segunda-feira, 9 de novembro de 2009

E agora Astérix?


Uderzo afirmou há pouco tempo, no decorrer das comemorações do 50º aniversário de Astérix, que já encontrou sucessor para a continuação das aventuras do pequeno gaulês e da sua tribo de irredutíveis gauleses.
Não é caso inédito nos anais da banda desenhada. Séries tão, justificadamente, famosas como Blake e Mortimer ou Spirou, conheceram o mesmo destino.
A mim, como leitor deleitado dessas histórias, dá-me um prazer suplementar que elas continuem para lá dos seus criadores originais. Sempre surgem mais hipóteses de renovadas horas de prazer. No entanto, creio que é inevitável que se perca alguma (ou, por vezes, toda) originalidade e força criativa que, pelo menos por terem sido os primeiros, os criadores das séries imprimiram às mesmas.
Quem me conhece sabe que sou um admirador irredutível de Tintin e, hoje, passados mais de 26 anos sobre a morte de Hergé, dou graças por este autor não ter permitido a continuação das aventuras. Desse modo Tintin tornou-se, como é legítimo e natural, a obra da vida de Hergé e nós, fiéis leitores, permanecemos fiéis por isso mesmo, porque em cada renovada leitura podemos (e conseguimos) descobrir novas maneiras de ler a sua obra, sendo os motivos de prazer sempre crescentes. E depois temos o conforto de conhecer toda a obra e de a poder apreciar na sua plenitude, por quem a imaginou, criou e deu a conhecer.
Fico, por isso, um pouco apreensivo com esta decisão de Uderzo. Se bem que, depois da morte de Goscinny, Astérix se venha tornando apenas numa fraca sombra daquilo que, muito justamente, foi até finais da década de 70.
O que esperar então? Um renascimento ou apenas a continuação deste limbo pseudo criativo.
Esperemos…

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