Há exactamente 37 anos era lançado o último álbum dos Beatles, Let it Be. Depois disso ficámos todos "órfãos" daquele que deve ser, ainda hoje, considerado como o mais criativo grupo de música popular. De qualquer forma a sua música permaneceu viva e podemos escutá-la e desfrutá-la, hoje, com tanto gozo como o fizeram aqueles que tiveram oportunidade de ouvi-la em primeira audição.
Como, por exemplo, a grandiosa Eleanor Rigby, que é, talvez, o primeiro grande momento dos Beatles após a fase tipicamente yeah yeah.
Saiu em 1966 integrada no álbum Revolver e, apesar de vir assinada Lennon-McCartney, como a maioria, diz-se que foi composta apenas pelo segundo. É uma música em que os elementos da banda não tocam um único instrumento. Um octeto de cordas, constituído por músicos de estúdio, fá-lo de forma admirável.
Fala-nos dos solitários, das suas vidas e das suas esperas, parece quase uma música de intervenção, de uma revolta surda por aqueles que esperam, mas nunca desesperam.
Curiosamente uma "verdadeira" Eleanor Rigby viveu e morreu em Liverpool ainda antes dos elementos dos Beatles terem nascido, o seu túmulo tem sido lugar de romagem para os admiradores da banda.
Também em Liverpool uma Eleanor Rigby de bronze "espera-nos", sentada num banco de pedra, numa singela homenagem a esta canção e a toda a gente solitária
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