terça-feira, 21 de julho de 2009
histórias de Rosa Branca
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Violeta nunca parava. Violeta vasculhava tudo o que mexesse, ou que ameaçasse mexer, o jornalismo estava-lhe no sangue, herdara-o de seu pai, Gustavo. Herdara igualmente o único jornal que informava convenientemente os habitantes de Rosa Branca. O Clarim tinha sido sempre uma voz livre e independente. Nunca agradara a gregos nem a troianos, apenas os livres de espírito se sentiam recompensados pela sua leitura.
Naquele dia Violeta rondava a Praça Central. O que estava prestes a acontecer não era o que mais lhe interessava. Já conhecia Jordão de outras histórias e não era a loucura que ele tinha imaginado para hoje que a motivava. Violeta procurava, por entre os rostos daquela multidão, um em particular. Mas há horas que por ali estava e não o encontrava.
Olhou para o casarão e viu sua irmã Olívia a espreitar por detrás das portadas.
Havia qualquer coisa no ar, Violeta sentia-o nitidamente.
Foi então que reparou em Jerónimo Navarra parado na entrada do seu café, viu como o seu rosto se transfigurava e pensou: é agora!
(continuará)
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