terça-feira, 14 de julho de 2009

histórias de Rosa Branca


VIII

Os olhares cruzavam-se expectantes. Lá no alto Jordão ia olhando as nuvens, esperando o momento exacto. Cá em baixo a ansiedade sentia-se de forma quase palpável.
Havia um silêncio absoluto.
O dia estava quente, apesar das nuvens que teimavam em passar.
De quando em vez um burburinho ia subindo, sempre que Jordão fazia um qualquer movimento.
A praça não era muito grande, mas estava repleta. Estava repleta não só de pessoas, mas também das suas expectativas, de alguns sonhos animados pelo acontecimento que todos queriam presenciar, de invejas também, de alguma incredulidade e de aproveitamentos que já se preparavam nalgumas das mentes mais febris que ali estavam.
Ao longe desenhava-se um pequeno vulto que se ia aproximando lentamente. Aparentemente ninguém o notara ainda, mas na porta do seu café, agora vazio, Jerónimo Navarra, apesar da grande distância que ainda os separava, viu distintamente quem era.
Lesto correu para o telefone e discou um número.
- Bom dia - disse quando atenderam do outro lado - não há dúvida, ele vem aí…


(continuará)

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