sexta-feira, 5 de junho de 2009
No Bairro Alto
No Bairro Alto vive uma tradição velha de muitos anos. De vida nocturna, de vidas diurnas. De tascas e cafés, de bares e discotecas, de uma movida alfacinha que se vai transformando à medida que os anos passam. Mas igualmente de um rasto secular que lhe raia as memórias de intelectualidades jornalísticas, de boémias aristocráticas, de invasões estrangeiras. O Bairro Alto é local de passagens várias, de circuitos de modas, de um nunca acabar de novidades, umas realmente novas, outras bem antigas.
Logo a seguir ao Largo Camões ficava esta sala, que se chamou Ideal e Paraíso e que eu conheci como Cine-Camões. Escondido ao fundo de uma espécie de breve centro comercial, diminuto, quase esconso. Foi cinema de reprises, foi ecrã de filmes indianos, que tiveram um tempo certo nesta cidade.
O Bairro Alto continua nas suas sendas nocturnas. A sua fauna reorganiza-se, repete-se e inova-se. Esta sala ficou-se, creio que já não é. A cidade, que vai enaltecendo o seu Bairro, também o deixa definhar nalguns recantos menos luminosos, naqueles que, no meio da imensa multidão, mais não são que fugidias lembranças, a quem não se dá um segundo de atenção.
Bom fim de semana!
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