segunda-feira, 20 de julho de 2009
histórias de Rosa Branca
IX
Não sabia bem como, mas sentia-se impelido a ir. Havia uma força maior que ele a empurrá-lo, uma força que não lhe dava tréguas e que o mantinha num estado de alerta constante.
Queria tê-la afastado, afastá-la-ia se pudesse. Mas sentia-se incapaz disso.
As imagens que sempre o acompanharam, voltavam agora mais fortes, mais nítidas e, mesmo sem o querer, sabia que não havia outro caminho.
Tinham passado muitos anos, talvez anos de mais e agora, apesar da contradição permanente em que vivia, tudo se estava a tornar mais claro e sabia que a única direcção a tomar o levava a Rosa Branca.
Tentou serenar-se enquanto a resolução definitiva lhe ia fazendo já o caminho.
Sentou-se a olhar o infinito e fechando os olhos reviu, mais uma vez, todos os momentos que tanto quisera esquecer.
No dia seguinte abriu a porta de casa sabendo que, provavelmente, não voltaria a franqueá-la, pelo menos tal como hoje dali saía.
O caminho era longo, muito mais longo que apenas a distância terrena.
Sabia que iria fazer os últimos quilómetros a pé. Sabia que era assim que teria de entrar em Rosa Branca, exactamente como de lá saíra há já tanto tempo.
Também sabia que seriam vários os que por ele esperavam e que o seu regresso não seria uma surpresa, mas antes uma certeza.
Fez-se, então, ao caminho…
(continuará)
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