quarta-feira, 5 de março de 2008

Portugal e os outros


Porque será que damos tanta importância às eleições nos Estados Unidos? Porque será que os jornais, telejornais, comentadores, blogues se preocupam em discutir se Obama ou Hillary vão ser candidatos oficiais? Porque perdemos horas infindáveis a arengar sobre a possibilidade de, num país para lá do mar, uma mulher, um negro ou um veterano de uma guerra qualquer, serem presidentes desse país? Quero lá saber das eleições na América!!!!
Se calhar devíamos passar mais tempo a olhar para nós próprios, não para o nosso umbigo, mas para a nossa barriga no seu todo. Ver como vai inchando, como se vai enchendo de ar, como se se tratasse de um balão flatulento e oco. Podíamos olhar para a América e para os outros países (que julgamos serem melhores que nós) e retirar aquilo que de positivo eles têm, para nos servir de exemplo e não pegar nesta globalização vazia de sentido e significado e só aproveitarmos as coisas menos boas, as coisas que nos transformam (rapidamente) num outro país, também ele vazio de significado, também ele cego às verdadeiras necessidades, também ele ufanado de tristes figuras, que mais não são que bonecos animados por vontades alheias.
Tenhamos orgulho em nós próprios, tenhamos vontade de melhorar porque precisamos disso, porque as pessoas são reais e não apenas números, porque as nossas pessoas vivem, respiram e estão aqui e não porque uma entidade supra nacional e descarada nos impõe medidas que não percebemos!
Como dizia uma cantiga antiga "Lisboa, não sejas francesa...", Portugal não sejas americano, Portugal não duvides de ti, Portugal olha para dentro, há aqui pessoas, há aqui vida, não somos apenas números...
Ah e aqui também há mulheres e negros e veteranos de guerras e crianças e velhos...

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