sexta-feira, 29 de maio de 2009

222


Apetece-me chamar-lhe o coração da cidade. Por ali passam as grandes artérias, as veias que transportam a vida que a cidade vai vivendo. Porventura não transportarão aquilo que a cidade verdadeiramente necessita, uma espécie de oxigénio que lhe daria outras cores. Por ali existiu um cinema grande, uma grande sala de cinema, já desaparecida. Hoje há por lá várias outras salinhas, encaixotadas entre os espaços comerciais que nascem como cogumelos.
Ali perto, à espreita da grande praça, fica uma pequena salinha, que se foi aguentando com alguns filmes bons e outros nem tanto. Há algum tempo começou a fazer ciclos disto e daquilo, hoje não sei se ainda existe, mas se existe poucos a ouvem, menos a vêem. Chama-se Cine-Estúdio 222 e esta repetição do algarismo quase nos leva a pensar se não estará como a cidade, gaguejante.
Bom fim de semana!

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