sexta-feira, 10 de julho de 2009

No Jardim das Paixões Extintas


«A Vida como projecto só me fascinou até ao sublimar do imprevisível. Não se julgue que desprezo o futuro, sentimento impossível (até por não ser verdadeiramente um sentimento) e porque ao futuro entregarei sempre o melhor do meu passado. E do meu presente.
Grande parte deste livro ilustra esta ilusão...»

Este texto está escrito na contracapa de um livro. Pensado e redigido pelo seu autor de propósito para o apresentar e, creio, para complementar o seu testemunho perante nós, os que o líamos com prazer, os que aprendemos, sorrimos e conhecemos, através dos seus escritos.
Este livro chama-se No Jardim das Paixões Extintas, é a última obra de Álvaro Guerra. Profundo e leve ao mesmo tempo, com uma energia que nos rompe a alma e a enche de dúvidas inabaláveis e de certezas tortuosas. É uma viagem ao intimo de nós pelos olhos de outros que percorreram caminhos que, mesmo distantes, podiam ser nossos, se tornam nossos.
É admirável a força e a vontade de Álvaro Guerra, é tocante a sua escrita, marca. É fria e quente e é destes opostos que respira e nos deixa felizmente incomodados.
É um livro cheio, é um livro que preenche, é quase um legado, se o completarmos com tudo o que escreveu anteriormente. É sem dúvida um sublimar do imprevisível, que importa conhecer e manter.
Álvaro Guerra morreu no dia seguinte a ter escrito o texto que se acima se transcreveu.
Mais uma vez nos entregou o melhor do seu passado. E do seu presente...

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