quarta-feira, 3 de junho de 2009
Privilegiemos o silêncio!
Há pouco, numa breve conversa sobre o calor e o barulho, quase ensurdecedor, que as ventoinhas fazem, alguém disse, privilegiemos o silêncio!
Sem o saber, no fundo sem lhe atribuir esse significado, quem o disse proferiu uma das frases que devia servir como máxima para a maior parte das pessoas que, por estes dias, tanto falam sem nada dizerem.
A exemplo do que se passa nas várias comunicações sociais, desde aquelas que são, verdadeiramente, sérias, até aquelas que vendem as vidas dos pseudo-famosos, quase toda a gente tem uma ânsia imparável para dar a sua opinião, para expressar o seu ponto de vista, para papaguear frases-feitas, os clichés mais usados e abusados, as inutilidades que lhes enchem os dias. Ninguém, ou quase, tem por hábito travar o discurso antes de o disparar sem retorno. Ninguém, ou quase, consegue pesar o que vai dizer antes de libertar as palavras que, normalmente, não vêm acrescentar coisa alguma. Ninguém, ou quase, se preocupa em higienizar a linguagem, em evitar prédicas desnecessárias, em ocupar o espaço vital dos outros com palavras que não fazem diferenças.
Privilegiemos o silêncio sim, façamos com que os ouvidos, os sentidos, os cérebros, descansem, se tornem mais profícuos, se habituem a pensar e deixemos que as palavras se tornem cheias, cheias daquilo que verdadeiramente precisamos de ouvir e sentir. As outras, as ocas, deixemo-las, simplesmente, cair.
Não fazem falta a ninguém... ou quase.
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