Ontem, ao falar de Sophia Loren, pensei que era uma pena não haver, no cinema português, uma diva de tal calibre, ou pelo menos de algum calibre.
Hoje, refaço esse pensamento e afirmo que até há. Chama-se Milú e foi, durante os anos 40 e 50 e até 60, a verdadeira menina dos olhos do cinema em Portugal.
Aliás, a senhora foi alvo de uma homenagem no passado dia 11, quando o próprio Presidente da República a agraciou com a Ordem de Santiago de Espada.
Ainda ontem vi, na RTP, um documentário sobre Milú da autoria de António Pedro de Vasconcelos, que me agradou particularmente por ser, não apenas um repositório de memórias, mas um filme dinâmico que reporta para a memória, mas sobretudo valoriza uma época do cinema português que, apesar das circunstâncias, ainda continua a ser considerada, por muitos, como a sua época de ouro.
E Milú foi, sem duvida, a figura feminina de maior preponderância. Vimo-la em filmes como O Costa do Castelo, O Leão da Estrela ou O Grande Elias. Chegou a declinar convites oriundos da Meca Americana do cinema. Acabou a sua carreira no inicio dos anos 80 em o Kilas o Mau da Fita.
Como os Xutos e Pontapés fizeram questão de repetir: "As saudades que eu já tinha..."
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