai chegando, ainda nos dizem que: o fim de tudo é um recomeço, deixando-nos, a bailar, um sorriso bom!
segunda-feira, 24 de março de 2008
Raymond Leblanc
Tintin deu sempre os seus primeiros passos na imprensa. Primeiro no Le Petit Vingtième, depois, durante a II Guerra, no Le Soir e finalmente na revista que levava o seu nome, Tintin! E foi neste último periódico que o fenómeno, que já tinha uma admirável dimensão, teve o seu apogeu.
Um homem foi importantíssimo no lançamento da revista, na verdade o seu grande impulsionador e, por consequência, uma das referências mais importantes na história de Tintin.
Chamava-se Raymond Leblanc e despediu-se de nós no sábado passado, com 92 anos.
Consta que Hergé, Jacobs, De Moor e alguns outros o esperavam com sorrisos festivos!
Que pena!
Vem nas noticias de hoje. O Quarteto parece estar mesmo condenado, a menos que se encontre algum benemérito que o ajude. Tenho muita pena, como já aqui disse o Quarteto é muito mais que um cinema, é uma memória de um tempo, de um espaço único, de uma nostalgia boa e irrepetível, de uma Lisboa mais culta, mais viva, maior!
E assim vão desaparecendo alguns dos momentos marcantes de uma cidade que teima em não se conseguir ultrapassar! Que pena!
Dêem-lhes um cérebro!!!
Um telemóvel, uma miúda irritada, uma professora desorientada, uma turma inteira do nono ano sem saber bem o que fazer. Alguém filma tudo isto com uma câmara de telemóvel.
Mais um telemóvel, mais uma nova tecnologia que marca e demonstra que as necessidades dos jovens dos nossos dias passam mais por gadgets factualmente inúteis, em vez de passarem pelo respeito pelo outro, pela vontade de aprender, pelas mais elementares regras de comportamento.
Um professor tem que ter autoridade. Na sua sala de aula deve ser a voz de comando, bem como uma voz de sabedoria, alguém que ensina, mas também alguém que mostra as vantagens do saber. Os alunos, esses, tem que vir para as aulas com princípios de comportamento, com regras de actuação, com modos de viver que terão que ser adquiridos, primeiro que tudo, no seio da própria família, porque senão arriscamo-nos a chegar ao caos total, se é que não pisamos já esse terreno movediço que, muitas vezes, implica um não retorno.
Um telemóvel não pode despoletar cenas destas, um telemóvel não pode ser usado como se fosse uma caneta, ou um caderno, um telemóvel não deve entrar numa sala de aula, um telemóvel, exemplo de uma espécie de modernidade e avanço tecnológico, não pode, nem deve, ser metáfora de retrocesso civilizacional, de desagregação de valores, do fim do mundo anunciado.
Dá-me o telemóvel, dizia a miúda irritada a uma professora perfeitamente atarantada, numa cena pautada de risos nervosos e comentários bacocos, numa perfeita visão dantesca daquilo que a escola se está a tornar…
Dêem-lhe o telemóvel, mas dêem-lhe sobretudo a consciência de que o mundo e a vida são muito maiores que qualquer tecnologia, digam-lhe que o que interessa são as pessoas…
Digam-no a todos!
quinta-feira, 20 de março de 2008
Informações fidedignas???
No Correio da manhã de hoje:
«Spielberg apresenta 'Tintin' em 2009
A revelação foi feita pelo actor Andy Serkis (o Gollum de 'O Senhor dos Anéis'), que dará vida à versão cinematográfica do 'Capitão Haddock'. O actor revelou ao site 'IndieLondon' que Spielberg vao realizar a adaptação de 'O Segredo de Licorne', enquanto a sequela , 'O Tesouro de Rackham, o Terrível', será dirigido por Peter Jackson. O realizador do terceiro filme da trilogia sobre as aventuras do jornalista francês ainda não é conhecido.»(sublinhado meu)
Será (também) por isto que acho que este jornal não é de fiar?
Feliz Páscoa
quarta-feira, 19 de março de 2008
The Smiths is (not) Dead
Quem passou pelos anos 80 e dedicou algum tempo a ouvir a música da época, decerto parou nos The Smiths e, obviamente, notou por ali alguma novidade, alguma irreverência, algumas das músicas mais bonitas desse tempo. Tempo que, aliás, foi pródigo em músicas bonitas e marcantes. Dos Smiths guardo sobretudo (mas não só), o disco The Queen is Dead, de onde realçam, por exemplo, I know it's over, The boy with a thorn in his side ou There's a light that nevers goes out. Peças importantes para se conhecer (e reconhecer) a história da música popular recente.
Mas o que me traz hoje aqui é uma reinterpretação desse disco feita por vários grupos da chama onda indie que, já nos 90, 1996 para ser mais preciso, deram voz a uma proposta da revista francesa Les Inrockuptibles e gravaram novas versões de todas as canções daquele álbum. The Smiths is Dead é pois um tributo aos Smiths, mas, igualmente, uma grande lufada de ar fresco em canções históricas. Toda a recriação é excelente, mas não posso deixar de destacar 4 delas, superiores, atrevo-me a dizer, ao original, a saber:
Frankly Mr. Shankly pelos The High Lamas; I know it's over pelos The Trash Can Sinatras; The boy with a thorn in his side pelos Bis e, finalmente, os inevitáveis The Divine Comedy com There's a light that never goes out!
Imperdíveis!
O Prazer de Ler (50)
Chego assim ao fim desta lista. Destes 50 livros que escolhi para ilustrar o meu prazer de ler. Acabo com Peter Pan, sobretudo como uma espécie de homenagem a este mesmo blogue e a mim que o assino, apenas porque o assino Pan e lhe chamo Na Terra do Nunca!
Enquanto postava estes títulos muitos outros me assomaram, pelo que fica, mais uma vez, provado que estas escolhas ficam sempre aquém daquilo que, realmente, gostaríamos de expor. No entanto gosto muito de todos os livros que aqui deixei, todos eles me acrescentaram, a todos eles regresso com o mesmo entusiasmo e vontade!
Sobretudo importa ler, importa deixarmo-nos contagiar por histórias que valham a pena, pelas letras que nos vão preenchendo a memória, pelas memórias que vamos construindo com estas novas sabedorias!
Ler será sempre um prazer!
Nome: Peter Pan
Autor: J.M. Barrie
segunda-feira, 17 de março de 2008
Evidentementche!!
Há poucos dias atrás, aquando da visita do PR ao Brasil, Teresa Salgueiro protagonizou um espectáculo musical, o que, aparentemente, só dignificaria a música portuguesa!
O problema é que Teresa Salgueiro optou, ao que parece, por cantar bossa nova o que, para música portuguesa, é um pouco estranho! E cantou com sotaque carioca (ou algo semelhante), o que espanta ainda mais, sobretudo porque a cantora o fez em pleno Rio de Janeiro!! O que para uma cantora portuguesa, tentando mostrar o que são as cantigas portuguesas, é ainda objecto de maior estupefacção!!!
Portanto não será de admirar que, quando Lula da Silva vier a Portugal, nos traga a Yvette Sangallo ou a Gal Costa a cantar exclusivamente fado vadio, com sotaque lisboeta, evidentementche!!!!
O quê???
Este senhor, que creio chamar-se Canas, e, ao que julgo saber, é porta voz do partido do governo, teve esta tirada brilhante (?) a propósito do 3º aniversário da actual governação:
«Quando se fazem balanços é, certamente, para realçar aquilo que se fez bem. E, foram tantas as coisas que fizemos bem, que não temos de perder tempo com o que fizermos mal.»
Permito-me discordar! Os balanços fazem-se para se prestar contas, para se saber o que se fez, para se aquiletarem das razões das atitudes, dos feitos, do que ficou por fazer, em suma para se perceber o que somos e fomos, coisas boas, coisas menos boas e até coisas más! Senão não são balanços, são cegueiras, são arrogâncias, são burrices!
E, depois, é sempre melhor ter consciência daquilo que falhámos, assim saberemos como não falhar para a próxima!
Este senhor, Canas, não deve estar no mesmo país que nós, porque se assim fosse não se atreveria a dizer baboseiras tão disparatadamente grandes!!!
sexta-feira, 14 de março de 2008
The Big Music
No inicio dos anos 80 os Waterboys eram o meu grupo de culto. Comecei pelo primeiro disco, que tinha o mesmo nome e continuei até ao Dream Harder, altura em que eles pararam e se mantiveram parados até há bem pouco tempo. Hoje vêm a Portugal novamente. Não serão agora o que já foram. Não o são, certamente, para mim, nas minhas actuais escolhas musicais, mas não consigo deixar de me invadir por uma nostalgia boa sempre que ouço aquelas canções de que tanto gostava (e gosto)!
Desde esses tempos, de há mais de 20 anos atrás, assaltam-me estas boas memórias e aquela música que, juravam eles e eu também, era, mesmo, The Big Music:
«(...)I have heard the big music
And I'll never be the same
Something so pure
Hey!Has called My Name!»
O ladrão de livros
No D.N. de hoje:
«Acusado de furtar em bibliotecas, condenado a três anos e nove meses
(…)acusado de furtar dezenas de livros raros e valiosos em vários bibliotecas do Porto, foi condenado ontem a três anos e nove meses de prisão, ficando a pena suspensa.»
Confesso que a ideia de roubar livros me parece romântica! A ideia de correr um risco para ficar na posse de livros que são momentos raros, únicos, parece-me ter alguma dose de beleza, também ela única!
Creio, contudo, que a apropriação ilícita de algo que não nos deve pertencer, não é, por principio, algo a salientar positivamente. No entanto os livros são coisas que não devem pertencer a uma só pessoa, ou melhor, o seu conteúdo deve ser património de todos aqueles que o amam. De todos aqueles que se deixam maravilhar e enredar por histórias e momentos marcantes, momentos que nos acompanham ao longo de uma vida.
Por isso gostei desta ideia, de saber de alguém que quis roubar, guardar para si os momentos que o marcaram, ficar junto das letras que lhe formam imagens, sensações, momentos, vivências extraordinárias!
Confesso, também, que o resto da noticia me deixou um pouco menos romântico e me trouxe de novo ao mundo real, que, no fundo, é sempre, ou quase, menos bonito do que aquele que está nos livros:
«O Tribunal de S. João Novo, no Porto, não deu, no entanto, como provado que o arguido(…)vendia os livros furtados a alfarrabistas portuenses para depois comprar heroína. »
quinta-feira, 13 de março de 2008
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