- Alguma coisa hás-de sentir - disse ele fechando a janela
- Não sei, não compreendo, não sinto na verdade – respondeu olhando as estrelas que se acendiam lá fora.
- Nem mesmo quando a manhã acorda? – tornou
-Nem aí…
Voltou a olhar a noite lá fora. Para ele era sempre noite. Embora as estrelas brilhassem lá no alto, não havia luz alguma que lhe acendesse o sorriso. Nem mesmo quando a manhã nascia.
O vazio inundara-lhe as almas, todas as que ele já vivera.
Até que naquele dia resolveu não abrir os olhos e deixou-se assim ficar. Quieto, muito quieto, sem que nada o pudesse sobressaltar.
Não soube quanto tempo assim ficou, não viu horas, nem dias, nem sons, nem movimentos.
Pouco a pouco foi deixando que um pouco de calor se lhe assomasse e começou a entender e a sentir.
Nesse dia percebeu que o sol só vem quando o queremos aceitar
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