Emergiu no meio do fumo.
Andava devagar, com movimentos demorados. Em câmara lenta.
Parou, olhou para trás e deixou cair o livro que, timidamente, segurava na mão esquerda.
Ele apressou-se a apanhá-lo.
Tentou devolvê-lo.
Ela olhou-o lenta e profundamente. Num momento imenso. Num tempo parado.
Ele estacou, siderado. Nunca o tinham olhado assim.
- Obrigada – disse ela, afastando-se de seguida.
Quando conseguiu voltar a pestanejar, ela já tinha desaparecido, no meio do fumo que se desprendia dos comboios.
Na sua mão ficou o livro, olhou-o então.
A Divina Comédia, Dante Alighieri…
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