Pela agradabilíssima surpresa e as horas muito bem passadas.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
(por acaso) Já está agendado
E se, por acaso, encontrássemos reunidos num mesmo disco os Radiohead, David Bowie, Paul Simon, Arcade Fire, Lou Reed, The Magnetic Fields, Neil Young, Randy Newman, Elbow e Talking Heads ?
E se, por acaso, a voz desse disco pertencesse a Peter Gabriel?
Então, se por acaso, no próximo dia 15 de Fevereiro derem de caras com este disco, não hesitem, é lá que está tudo isto e ainda mais!
As memórias (re)vividas
De tantas músicas que já ouvimos, de tantas sensações por que já passámos, de tantas histórias que já vivemos, não nos apetece escolher quais as melhores, quais as compensadoras, quais as indiferentes, porque todas fazem parte do conjunto, todas somadas fazem a nossa memória viva e completam os nossos sorrisos.
Há sempre, no entanto, aquelas de que mais gostamos,as que nos identificam enquanto ouvintes e sobretudo enquanto pessoas e isso é um bem a assinalar, a guardar, a partilhar.
Eu gosto de misturar as músicas, de baralhar as memórias, de as tornar a dar e a (re)viver.
histórias com música (7)
- Alguma coisa hás-de sentir - disse ele fechando a janela
- Não sei, não compreendo, não sinto na verdade – respondeu olhando as estrelas que se acendiam lá fora.
- Nem mesmo quando a manhã acorda? – tornou
-Nem aí…
Voltou a olhar a noite lá fora. Para ele era sempre noite. Embora as estrelas brilhassem lá no alto, não havia luz alguma que lhe acendesse o sorriso. Nem mesmo quando a manhã nascia.
O vazio inundara-lhe as almas, todas as que ele já vivera.
Até que naquele dia resolveu não abrir os olhos e deixou-se assim ficar. Quieto, muito quieto, sem que nada o pudesse sobressaltar.
Não soube quanto tempo assim ficou, não viu horas, nem dias, nem sons, nem movimentos.
Pouco a pouco foi deixando que um pouco de calor se lhe assomasse e começou a entender e a sentir.
Nesse dia percebeu que o sol só vem quando o queremos aceitar
- Não sei, não compreendo, não sinto na verdade – respondeu olhando as estrelas que se acendiam lá fora.
- Nem mesmo quando a manhã acorda? – tornou
-Nem aí…
Voltou a olhar a noite lá fora. Para ele era sempre noite. Embora as estrelas brilhassem lá no alto, não havia luz alguma que lhe acendesse o sorriso. Nem mesmo quando a manhã nascia.
O vazio inundara-lhe as almas, todas as que ele já vivera.
Até que naquele dia resolveu não abrir os olhos e deixou-se assim ficar. Quieto, muito quieto, sem que nada o pudesse sobressaltar.
Não soube quanto tempo assim ficou, não viu horas, nem dias, nem sons, nem movimentos.
Pouco a pouco foi deixando que um pouco de calor se lhe assomasse e começou a entender e a sentir.
Nesse dia percebeu que o sol só vem quando o queremos aceitar
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
domingo, 27 de dezembro de 2009
histórias com música (6)
- Quando te emocionas choras? – Perguntou ela
É verdade, quando me emociono choro, pensou antes de responder.
Sinto uma onda de doçura, de arrependimento, mesmo quando nada fiz. Uma carga de enorme injustiça que paira sobre mim, mas também uma plenitude que não me deixa dúvidas. Uma espécie de vingança por aquilo que o mundo não me deixa fazer, mas que uma justiça incógnita se encarrega de levar a cabo. Uma impotência que me ata as mãos, mas também uma liberdade que me dá asas …
- Choro – respondeu ele
- Porque te sentes pequeno, mas ao mesmo tempo enorme? – Voltou a perguntar
- Sim, porque me sinto amargo, mas ao mesmo tempo doce…
É verdade, quando me emociono choro, pensou antes de responder.
Sinto uma onda de doçura, de arrependimento, mesmo quando nada fiz. Uma carga de enorme injustiça que paira sobre mim, mas também uma plenitude que não me deixa dúvidas. Uma espécie de vingança por aquilo que o mundo não me deixa fazer, mas que uma justiça incógnita se encarrega de levar a cabo. Uma impotência que me ata as mãos, mas também uma liberdade que me dá asas …
- Choro – respondeu ele
- Porque te sentes pequeno, mas ao mesmo tempo enorme? – Voltou a perguntar
- Sim, porque me sinto amargo, mas ao mesmo tempo doce…
sábado, 26 de dezembro de 2009
O Oscar que interessa
A primeira vez que o encontrei foi no livro. Depois a Lidia Franco mostrou-mo no palco. Agora o seu autor,Éric-Emmanuel Schmitt, transportou-o para o grande écran. Ainda não o vi, não sei se tenho coragem para levar outra tareia, para me confrontar com a enormidade de Oscar e da sua capacidade para nos levar até onde muito poucos são capazes. Não sei se consigo aguentar tão grande inundação de crueza bela, que nos despe completamente e nos deixa à mercê da nossa efemeridade e da imbecilidade das nossas preocupações mesquinhamente quotidianas.
Porque este Oscar e a Senhora Rosa, que aqui descobrimos, podem ser o último passo para conhecermos a verdadeira dimensão da beleza e da sua finitude. Beleza alcançável mas apenas por aqueles que percebem que o que vamos fazendo e construindo pode desaparecer num breve segundo.
Este é o Oscar que, verdadeiramente, interessa. Os outros são apenas bonecos...
Vampirices
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
sábado, 19 de dezembro de 2009
histórias com música (5)
Gostava de se sentar à sombra daquela velha árvore.
Por ali o tempo demorava mais a passar, os dias corriam lentos e mesmo quando o Inverno mandava, o sol ficava sempre mais um bocadinho, como se tivesse relutância em abandonar aquele local.
Era nesses dias infindáveis que ele mais gostava de se demorar.
Arrumava-se então. Ficava muito quieto e deixava que o calor se apoderasse dele.
Fechava os olhos e abria a mente.
As imagens não demoravam a chegar e ele embarcava, gostosamente, naquela viagem, em cada nova viagem. Ganhando cada vez maior confiança, saboreando aquela certeza de que, mesmo não saindo do mesmo lugar, visitava todo um mundo.
E de cada vez que sentava junto aquela árvore sorria e na sua mente surgiam as palavras mágicas: eu consigo lembrar-me!
Por ali o tempo demorava mais a passar, os dias corriam lentos e mesmo quando o Inverno mandava, o sol ficava sempre mais um bocadinho, como se tivesse relutância em abandonar aquele local.
Era nesses dias infindáveis que ele mais gostava de se demorar.
Arrumava-se então. Ficava muito quieto e deixava que o calor se apoderasse dele.
Fechava os olhos e abria a mente.
As imagens não demoravam a chegar e ele embarcava, gostosamente, naquela viagem, em cada nova viagem. Ganhando cada vez maior confiança, saboreando aquela certeza de que, mesmo não saindo do mesmo lugar, visitava todo um mundo.
E de cada vez que sentava junto aquela árvore sorria e na sua mente surgiam as palavras mágicas: eu consigo lembrar-me!
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
histórias com música (4)
Acordou já a noite ia longa.
Lá fora a neve caía. Incessante, gloriosa na sua alvura gelada.
A lareira continuava acesa, adornando a parede da sua casa com silhuetas fantasmagóricas.
Fechou os olhos e imaginou os sons que podiam acompanhar aquele bailado de sombras.
A voz do anjo soou-lhe deslumbrante por entre as brumas que entretanto se tinham formado à volta do fogo, que crepitava agora ainda mais vivo.
Algo de transcendente lhe acalmou os sentidos, fazendo com que o sono se aproximasse outra vez e ele deixou-se levar.
Viu-se sentado, sozinho, numa mesa enorme, a perder de vista, num cenário irreal…
Alguém lhe sussurrou ao ouvido:
- This is the supper of the mighty one.
Lá fora a neve caía. Incessante, gloriosa na sua alvura gelada.
A lareira continuava acesa, adornando a parede da sua casa com silhuetas fantasmagóricas.
Fechou os olhos e imaginou os sons que podiam acompanhar aquele bailado de sombras.
A voz do anjo soou-lhe deslumbrante por entre as brumas que entretanto se tinham formado à volta do fogo, que crepitava agora ainda mais vivo.
Algo de transcendente lhe acalmou os sentidos, fazendo com que o sono se aproximasse outra vez e ele deixou-se levar.
Viu-se sentado, sozinho, numa mesa enorme, a perder de vista, num cenário irreal…
Alguém lhe sussurrou ao ouvido:
- This is the supper of the mighty one.
We'll never walk alone
Eu sempre andei com eles, não exclusivamente com eles, mas sincera e alegremente com eles.
Têm-me acompanhado ao longo de muitos anos. Nas suas cores mais extraordinárias, nas suas formas mais estranhas, nos caminhos por tenho andando. De cada vez que me despeço, o olhar fica triste, o caminhar mais lento.
Quando estão parados gosto de olhar para eles, de recordar todos os passos, de lhes saber todos os quilómetros que juntos passámos.
O caminho vai continuar a juntar-nos e de cada vez que um pé der um novo passo, maior é a convicção de nunca andaremos sozinhos!
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Memórias juvenis
hsitórias com música (3)
- Gosto quando o vento me bate no rosto e sinto os cabelos a soltarem-se ao seu sabor.
De olhos fechados entrou no carro e deixou-se ficar, queda, esperando pelo momento.
Quando o motor começou a ronronar, abriu a janela e abriu os olhos. Viu o sol por entre as nuvens, sentiu o vento a saudá-la.
Quando o carro começou a andar, devagar, um sorriso desenhou-se no seu rosto.
À medida que a velocidade aumentava sentiu o corpo a soltar-se e a vaguear por entre as árvores.
Conseguia voar. Tinha sido assim toda a sua vida…
O banco de trás elevava-se a alturas gigantescas. E ela deixava-se levar naquela estrada sem fim, mesmo sabendo que o banco da frente estava vazio.
De olhos fechados entrou no carro e deixou-se ficar, queda, esperando pelo momento.
Quando o motor começou a ronronar, abriu a janela e abriu os olhos. Viu o sol por entre as nuvens, sentiu o vento a saudá-la.
Quando o carro começou a andar, devagar, um sorriso desenhou-se no seu rosto.
À medida que a velocidade aumentava sentiu o corpo a soltar-se e a vaguear por entre as árvores.
Conseguia voar. Tinha sido assim toda a sua vida…
O banco de trás elevava-se a alturas gigantescas. E ela deixava-se levar naquela estrada sem fim, mesmo sabendo que o banco da frente estava vazio.
Casamentos gay católicos?
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
O (bom) sabor dos velhos tempos
Nestes novos tempos em que tudo o que faz bem é light, livre de colesterol, com gordura a roçar o mínimo admissível. Em que os sabores se esqueceram de ser, em que a obesidade torna os jovens em casos desesperados, em que o inimigo silencioso faz mais barulho que o Concorde. Em que para ser bela/o, tem que se sofrer torturas atrozes, em que para ser incluído tem que excluir o prazer. Sabe bem reexperimentar um sabor de antigamente, quando podíamos comer na santa ignorância que nos fazia felizes.
É bom saber (e saborear) que há sabores que nunca mudam.
A manteiga Primor, por exemplo.
histórias com música (2)
Emergiu no meio do fumo.
Andava devagar, com movimentos demorados. Em câmara lenta.
Parou, olhou para trás e deixou cair o livro que, timidamente, segurava na mão esquerda.
Ele apressou-se a apanhá-lo.
Tentou devolvê-lo.
Ela olhou-o lenta e profundamente. Num momento imenso. Num tempo parado.
Ele estacou, siderado. Nunca o tinham olhado assim.
- Obrigada – disse ela, afastando-se de seguida.
Quando conseguiu voltar a pestanejar, ela já tinha desaparecido, no meio do fumo que se desprendia dos comboios.
Na sua mão ficou o livro, olhou-o então.
A Divina Comédia, Dante Alighieri…
Andava devagar, com movimentos demorados. Em câmara lenta.
Parou, olhou para trás e deixou cair o livro que, timidamente, segurava na mão esquerda.
Ele apressou-se a apanhá-lo.
Tentou devolvê-lo.
Ela olhou-o lenta e profundamente. Num momento imenso. Num tempo parado.
Ele estacou, siderado. Nunca o tinham olhado assim.
- Obrigada – disse ela, afastando-se de seguida.
Quando conseguiu voltar a pestanejar, ela já tinha desaparecido, no meio do fumo que se desprendia dos comboios.
Na sua mão ficou o livro, olhou-o então.
A Divina Comédia, Dante Alighieri…
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
O caminho certo...
Às vezes vale a pena subir a montanha, explorar o desconhecido, passar para além dos sentidos, desafiar os elementos.
Às vezes só assim nos é permitido conhecer o belo e esse, quando alcançado, deve ser mantido num local seguro, onde, só com esforço, consiga ser alcançado.
Porque o mundo está cheio de coisas efémeras e aquilo que vale, verdadeiramente, a pena conhecer, só existe se a luta for desigual e a conseguirmos vencer.
É esse o prémio para os que ultrapassam as barreiras do quotidiano, é essa a glória dos esquecidos do mundo, daqueles para quem o Céu não é apenas uma miragem, um desejo em que não acreditam verdadeiramente.
É só subir a montanha.
A dificuldade está, apenas, em encontrar o caminho certo…
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
histórias com música (1)
- Deixa-me espreitar – pediu ele, esboçando um sorriso inocente.
Numa inocência planeada, perfeitamente culpada, pensada, criada a priori, das piores, das que são tidas como certas.
Ela sorriu também.
- E porque queres espreitar?
Para essa já ele tinha engatilhado resposta pronta, infalível.
-Porque sou um pequeno malandrete, mas quero tornar-me no rei do castelo...
Numa inocência planeada, perfeitamente culpada, pensada, criada a priori, das piores, das que são tidas como certas.
Ela sorriu também.
- E porque queres espreitar?
Para essa já ele tinha engatilhado resposta pronta, infalível.
-Porque sou um pequeno malandrete, mas quero tornar-me no rei do castelo...
histórias de Rosa Branca
XXI
Naquela manhã o céu era de cobre. Pesado, escuro, mas também colorido. Havia tensão no ar. Quase se podia senti-la queimando os membros, obrigando-os a esforços complementares.
Zacarias abeirou-se da janela do seu quarto. Abriu e inspirou profundamente. O cheiro a terra molhada era das melhores sensações que alguma vez tinha experimentado. O estranho da situação era o facto de não chover há várias semanas.
A sua cidade estava quieta, os seus habitantes, como de costume, mantinham-se mudos e quedos, como seria de esperar. Zacarias preparou-se para fazer a sua habitual ronda matinal. Passava, desde sempre, uma minuciosa revista a todas as ruelas, a todos os caminhos, pedras e a eventuais almas que não conseguiam descanso. E algumas tinha encontrado ao longo dos anos.
Naquela manhã, em que o céu tinha uma tonalidade estranha e em que a terra estava molhada sem chuva, Zacarias sabia que algo importante iria acontecer. Foi por isso com naturalidade que encarou com o Velho e o ouviu sem se surpreender…
(continuará)
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
A kind of a trick
Os clones dos Genesis voltaram a Lisboa para recriar The Trick of The Tail, o primeiro disco pós-Gabriel. Eu vi-os há cerca de dois anos quando refizeram o Foxtrot e Selling England. E gostei. Se fechasse os olhos diria que tinha recuado no tempo e estava a ouvir os originais.
Desta vez não fui, mas não tenho dúvida que fizeram sonhar os verdadeiros admiradores da banda, como eu.
Como forma de homenagem, aqui deixo os Genesis naquela que, muito possivelmente, foi a sua última canção admirável. Afterglow de Wind and Wuthering, na última tourné do grupo, a de 2007.
Os palhaços pobres (de espirito)
Em tempo de Natal, quando a procura pelo espectáculo circense é mais efectiva, surge-nos esta pérola digna dos anais de qualquer malabarista menor e palhaço sem graça de que há memória.
Minhas senhoras e meus senhores, eis o maior espectáculo do mundo, o (triste) parlamento português.
Apreciai,
Minhas senhoras e meus senhores, eis o maior espectáculo do mundo, o (triste) parlamento português.
Apreciai,
histórias de Rosa Branca
XX
Jordão recordou-se então daquela noite em que o céu se inclementava perante os mortais.
Viu-se a si próprio sentado na antiga mesa de madeira, olhando com uma atenção fingida o velho documento que o avô lhe tinha entregado há já tantos anos. Via-o outra vez, já perdera a conta às vezes que para ele tinha olhado, lido e relido, visto por fora e por dentro, descodificado e tornado a baralhar num amontoado de dúvidas, de incertezas, de avanços e recuos que nunca lhe deram qualquer verdade.
Jordão recuou àquela noite em que o céu estava mais escuro que o habitual, em que um vento ensurdecedor levantava tudo o que não tivesse raízes, àquela noite em que ninguém se atrevia a sair, em que todas as luzes, de todas as casas, se encontravam apagadas, porque ninguém ousava desafiar a raiva que alguém tinha lançado sobre a pequena povoação.
Jordão tinha bem presente o som que ouviu junto da porta de sua casa e de como percebeu, imediatamente, que não era o vento, ou a chuva que o provocavam.
Quando, a medo, resolveu finalmente abrir a porta, viu no degrau mais alto duas pétalas de rosa, uma branca e uma vermelha, entrelaçadas e, no meio daquele breu impenetrável, a luz surgiu-lhe como por milagre e ele entendeu o que tinha que fazer.
(continuará)
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
A enorme vigária
E agora uma pequena colecção de cenas finais de uma das mais divertidas séries produzidas pela BBC.
Enjoy it...
Enjoy it...
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Salvem a Bertrand
A Buchholz já foi. Agora outros alemães colocaram as livrarias Bertrand à venda. Para bem de todos nós espera-se que os compradores tenham o bom senso de mantê-las vivas e à tona.
No entanto eu tenho medo, muito medo que, por este andar, qualquer dia só possamos comprar livros em sítios que não os respeitam, no meio de multidões que não os vêem, neste país que se vai esquecendo que a vida não é feita de ídolos de barro, regados com morangos açucarados.
O CM é que sabe!
Aí está o CM na vanguarda das noticias que, verdadeiramente, interessam!
«(...)Oito anos depois do início do namoro, o romance entre o primeiro-ministro José Sócrates e a jornalista Fernanda Câncio pode ter chegado ao fim. Segundo a revista 'Flash', os dois não têm sido vistos juntos nos últimos tempos e há muito que Sócrates deixou de frequentar a casa da namorada, onde chegou a viver.(...)»
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
domingo, 6 de dezembro de 2009
Uma doce vingança
Tenho esta mania, muito arreigada em mim, de que não gosto dos japoneses. Porque me irritam com as suas comezinhices, com as suas manias que me parecem excêntricas, esquisitas, fora de todos os contextos. Sei que são preconceitos e assumo-os como tal, não me importo com isso e vou continuando a afirmar, peremptoriamente, de que não gosto dos japoneses e da sua cultura que me parece tão irritante.
Mas depois, e há sempre um depois, surge algo, ou, neste caso, alguém, que me dá um pontapé nas certezas e se vinga de mim com uma coisa como esta, mostrando-me que todos os preconceitos mais não são que parvoíces encapotadas por certezas estúpidas.
É assim como uma espécie de vingança, neste caso uma vingança doce...
Mas depois, e há sempre um depois, surge algo, ou, neste caso, alguém, que me dá um pontapé nas certezas e se vinga de mim com uma coisa como esta, mostrando-me que todos os preconceitos mais não são que parvoíces encapotadas por certezas estúpidas.
É assim como uma espécie de vingança, neste caso uma vingança doce...
E agora Queiroz (II)
No Folha on line vinha isto:
«(...)Sou brasileiro, o Brasil é meu país. Mas também amo e sou grato a Portugal e quero retribuir com o meu trabalho. Estarei dividido e vou procurar fazer meu trabalho", completou Liedson.»
E agora Queiroz, qual é exactamente o trabalho deste rapaz? É estar dividido? É marcar nas duas balizas ou escolher apenas aquela que se opõe à do seu país, como é normal que faça?
E agora Queiroz?
Vais convocá-lo? Ou vais oferecê-lo ao Duda?
sábado, 5 de dezembro de 2009
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
E agora Queiroz?
«Brasil, Coreia do Norte e Costa do Marfim no caminho de Portugal
O sorteio da fase final do Campeonato do Mundo de futebol colocou a selecção portuguesa no Grupo G e ditou como rivais da equipa treinada por Carlos Queiroz o Brasil, a Coreia do Norte e a Costa do Marfim(...)»
E agora Queiroz?
Ainda nos estão atravessadas as últimas seis batatas brasileiras.
A Costa do Marfim é apenas uma das melhores selecções africanas, onde impera um senhor chamado Drogba.
A Coreia do Norte é uma eterna desconhecida, mas já em 66 nos marcou três golitos sem resposta, até que o senhor Eusébio acordou e resolveu dar a volta à questão, mas parece que ele já não joga.
E agora Queiroz?
Ainda somos candidatos?
Ou será que agora é que somos candidatos?
A quê?
Agora Queiroz... parece que é contigo!
Reino dos Céus?
Hoje no i on line:
«Transexuais e homossexuais não entrarão no Reino dos Céus, não sou eu quem diz, e sim S. Paulo, garante o cardeal mexicano Javier Barragan, recém-aposentado de funções no Vaticano.(...)
Em declarações publicadas no site pontifex.roma, o cardeal defende que "não se nasce homossexual, torna-se homossexual. Por várias razões, por educação, por não ter desenvolvido a dignidade durante a adolescência... Talvez [os homossexuais] não sejam culpados, mas por irem contra a dignidade do corpo, certamente não entrarão no Reino dos Céus(...)»
Resta saber se, de facto, será tão importante assim entrar no Reino dos Céus? Até porque, até hoje, ainda ninguém nos conseguiu esclarecer, concretamente, qual a estrada que lá vai dar e se o prometido paraíso não será mais que uma quimera.
E depois, como dizia a outra, good girls go to heaven, bad girls go everywhere...
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Caim (e Abel)
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
A literatura e o senhor Brown
Os doutos entendidos em questões de literatura dizem-nos que isto não o é. Que são umas historietas contadas por um senhor com o seu quê de manhoso, que aproveita temas que suscitam a curiosidade mórbida dos potenciais leitores, para vender uns quantos milhares, milhões, de palavras mal engendradas e assim enriquecer à custa de tolos que não fazem a mínima ideia do que é a literatura e para que servem os livros.
Pois eu confesso que, apesar de ler muito e de nunca me sentir satisfeito com a quantidade de livros que leio, também não consegui, ainda, descobrir o que é, exactamente, a literatura, embora tenha uma (leve) ideia do propósito dos livros.
E esse, creio eu, está perfeitamente cumprido nas páginas que o senhor Brown nos vem deixando. Puro entretenimento, alguma descoberta, ficção q.b., um crescente interesse pelo que se está a ler e uma satisfação garantida quando se chega ao fim da leitura.
Dei sempre por muito bem empregue todo o tempo que demorei a ler os seus livros e agora, quando acabo de ler o Símbolo Perdido, reforço esse meu sentimento.
Gostei bastante, empolguei-me e até, pasme-se, fiquei satisfeito.
Mesmo não sabendo, ainda, o que é a literatura, mais uma vez fiquei convencido de que os livros servem para nos satisfazer e este cumpriu o seu dever.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Uma rapsódia a valer!
De visita a um dos meus sitios do costume, deparei-me com esta maravilha.
Nunca esta canção (que até uma das minhas preferidas desta banda) me soou tão perfeita!
Nunca esta canção (que até uma das minhas preferidas desta banda) me soou tão perfeita!
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
25 de Novembro
terça-feira, 24 de novembro de 2009
A sorte dança em Covent Garden
histórias de Rosa Branca
XIX
O tempo era de espera, como, aliás, vinha acontecendo nas últimas dezenas de anos. Tinha sido uma espera longa, mas nunca desesperada, eles sabiam bem o que poderia acontecer se, por um mero acaso, acontecesse um pequeno deslize, por muito diminuto que fosse.
Por isso, quando sentiram que algo, ou alguém, se vinha aproximando demasiado da entrada que tinham mantido secreta por tantos anos, todos os alertas foram accionados.
Uma manobra de diversão tinha sido, por isso, activada. Aqueles que, de entre os seus, viviam do lado de fora, foram avisados e todas as atenções tinham sido desviadas para outros propósitos.
Jordão olhou nesse momento para baixo e viu Violeta que corria na direcção errada. Abriu então as suas asas e, nesse instante, todos pararam o que estavam a fazer.
(continuará)
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Ary dos Santos - Rua da Saudade
Um grupo de quatro meninas, resolveu recriar alguns dos poemas que José Carlos Ary dos Santos construiu para algumas das mais belas canções dos anos 70.
Gostei particularmente desta, que abaixo podemos ver, na mais simpática voz que integra o projecto.
Já agora, se assim o desejarem, espreitem aqui o original, cantado por Hugo Maia Loureiro no Festival da Canção de 1970, onde conquistou o segundo lugar.
Gostei particularmente desta, que abaixo podemos ver, na mais simpática voz que integra o projecto.
Já agora, se assim o desejarem, espreitem aqui o original, cantado por Hugo Maia Loureiro no Festival da Canção de 1970, onde conquistou o segundo lugar.
histórias de Rosa Branca
XVIII
Enquanto se dirigia para o café, Violeta apertou contra si o antigo manuscrito que num dia, aparentemente já esquecido, Santiago lhe tinha dado a guardar, dizendo que nunca o mostrasse a ninguém até que o dia chegasse. Hoje, pensou Violeta, é o dia.
E releu-o pela milésima vez:
Debaixo do chão viviam os outros, os que não se atreviam a subir. Aqueles para quem o sol estava interdito. Debaixo do chão construíram a sua vida, a sua cidade, o seu sonho e nunca saiam à superfície, porque na superfície vivia o mal que a todos culpava, que a todos olhava com o seu único olho, feito de fogo e lava, feito de fel e amargura, feito de chuva e ventos.
Na superfície reinava o terror, mesmo que os de cima nunca o vissem, mesmo que os de cima não acreditassem, mesmo que os de cima continuassem cegos perante a dor, perante a tristeza, perante a vida.
Debaixo do chão, apesar da escuridão aparente, as luzes nunca se apagavam e o frio nunca chegava, porque debaixo do chão estavam aqueles que conheciam …
Começou então a correr...
(continuará)
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Um perfeito fim de tarde
Quando lá fora o frio e a chuva vão anunciando a noite, sabe bem ficar perto da janela, admirando as imagens da cidade que se vão recortando à nossa frente, ao mesmo tempo que o agradável sabor dum café quente nos aquece a alma e amacia a torrada de onde vai pingando a manteiga já derretida.
Um som baixinho sai do pequeno aparelho de rádio, ali mesmo ao lado repousa a leitura guardada para mais daqui a pouco.
Acredito que se desenha assim, o fim de tarde perfeito…
Ciências Ocultas?
Lido hoje no i on-line:
«Figo apanhado nas escutas de Vara e Sócrates
O apoio de Luís Figo a José Sócrates nas últimas legislativas custou 75 mil euros a uma empresa pública, publica hoje o Correio da Manhã (CM).
O ex-futebolista esteve presente num pequeno-almoço no Hotel Altis Belém no último dia da campanha, onde anunciou o seu apoio a Sócrates.(...)»
Por outras razões já lhe chamaram pesetero, agora nisto custa-me a acreditar, parece uma história saida de imaginações peritas em ciências ocultas, daquelas que não dão a cara...
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Vejamos então...
Tenho estas imagens todas que se vão mexendo à minha frente. Tantos botões, tantos canais, tanto barulho, tanta confusão.
O que vou vendo aqui, vou esquecendo já ali, porque não seguro nada do que me mostram, não retenho um milímetro de palavra, de som, de imaginação.
Se conseguir parar toda esta parafernália, talvez consiga entender o quero daqui. Certamente não a velocidade enganadora que me querem oferecer.
Não.
Vou desligar todos os botões e olhar, para ver, o que realmente interessa.
É aqui que mora o encantamento, a sabedoria, o sonho. O resto, o que está á volta, são apenas imagens mortas, aqui sim, a vida começa.
Vejamos então…
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Soon
Retirado do baú das minhas memórias, das minhas mais gratas memórias musicais, um dos mais belos momentos que o chamado rock progressivo nos ofereceu, a parte final de Gates of Delirium, do álbum Relayer, que ficou conhecida como Soon. Aqui numa versão mais velha, cerca de 28 anos, que o original.
Por favor desfrutem:
Por favor desfrutem:
Destaques da nossa imprensa (pelo menos de alguma)
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Haverá sempre o Outono
Há quem acredite piamente no Verão.
Há quem acredite infinitamente no amor.
Há quem pense que o destino nos marca as horas e nos leva pela mão.
Mas também há quem consiga contar os dias ao contrário.
Quem consiga sonhar mais longe do que imaginava ser possível.
Há quem perca as esperanças…
Mas também há quem as ganhe de novo.
Senão no Verão, então no Outono que lhe sucede.
Há quem acredite infinitamente no amor.
Há quem pense que o destino nos marca as horas e nos leva pela mão.
Mas também há quem consiga contar os dias ao contrário.
Quem consiga sonhar mais longe do que imaginava ser possível.
Há quem perca as esperanças…
Mas também há quem as ganhe de novo.
Senão no Verão, então no Outono que lhe sucede.
O Estado do casamento
Que diabo tenho eu a ver com o facto do João e do Manel gostarem um do outro e quererem casar?
O que me interessa a mim se a Isabel e a Maria desejam contrair matrimónio?
Quero lá saber se o Joaquim e a Luísa querem trocar alianças.
Será que não temos, todos, os mesmos direitos? Será que é o Estado que deve definir o sexo da pessoa com que cada um quer casar?
Não somos todos iguais aos olhos do Direito?
Ou afinal Orwell é que tinha razão e não passamos de porcos.
Uns mais iguais que outros…
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
O Marcelo e as suas escolhas
Até gosto de o ouvir, sabendo de antemão que tem uma agenda pessoal e aquele ego imenso, próprio de quem não admite erros, a não ser os alheios.
Ontem só o ouvi por poucos minutos, mas ainda fui a tempo de assitir à apresentação das novidades editoriais:
«(...)o último livro de Baptista Bastos, interessante como sempre, Elegia para um Caixão Vazio(...)»
Ora, sabendo que este livro foi editado em 1984 pelas extintas edições O Jornal, pergunto-me, será que o Marcelo sabe mesmo do que fala?
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