domingo, 27 de novembro de 2011

o fado não é de (para) todos


E pronto, a nossa tristeza tornou-se património de todos...

Olha se não tem havido jaula


«Godinho Lopes protesta contra condições da Luz(...)»

Se calhar achou que foi pena não os deixarem atear o fogo mais cedo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Graças a Deus é sexta feira / Fine Covers(XXVIII)



Eddie Vedder vs. Bob Dylan

Hoje partilhamos etiquetas e esperamos que os tempos que aí vêm sejam, mesmo, de mudança.
Bom fim de semana.

Ossos



Gosto mesmo disto!

6 anos


Ando mesmo distraído. Nem reparei que este cantinho fez 6 anos no dia 11. Há 6 anos nisto e ainda nem cheguei às 35 000 visitas. É mesmo um cantinho muito escondido.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Fine Covers (XXVII)



Clã vs. Sérgio Godinho

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Na Madeira continuam a cavar...


«O Governo Regional da Madeira vai gastar mais de três milhões de euros nas iluminações decorativas de Natal e no fogo-de-artifício do fim do ano.(...)»

Fine Covers (XXVI)



Miguel Ângelo vs. The Divine Comedy

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O colega novo

Conheci o Henrique há três dias. Já conhecia a Ana, já tinha ouvido falar do Henrique, mas só o conheci há três dias. Num curso. De escrita. Criativa.
O Henrique gosta de escrever, por isso fez o curso. Mas o Henrique é de outras ciências, daquelas que nos dizem ser exactas, por muito pouco explícito que isso seja. Porque ser exacto é tudo o que alguém criativo deve ser. Acho que é isso que o Henrique quer ser. Exacto. Exactamente exacto.
Mesmo que se engane, mesmo que venha a descobrir que dois mais dois nem sempre são quatro, basta que lhe acrescentemos alguma imaginação, daquela exacta, exactamente exacta.
Hoje creio que o Henrique é mais exacto do que era há três dias atrás, porque hoje o Henrique talvez já tenha descoberto que ser criativo é saber somar sempre mais a uma qualquer adição. O que a torna mais exacta.
De qualquer maneira eu fiquei a conhecer o Henrique e a gostar do Henrique, até porque o Henrique, tal como eu, sabe que a acompanhar um prato de moules deve vir sempre uma cerveja, ou duas, ou três e isso é saber a resolução exacta dum problema.
E eu hoje também me senti somado, porque já conheço o Henrique e a Ana e o Fernando e a Rosário e o Joaquim e o Pedro. E esta sim é uma adição perfeita, exacta. Exactamente exacta.

Fine Covers (XXV)



U2 vs. The Beatles

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Graças a Deus é sexta feira



Esta canção já aqui foi postada mas, como em tantas outras coisas da vida, às vezes sabe bem repetir.
Bom fim de semana.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Fine Covers (XXIV)



The Waterboys vs. Van Morrison

Ninho de vespas

O zumbido era monótono. Bem como a luz verde que piscava ininterruptamente.
Ela olhou-o mais uma vez, a cabeça pendia, inerte, os seus olhos, grandes e negros, fitavam agora o vazio e do buraco, bem no meio da testa, ainda saia fumo.
A luz continuava a piscar, irritante, verde, escuro, verde, escuro. E aquele zumbido parecia o de um enorme enxame de vespas zangadas.
Ela sentou-se, pousou a pistola na cómoda e acendeu um cigarro. Olhou-o novamente.
Ouviu-o: não dispares, não queres disparar.
Ouviu-o ainda mais atrás: vamos ao nosso cantinho, já o reservei para hoje, temos a noite toda por nossa conta.
Lembrou-se de como escondera a pequena pistola entre a escova de pentear e o espelho que guardava na sua mala.
Foi com ele, já sabia como a noite iria acabar, mas ele ainda não, nem desconfiava.
Quando fecharam a porta do quarto, a luz começou a piscar, verde, escuro, verde, escuro e ela ouviu o zumbido, aquele enxame que lhe entrava pelos ouvidos e soube, sem dúvida, que hoje seria o último dia, a última noite, o fim do nosso cantinho.
Quando ele se sentou, depois de se servir de um copo de uísque, pediu-lhe o dinheiro.
Ela tirou calmamente as notas que estavam enroladas num elástico e deu-lhas.
Só isto? Perguntou ele, cerrando nela aqueles olhos grandes e negros.
Ela mal sentiu a bofetada. Só um zumbido enorme que lhe enxameava a cabeça e aquela luz, verde, escuro, verde, escuro.
Quando se levantou ainda sentia os dedos presos à sua cara.
Só isto? Tornou ele.
Ela dirigiu-se à mala, ele ficou de pé atrás dela, pernas abertas, cigarro na ponta dos lábios e mão estendida à espera.
Ela tirou a pequena pistola da mala e voltou-se lentamente.
Ele abriu ainda mais aqueles olhos enormes e negros e não teve tempo para mais nada.
Caiu na cama mantendo os olhos abertos.
Depois de apagar o cigarro ela guardou, cuidadosamente, a pistola na mala, entre a escova de pentear e o espelho. E saiu.
Sabia que nunca mais veria aquela luz deprimente, verde, escuro, verde, escuro e que havia feito desaparecer todas as vespas que lhe zumbiam na cabeça.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Fine Covers (XXIII)



Gwen Stefani vs. The Beatles

Paulo Bento pequenino


Paulo Bento: “Bosingwa e Carvalho vão ver o Euro como espectadores”

Depois da excelente exibição e vitória de ontem à noite, não eram necessárias estas atoardas. Só demonstram pequenez e é pena.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Fine Covers (XXII)



Sheryl Crow vs. Cat Stevens

sábado, 12 de novembro de 2011

Um dia encarnado (apesar de tudo...)

Estava a ver um desafio de futebol pela televisão, quando o meu pai entrou em casa, o Eusébio tinha acabado de marcar um golo.
Nessa altura deveria ter uns 8 ou 9 anos e o meu pai prometeu-me que, no fim-de-semana seguinte, iríamos ver o Benfica – Sporting. O entusiasmo foi enorme, creio mesmo que nasceu um brilho novo nos meus olhos.
Desde que me lembrava que era um admirador confesso do clube da cor encarnada, mas nunca tinha tido oportunidade de ver o meu clube preferido ao vivo. Já vira na televisão, mas era diferente, claro que era, ainda por cima, na altura, a televisão era só a preto e branco, como poderia, dessa forma, sentir o encarnado? As papoilas saltitantes, como dizia a canção. E o Eusébio ainda jogava.
Passei a contar os dias que faltavam para o jogo quase minuto a minuto. Já imaginava as jogadas mais fabulosas e não admitia, de forma alguma, que os lagartos pudessem derrotar os encarnados, claro que não!
O meu pai disse-me ter combinado com um colega de trabalho que lhe iria comprar os bilhetes. Só que, por alguma razão, certamente forte, o colega não pôde comprá-los e o meu pai também não. Os bilhetes esgotaram e com uma tristeza maior que o mundo, acabei por não ir ao estádio ver o Benfica - Sporting.
Mas o meu pai, que é adepto do Belenenses, não quis adiar a minha entrada num estádio de futebol e assim, no mesmo fim-de-semana em que perdi a disputa entre os vermelhos e os verdes, lá fomos, eu e o meu pai, até ao Restelo e num dos estádios mais bonitos que já vi, acabamos a vibrar com vitória do Belenenses que, nesse dia jogava com o Sporting de Braga.
Curiosamente não me recordo quem ganhou o jogo que, de forma tão inglória, acabei por não assistir. Mas, de certeza, que o Benfica ganhou.
Ao sair do estádio do Restelo o meu pai, satisfeito com o desfecho do jogo, sugeriu que fôssemos lanchar aos Pastéis de Belém.
- Meia dúzia de pastéis e uma Laranjina C sabiam bem agora, não achas? Perguntou-me ele.
Eu concordei.
Ao entrarmos na pastelaria reparei que toda a gente olhava na mesma direcção cochichando segredos imperceptíveis. Foi então que alguém me tocou, ao de leve, no ombro. Quando me virei não pude acreditar no que os meus olhos viam. Ele estava ali, ao meu lado, sorria para mim e estendia-me qualquer coisa. Uma bola de futebol, com uma assinatura, a sua.
- Soube que não pudeste ir ao estádio hoje assistir ao jogo, por isso aqui vim ter contigo e oferecer-te a bola com que marquei o golo da vitória. Disse-me.
Aceitei a bola, balbuciei um obrigado e fiquei a vê-lo afastar-se dando pequenos passos, tal qual uma papoila saltitante.
Voltei a olhar a bola e a assinatura.
- Pai - Exclamei – Era o Eusébio!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Graças a Deus é sexta feira



Um sereno fim de semana.

O Pastiche de Spielberg


Ponto prévio: Acredito que Steven Spielberg é um excelente realizador. Fez dos filmes mais emblemáticos das últimas décadas e é reconhecido, quase por todos, como um dos mais proeminentes artesãos da 7ª arte que ainda se mantêm em acção.

Ponto prévio 2: Se fizer um esforço de memória e me relembrar de todos os filmes que vi realizados por S.S., consigo, apenas, destacar aqueles em que o protagonista é Indiana Jones. Todos os outros me passaram ao lado, talvez com a excepção da Lista de Schindler. Houve mesmo alguns, como o Império do Sol, que me chatearam profundamente.

Ponto prévio 3: Sou um admirador confesso, a roçar o fanático, das Aventuras de Tintin, como está, aliás, patente, nas páginas deste blogue. Para além da admiração que já vem dos meus tempos de infante, tenho, ao longo dos anos, dedicado muitas horas, agradáveis, a reler todos os álbuns, a ler muitas obras sobre Hergé e o seu (nosso) herói e tenho também participado em alguns encontros com outros admiradores confessos. Tenho, em suma, aplicado muito do meu tempo a tentar perceber e a deliciar-me com aquilo que esta obra de Hergé me pode proporcionar. Devo acrescentar que dou por (muito) bem empregues todos os minutos que assim passo.

Ponto prévio 4: Vi, com algum agrado naíf, os vários filmes que foram feitos tendo como ponto de partida as Aventuras de Tintin, desde aqueles protagonizados por Jean-Pierre Talbot, até às animações do Templo do Sol e do Lago dos Tubarões, passando pelos pequenos filmes realizados nos anos 60 pela Belvision e os outros mais recentes, anos 80, que reproduziram, quase fielmente, o que vem nos livros.

Posto isto, era inevitável, ir assistir ao tão badalado filme que S.S. intitulou O Segredo do Licorne.
Devo dizer que o achei um excelente filme. Tecnicamente inovador, irrepreensível do mesmo ponto de vista, com emoção, ritmo e perfeitamente capaz de entusiasmar a maior parte das assistências. Senti-me agradado. Pelo menos enquanto fui capaz de me esquecer que sou um admirador confesso, quase fanático, das Aventuras de Tintin.
Porque, no momento em que voltei a vestir essa pele, que, no fundo, é a minha pele verdadeira, fiquei triste com que acabara de presenciar.
A história vai beber uns pinguinhos de sapiência às ideias de Hergé, mas depois perde-se em temas que irão agradar aos maníacos dos jogos de computador, aos que gostam das curvas e contra-curvas em que são pródigos os filmes de Hollywood, aos que desconhecem Tintin.
Eu entendo que o argumento deste filme não possa seguir, à risca, a imaginação fértil, humorística e aventureira de Hergé, que não consiga transmitir toda a ambiência global que Hergé conseguiu, que não nos maravilhe de forma tão infantilmente madura. Por isso fiquei triste, por vezes até irritado. Porque os Dupondt não são assim, incipientes; porque o capitão, por muito bêbado que seja, nunca bebeu álcool puro; porque Moulinsart, por muito misterioso que pareça, nunca foi escuro ou tenebroso; porque a Castafiore, mesmo tonitruante como é, nunca partiu um vidro com a força da sua voz; porque Sakharine foi apenas um estranho coleccionador de modelos de navios e nunca um vilão; porque as perseguições que Tintin encetou nunca foram impossivelmente absurdas; porque a felicidade de quem conheceu Tintin antes deste filme nunca foi provocada por acções tontas e imbecis, mas antes por um encantamento que vem de dentro de cada um de nós.
Por tudo isto tenho receio que, num futuro mais ou menos próximo, quando aqueles, como eu, que gostam verdadeiramente de Tintin, desaparecerem, as gerações vindouras, mais rendidas ao imediatismo efémero e menos ao permanente contínuo, acreditem que as Aventuras de Tintin são da autoria de S.S. e não de quem realmente as imaginou e lhes deu vida.
Porque este Tintin de S.S. não é o meu, o nosso, o Tintin de Hergé, o verdadeiro. É outra coisa. É apenas mais um pastiche.

Nota final: Este é um filme que eu recomendo.

Nota final 2: Mudem o nome do protagonista. Talvez Indiana Jones animado, ou Indiana Jones em Marrocos, ou Indiana Jones de poupa.

Nota final 3: Leiam as Aventuras de Tintin em papel e sintam a diferença.

Nota final 4: Desta vez, tal como na maior parte das outras, O LIVRO É BEM MELHOR QUE O FILME!

Fine Covers (XXI)



The High Lamas vs. The Smiths

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Pedaço de vida

Relembrei-me então do que a minha mãe me disse pouco tempo antes de morrer.
- Queres conhecê-lo não é? Queres falar com ele, ver o seu rosto, ouvir a sua voz?
Queria, sempre quisera, mesmo que nunca lho tenha confessado ela apercebera-se disso, facilmente.
Conhece-me como ninguém. Nem preciso de lhe falar.
Abracei-a, senti que me fugia e não que conseguia mantê-la comigo. Ela sorria-me, docemente, como sempre fizera. Mas ela sabia que eu nunca seria completo se não o conhecesse. Foi por isso que me estendeu aquele post-it com um conjunto de algarismos que eu nunca tinha visto e me disse para ir a sua casa e confrontar aquele número com o que estava na agenda escondida na cómoda do seu quarto, desde o dia em que nasci. Uma agenda vazia, quase vazia, com uma única informação.
Descansei-a, sabia que a sua memória já conhecera melhores dias, maldita doença.
Quando a voltei a ver não me reconheceu, pediu-me um cigarro, ela que nunca fumou. Daqueles fortes, que queimam por dentro, que não deixam dúvidas.
Depois de ela ter morrido comecei a fumar Ducados. Sei que nunca mais deixarei de fumar Ducados. Por ela e por mim também.
Hoje consegui, finalmente, vir a sua casa. Trago comigo um maço de cigarros e o post-it. Falta-me só a agenda e um pouco mais de coragem.

Mas, na verdade, não queria conhecê-lo, queria sim esquecê-lo. Tirar aquela ideia vaga da minha cabeça, afastar a neblina que, vezes demais, teima em tapar-me os caminhos por onde desejo seguir.
Nunca lhe disse isto a ela, porque sabia que se admitisse a vontade de o conhecer, lhe estaria a agradar, a dar-lhe mais um motivo para acreditar de que nada tinha feito de errado, queria oferecer-lhe a dádiva de que tudo o que fizera tinha valido a pena.
Não queria conhecê-lo, nunca quis. Hoje vim aqui para destruir aquilo que ainda me prende a esta nostalgia maldita que não é minha.
Rasgo o post-it e arranco a folha da agenda quase vazia. Destruo-os, desfaço-me deles e deste pedaço de vida que me incomoda.
Depois acendo um ducado e recordo-me do quanto ela era bonita.

...os bois pelos nomes... (continuação)



...e depois os racistas são os outros?!

Fine Covers (XX)



Seal vs. Al Green

Só gente séria...



...é óbvio que ainda há mais.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Fine Covers (XIX)



David Bowie vs. Nina Simone

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Fine Covers (XVIII)



Arcade Fire vs. The Cure

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Happy Birthday Neil

...os bois pelos nomes...


“Sim, confirmo. Ele chamou-me preto e fez o mesmo ao Alan(...)"

Se te tivesse chamado azul, ou amarelo, ou verde, ou idiota, ou parvo, ou paspalho, ainda podia entender o insulto, agora isto...?


Já não chegaram as histórias dos apagões, da água fria ou do penalty inventado pelo Proença, ainda vêm com estas parvoíces.

Fine Covers (XVII)



William Shatner vs. The Beatles

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Graças a Deus é sexta feira

Já por aqui disse que não nutro especial simpatia pelos nipónicos e que Sakamato é a excepção. Mais uma vez o confirmo com esta bela melodia.
Bom fim de semana.

A CNN é uma loura burra?



Se a CNN situa Cannes no norte da Península Ibérica, porque raio de razão me hei-de admirar com a loura que aparece aqui em baixo?