segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Bom tempo
No tempo em que não sonhávamos com pc's, telemóveis, psp's, nitendos, ipods, kindles, ipads.
Num tempo em que a aventura ainda era verdadeira.
Bom tempo...
Num tempo em que a aventura ainda era verdadeira.
Bom tempo...
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
The day after
Votamos todos, ou quase, quer dizer, ou quase de quase. Ganhou o que se esperava que ganhasse e, de resto, todos nós perdemos, mesmo aqueles que votaram no mesmo. A falta de perspectivas novas, a falta de desafios entusiasmantes, a atracção pelo abismo, vão à cabeça de tudo. Tenho esperança que consigamos seguir em frente, tenho pouca esperança de poder assistir a isso durante o meu período de validade. A vida não se compadece com as asneiras, tantas, que foram cometidas nos últimos anos pelos nossos governantes.
Senhor ajuda-nos, mostra-lhes que Boliqueime mais não é que o meio do caminho para a perdição...
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Presidenciais
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Bowie (again and again)
Eu sei que é a terceira vez em dois dias, mas, que diabo, gosto mesmo desta canção!
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Tintin 82
Efeméride (II)
Há pouco disse-vos que passam hoje 12 anos que vi The Divine Comedy no CCB.
E foi nesse mesmo dia que descobri esta banda que, por feliz coincidência, fez a primeira parte.
E foi nesse mesmo dia que descobri esta banda que, por feliz coincidência, fez a primeira parte.
A dor (I)
É bom sentir que, às vezes, ainda me dói.
Assim uma dor fininha, como se uma lâmina com a dimensão de um pequeno palito me entrasse pelo peito e fosse escavando lenta e esforçadamente o seu caminho até ao meu coração. Demorando um tempo infinito e fazendo com que um pequeno rio de sangue se vá escoando pelo túnel que vai escavando.
Nos primeiros tempos doía-me muito, era quase insuportável.
Aos poucos fui-me habituando. Até que começou a desaparecer. Lembro-me do primeiro dia em que não a senti, foi estranho, como se uma rotina fosse quebrada abruptamente.
Quase que me assolou uma tristeza, pelo menos uma melancolia vaga.
Somos animais de hábitos e por estranho que possa parecer também nos habituamos à dor e dela sentimos falta quando não vem.
Mas esta continuou a vir. A espaços. Às vezes lembrava-se do quanto tinha sido forte e assolava-me em toda a sua grandeza, mas a maior parte das vezes ia enfraquecendo e estava muitos dias sem aparecer.
Foi nessa altura que comecei a sair mais. A passear pela cidade. Estive tanto tempo sem sair que quase me tinha esquecido de como era bonita, de quanto me fazia falta.
Saía logo pela manhã, muito cedo. Ela dava-me as boas vindas enchendo-se de sol e eu aproveitava-a.
Deixava-me inundar por uma luz incomparável e, juro, ouvia sons que mais ninguém ouvia.
Sorria pelas ruas cheias de gente, chegava até a gargalhar, uma vez por outra dançava e cantava alto. Mas nunca ninguém pareceu reparar.
Aliás, raras eram as pessoas que olhavam para mim. E cruzei-me, algumas vezes, com caras conhecidas, mas nem esses pareciam reconhecer-me.
Na verdade pouco me importava. Desfrutava da cidade como ninguém e isso bastava-me.
O sol e a luz que me banhavam eram-me suficientes.
Quando chovia não saía.
Lembro-me que, uma vez por outra, alguém me sorria, raro mas acontecia. Houve até quem me dirigisse a palavra, mas isso só acontecia à noite, quando o movimento era menor, quase inexistente e quando a lua estava alta e cheia e a sua luz era tão ou mais intensa que muitos dias soalheiros. Quando isso acontecia a dor espreitava-me e assinalava a sua presença.
Por isso nunca respondia, limitava a sorrir e seguia o meu caminho.
Depois a dor desapareceu por completo. Nem sei quantos dias, semanas ou meses esteve sem acordar.(...)
Assim uma dor fininha, como se uma lâmina com a dimensão de um pequeno palito me entrasse pelo peito e fosse escavando lenta e esforçadamente o seu caminho até ao meu coração. Demorando um tempo infinito e fazendo com que um pequeno rio de sangue se vá escoando pelo túnel que vai escavando.
Nos primeiros tempos doía-me muito, era quase insuportável.
Aos poucos fui-me habituando. Até que começou a desaparecer. Lembro-me do primeiro dia em que não a senti, foi estranho, como se uma rotina fosse quebrada abruptamente.
Quase que me assolou uma tristeza, pelo menos uma melancolia vaga.
Somos animais de hábitos e por estranho que possa parecer também nos habituamos à dor e dela sentimos falta quando não vem.
Mas esta continuou a vir. A espaços. Às vezes lembrava-se do quanto tinha sido forte e assolava-me em toda a sua grandeza, mas a maior parte das vezes ia enfraquecendo e estava muitos dias sem aparecer.
Foi nessa altura que comecei a sair mais. A passear pela cidade. Estive tanto tempo sem sair que quase me tinha esquecido de como era bonita, de quanto me fazia falta.
Saía logo pela manhã, muito cedo. Ela dava-me as boas vindas enchendo-se de sol e eu aproveitava-a.
Deixava-me inundar por uma luz incomparável e, juro, ouvia sons que mais ninguém ouvia.
Sorria pelas ruas cheias de gente, chegava até a gargalhar, uma vez por outra dançava e cantava alto. Mas nunca ninguém pareceu reparar.
Aliás, raras eram as pessoas que olhavam para mim. E cruzei-me, algumas vezes, com caras conhecidas, mas nem esses pareciam reconhecer-me.
Na verdade pouco me importava. Desfrutava da cidade como ninguém e isso bastava-me.
O sol e a luz que me banhavam eram-me suficientes.
Quando chovia não saía.
Lembro-me que, uma vez por outra, alguém me sorria, raro mas acontecia. Houve até quem me dirigisse a palavra, mas isso só acontecia à noite, quando o movimento era menor, quase inexistente e quando a lua estava alta e cheia e a sua luz era tão ou mais intensa que muitos dias soalheiros. Quando isso acontecia a dor espreitava-me e assinalava a sua presença.
Por isso nunca respondia, limitava a sorrir e seguia o meu caminho.
Depois a dor desapareceu por completo. Nem sei quantos dias, semanas ou meses esteve sem acordar.(...)
Morrisey vs Bowie
Quando procurava a música do Bowie postada anteriormente, deparei-me com esta versão de Morrisey, embora a qualidade do filme não seja a melhor, parece-me, já que gosto tanto desta canção, que não a deveria deixar de partilhar aqui. Enjoy.
Bowie (again)
Acho que há alguns posts atrás já vos disse que o Camaleão fez 64 anos no sábado e também creio que postei esta música, mas que diabo, gosto tanto dela que aqui vai outra vez, numa versão mais nova!
Chuva de pássaros
De repente do céu começaram a cair pássaros. Do céu, que é o lugar natural dos pássaros. Perderam as asas, perderam altitudes, perderam a vontade de voar. E cairam. Aos milhares. Deixaram-se morrer e espalharam-se pelo chão, que não é o lugar natural dos pássaros.
O homem que os viu assim achou mil presságios, pensou no fim do mundo, no completar dos tempos, no fim da sua sonhada imortalidade.
Os pássaros afinal, vieram apenas mostrar a sua finitude, como tudo o que caminha nesta terra, mesmo para aqueles que, de tão cheios de si próprios, nem se apercebem que o céu também se cansa de esperar.
Cavaco à bulha
domingo, 9 de janeiro de 2011
sábado, 8 de janeiro de 2011
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
pepe e lupe
O dia amanheceu quente, muito quente. Sentíamos as horas a derreter-se à medida que um tiquetaque de relógios imaginários soava na cabeça de todos os presentes.
O silêncio era, apesar de tudo, vibrante.
Gotas de suor escorriam em cada face, molhavam todos os cabelos e um cheiro adocicado transbordava das paredes daquele salão onde não cabia mais ninguém.
No primeiro degrau de uma espécie de altar, Pepe aguardava…
Na verdade, todos os que ali estavam aguardavam.
Todos nós esperávamos pela nossa hora.
Quando ela entrou pela porta que ficava nas nossas costas, silenciosa, ninguém precisou de se virar para o perceber.
A brisa, que sempre a acompanhava, tocou-nos a todos. Impossível de esquecer.
Sem a ver todos soubemos que vinha de vermelho, vaporosa, que os seus lábios carnudos estariam a condizer com o seu vestido, que os seus olhos sorririam como mais ninguém conseguia sorrir.
Por isso ninguém se virou para a ver. Ninguém abriu os olhos.
Excepto Pepe, que mais uma vez experimentou aquela sensação. A de que o mundo tinha parado. E só ela se movia.
Nunca o tinha confessado, mas sempre que Lupe se aproximava, ele ouvia, ou sentia, a sua melodia, uma melodia que nunca tinha escutado antes e que, também o sabia, mais ninguém conseguia ouvir. Para esses ela tinha outras melodias.
Lupe tinha-a criado só para si. Assim julgava, assim desejava. Assim sabia.
Quando lhe deu o braço e se viraram os dois para nós, Pepe soube que não precisava de mais bênções. Naquele momento Pepe soube que todo o calor que o inundava, toda a inclemência daqueles lugares onde sempre tinha vivido, seria esquecido para sempre.
Porque quando Lupe o tocou, naquele dia, Pepe percebeu que não precisava de nenhum outro anjo para poder viver.
E quando todos os que ali estávamos abrimos, finalmente, os olhos, pudemos saber qual era o nosso verdadeiro destino, porque esse é aquele que toca todos os sentidos e esse era o que Pepe tinha estampado na sua cara.
Sorriram ambos para nós, com um brilho especial naqueles olhos escuros como breu e Lupe começou a cantar.
E depois … depois começou a festa.
Até ao fim dos tempos…
O silêncio era, apesar de tudo, vibrante.
Gotas de suor escorriam em cada face, molhavam todos os cabelos e um cheiro adocicado transbordava das paredes daquele salão onde não cabia mais ninguém.
No primeiro degrau de uma espécie de altar, Pepe aguardava…
Na verdade, todos os que ali estavam aguardavam.
Todos nós esperávamos pela nossa hora.
Quando ela entrou pela porta que ficava nas nossas costas, silenciosa, ninguém precisou de se virar para o perceber.
A brisa, que sempre a acompanhava, tocou-nos a todos. Impossível de esquecer.
Sem a ver todos soubemos que vinha de vermelho, vaporosa, que os seus lábios carnudos estariam a condizer com o seu vestido, que os seus olhos sorririam como mais ninguém conseguia sorrir.
Por isso ninguém se virou para a ver. Ninguém abriu os olhos.
Excepto Pepe, que mais uma vez experimentou aquela sensação. A de que o mundo tinha parado. E só ela se movia.
Nunca o tinha confessado, mas sempre que Lupe se aproximava, ele ouvia, ou sentia, a sua melodia, uma melodia que nunca tinha escutado antes e que, também o sabia, mais ninguém conseguia ouvir. Para esses ela tinha outras melodias.
Lupe tinha-a criado só para si. Assim julgava, assim desejava. Assim sabia.
Quando lhe deu o braço e se viraram os dois para nós, Pepe soube que não precisava de mais bênções. Naquele momento Pepe soube que todo o calor que o inundava, toda a inclemência daqueles lugares onde sempre tinha vivido, seria esquecido para sempre.
Porque quando Lupe o tocou, naquele dia, Pepe percebeu que não precisava de nenhum outro anjo para poder viver.
E quando todos os que ali estávamos abrimos, finalmente, os olhos, pudemos saber qual era o nosso verdadeiro destino, porque esse é aquele que toca todos os sentidos e esse era o que Pepe tinha estampado na sua cara.
Sorriram ambos para nós, com um brilho especial naqueles olhos escuros como breu e Lupe começou a cantar.
E depois … depois começou a festa.
Até ao fim dos tempos…
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
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