sexta-feira, 24 de julho de 2009

O Alfa novo-rico


Quando surgiu trazia consigo assim como uns ares de coisa de novo-rico. Tantas salas num espaço que se queria inovador e diferente, mas que, no fundo, pouco ou nada acrescentava à arte de bem ver (e viver) cinema. Essas várias salas eram umas grandes e outras nem tanto, chegando, uma delas, a não ser mais que uma sala de estar cheia de cadeiras.
Teve um sucesso quase instantâneo, os Alfas eram um must, um multiplex avant la lettre, pelo menos nesta cidade à procura de novos tempos. Só que, afinal, os novos tempos vieram mesmo e o novo-riquismo acentuou-se, refinou-se e tornou-se ainda mais insuportável. Os Alfas começaram a encher-se de gente que, na verdade, não queria ver cinema, e depressa começou a definhar. Já acabou, hoje, naquele sítio, ergue-se um condomínio de algum luxo, ou seja, continua o novo-riquismo bacoco e provinciano. Quase apetece citar a antiga cantiga: Lisboa não sejas francesa, tu és portuguesa, tu és só para nós…
Bom fim de semana!

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