sexta-feira, 28 de março de 2008

Um pedaço de Céu


Vivemos num mundo onde a fantasia quase não nos é permitida!
Onde o sonho não vinga; onde o sobrenatural é reduzido à sua expressão religiosa; onde as asas apenas pertencem aos pássaros.
Num mundo que só valoriza as taxas de juro, os barris de petróleo, as armas mais mortíferas, os telemóveis, os números!
Onde a primeira medição da conquista, a derradeira avaliação da felicidade, nos é dada pela deusa estatística!
Vivemos num mundo cego ao invisível, insensível ao sensitivo, surdo perante os gritos que teimamos em esconder.
Mas há momentos que nos vão confortando, a nós que ainda queremos ver para além do evidente, a nós para quem o fantástico existe, que acreditamos em fadas, em bruxas, em duendes! Para nós que acreditamos que o arco-íris não é apenas uma manifestação luminosa da natureza, mas antes a evidência de que um grande pintor gosta de colorir o céu!
Abramos pois os olhos da alma e deixemos que o fantástico nos ilumine, nem que seja pelo breve segundo que aquele pedaço de céu azul demorou a cair, anteontem, na estrada da Arruda!

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