é verdade... este bolgue fez 10 anos no passado dia 11.
paz à sua alma...
terça-feira, 17 de novembro de 2015
De paris a damasco
A brutalidade não tem nome, por muitos que lhes queiramos
dar. A brutalidade é cega e muda e louca também. E nós damos-lhe corpo, porque
somos complacentes, porque fechamos os olhos também, porque viramos as costas,
porque somos cúmplices.
Até que a brutalidade nos bate à porta e nós, inocente e
ingenuamente, lha franqueamos e damos de caras com a sua inominável e terrífica
face.
E assustamo-nos e caímos e, muitas vezes, não sabemos como
voltar a levantarmo-nos.
Sabemos, se assim o quisermos, que fomos nós que a
alimentámos, que lhe demos força e razão e, sobretudo, que a ignorámos porque a
sabíamos longe e com os olhos postos noutras casas.
Mas, por ser cega e bruta e não reconhecer ninguém, ela toma
caminhos que não queríamos, que julgávamos impossíveis. E chega até nós.
Que fazemos então? Choramos, revoltamo-nos e respondemos-lhe
com uma maior força, inventamos uma nova cara para a brutalidade e pensamos
estar a fazer o que é correto.
E descansamos…
Até ela voltar a sacudir-nos na nossa modorra e mostrar de
novo a sua cara, desta vez ainda mais feia e terrível.
E aí a história repete-se. Até quando?
Paris é uma outra Nova Iorque, como Beirute é Bagdad, ou Jerusalém
se confunde com Damasco. E são tantos os exemplos...
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