(...)
- Não estejas. De facto o que nos distingue é a cor da roupa, aparentemente. Porque, na realidade, o que nos distingue é mesmo a nossa cara.
- O que é igual em vós é aquilo que vos distingue?
- Agora sim, estás a acompanhar-me.
- São diferentes ou são o mesmo?
- O que achas?
- Se bem percebo, parecem-me irmãos gémeos, iguais, mas muito diferentes também.
- Creio que pode ser uma boa definição.
- Um preto e um branco. Duas faces de uma mesma moeda. Yin e Yang, deus e o diabo?
- Curiosas essas associações. Creio que muita gente que aqui chega pensa isso mesmo.
- E não é assim?
- Pode ser, podes acreditar que sim, a mim, a nós, pouco nos importa como nos nomeiam.
- Mas é importante sabermos com quem falamos, com quem lidamos, o que esperamos.
- Será sim, lá de onde vens, mas aqui creio que não, como decerto irás aprender.
- Não consigo e não percebo.
- Já escolheste?
- Como, se não sei para onde me levam, o que vou encontrar, que caminhos irei trilhar.
- O outro já te disse que aqui se está e que expectativas, desejos, sonhos, objectivos são desconhecidos aqui.
- E o ribeiro?
- Está mesmo aí atrás de ti…
- Onde me levará ele?
- Já te disse que não sei…
- Posso falar com ele?
- É a terceira opção.
- E posso voltar atrás?
- Depois de optares não.
(...)
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