(...)Vi, lá em baixo, que as pessoas corriam ensopadas, que nem os guarda-chuvas mais resistentes conseguiam evitar que a água que desabava do céu, encharcasse tudo o que estava debaixo dela.
Os automóveis mantinham-se parados, algumas buzinas soavam irritantes, nem percebendo que a sua impaciência era inútil.
Dei então um passo atrás, sem deixar de fitar a janela e a chuva que a acompanhava.
A campainha soou novamente, desta vez acompanhada por um leve som de alguém batendo na porta.
Ouvi, distintamente, que chamavam o meu nome. Baixinho, quase como que um pedido de favor.
Com um vagar exagerado dirigi-me à porta.
Espreitei pelo olho mágico e encontrei, do outro lado, quem eu esperava.
Estava encharcada, apesar de já ali estar há longos minutos. As gotas escorriam do cabelo, molhando-lhe a cara muito pálida, como se um choro ininterrupto acolhesse toda a réstia de esperança.(...)
1 comentário:
"... como se um choro ininterrupto acolhesse toda a réstia de esperança..."
Poderosa e real imagem.
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