sexta-feira, 14 de março de 2008

O ladrão de livros


No D.N. de hoje:

«Acusado de furtar em bibliotecas, condenado a três anos e nove meses
(…)acusado de furtar dezenas de livros raros e valiosos em vários bibliotecas do Porto, foi condenado ontem a três anos e nove meses de prisão, ficando a pena suspensa.»

Confesso que a ideia de roubar livros me parece romântica! A ideia de correr um risco para ficar na posse de livros que são momentos raros, únicos, parece-me ter alguma dose de beleza, também ela única!
Creio, contudo, que a apropriação ilícita de algo que não nos deve pertencer, não é, por principio, algo a salientar positivamente. No entanto os livros são coisas que não devem pertencer a uma só pessoa, ou melhor, o seu conteúdo deve ser património de todos aqueles que o amam. De todos aqueles que se deixam maravilhar e enredar por histórias e momentos marcantes, momentos que nos acompanham ao longo de uma vida.
Por isso gostei desta ideia, de saber de alguém que quis roubar, guardar para si os momentos que o marcaram, ficar junto das letras que lhe formam imagens, sensações, momentos, vivências extraordinárias!
Confesso, também, que o resto da noticia me deixou um pouco menos romântico e me trouxe de novo ao mundo real, que, no fundo, é sempre, ou quase, menos bonito do que aquele que está nos livros:

«O Tribunal de S. João Novo, no Porto, não deu, no entanto, como provado que o arguido(…)vendia os livros furtados a alfarrabistas portuenses para depois comprar heroína. »

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