terça-feira, 30 de setembro de 2008
Comam-se uns aos outros!
O mercado, essa coisa anónima, descarada, autofágica, de que todos falam mas que ninguém, verdadeiramente, conhece, está de pantanas!
Os sobrinhos do tio Sam estão aflitos e afligem todos os outros à sua volta! E ele, o tio propriamente dito, vira-se agora para nós e diz com a maior das latas: desemerdem-se!!!
Lagoa Azul
Heróis de Papel (4)
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Zé Pedro dos Xutos
Não, isto não é sobre o Zé Pedro dos Xutos & Pontapés!
É sobre uma banda da Marinha Grande, que dizem ter um estilo próximo dos Ena Pá 2000! Nunca os ouvi, nem sequer tenho, confesso, muito interesse nisso, apenas pelo nome suscitam alguma curiosidade.
Já agora porque não A Xana dos Rádio, ou O Rui dos G, ou O Pedro dos Sétima, ou mesmo O Tony da Carreira?
Há um manancial imenso de nomes por onde escolher! Imaginação e inovação acima de tudo!
O Actor dos olhos azuis
Há galãs, com muito sucesso, que nunca chegam a ser actores, minimamente, medianos. Há excelentes actores que nunca conseguem ser galãs. Há depois, raros, os que são galãs e bons actores ao mesmo tempo. E, finalmente, há Paul Newman! O que nunca quis ser galã (tendo tudo para o ser) e que foi, obviamente, dos melhores actores norte americanos de sempre.
Partiu no passado fim-de-semana. Claro que aquilo que foi fazendo ao longo da sua vida se mantêm e manterá connosco, mas acredito que deixará grandes saudades junto de muitas pessoas, aquelas pessoas para quem ele foi muito mais que um rosto bonito na grande tela. Aquelas pessoas a quem tocou, mais que não fosse, através dum sorriso cinematográfico mas, ao mesmo tempo, tão significativamente real!
Incontornável
Heróis de Papel (3)
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Repórteres???
Pergunta fictícia a Manuela Ferreira Leite:
“Ó Manela, então o Santana quer ser candidato a Presidente da Câmara de Lisboa, ah, ah, ah! Se calhar vai ter que esperar sentado, não?”
Como disse no início, isto não passa de uma imaginária questão, posta por uma repórter de rádio, ou televisão, a Manuel Ferreira Leite. Agora o caricato da coisa é que a parte em itálico não foi fruto da minha, delirante, imaginação! Aconteceu mesmo! Ouvi hoje de manhã no noticiário das 9 horas na Antena 1!!!
Em Abbey Road há 39 anos
Heróis de Papel (2)
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Género Humano (ou Manuel Germano)
Normalmente as grandes figuras são aquelas que se sabem resguardar, que só aparecem quando é estritamente necessário, mas que não se coíbem de dizer o que acham, fazer o que gostam e de nos oferecer o resultado do seu trabalho de forma sincera.
Estas figuras não necessitam de se pôr em bicos dos pés porque são, naturalmente, grandes. Não necessitam de se mostrar em programas de TV bacocos, ou em revistas de futilidades, porque conhecem o efémero.
Estas são as figuras maiores de um país. Estas são as figuras relevantes duma cultura!
Assim se passa, por exemplo, com Mário de Carvalho, que pacata e excelentemente nos tem dado das páginas mais marcantes da literatura portuguesa contemporânea. A ele agradeço várias horas de um tempo muito bem passado, de reflexões estruturantes, de ideias felizes e de histórias fantásticas.
Hoje Mário de Carvalho faz 64 anos e no seu recanto sossegado continua a ser dos maiores entre os maiores!
A natação de grey?
Tem inicio hoje, nos Estados Unidos, a transmissão da 5ª temporada da excelente série Anatomia de Grey. Agora vejam só quem é o novo protagonista!!! Em fato de trabalho e com distinções recentes e tudo!!! O Dr. McSwimmy / Michael Phelps!!!
Agora a sério, parece-me que se trata apenas da promoção realizada para o arranque desta nova temporada. De qualquer maneira para promover uma série desta dimensão, nada melhor que um super medalhado!
Agora a sério, parece-me que se trata apenas da promoção realizada para o arranque desta nova temporada. De qualquer maneira para promover uma série desta dimensão, nada melhor que um super medalhado!
Heróis de Papel (1)
Será que existem heróis? Será que, de facto, alguém merecerá essa distinção?
No fundo a questão passa por saber o que significa ser herói! Saber como alguém toma uma importância tão grande na vida de outrem, na vida de uma comunidade, dum país, duma cultura, que lhe permita passar a considerado um herói.
Não vou estar aqui a definir o conceito. Não quero, até porque não é esse o objectivo, delinear razões, objectivar critérios, concretizar ideias. Mas vou falar de heróis. Daqueles que o são sem o serem! Daqueles que não têm existência física, mas que vivem claramente. Daqueles que a maioria das pessoas não reconhecem como tal, mas que, para alguns, são, efectivamente, verdadeiros heróis. Daqueles em quem confiamos cegamente, daqueles que nunca desiludem, daqueles que nos acompanham em todos os momentos. São heróis, aparentemente, de ficção, mas, no concreto, ajudam-nos todos os dias, porque nos mostram a cara da alegria e nos oferecem muitos momentos de um contentamento sincero!
Podemos dar-lhes muitos nomes, podemos levá-los connosco para onde quer que formos, podemos recorrer-lhes sempre que necessitarmos.
Chamo-lhes aqui Heróis de Papel. São os que foram criados para nos ajudar a ultrapassar os dias com uma vontade maior! E fazem-no muito bem!
Nome: Tintin
Autor: Hergé
Obra: As Aventuras de Tintin
Ano de Nascimento: 1929
Origem: Bélgica
No fundo a questão passa por saber o que significa ser herói! Saber como alguém toma uma importância tão grande na vida de outrem, na vida de uma comunidade, dum país, duma cultura, que lhe permita passar a considerado um herói.
Não vou estar aqui a definir o conceito. Não quero, até porque não é esse o objectivo, delinear razões, objectivar critérios, concretizar ideias. Mas vou falar de heróis. Daqueles que o são sem o serem! Daqueles que não têm existência física, mas que vivem claramente. Daqueles que a maioria das pessoas não reconhecem como tal, mas que, para alguns, são, efectivamente, verdadeiros heróis. Daqueles em quem confiamos cegamente, daqueles que nunca desiludem, daqueles que nos acompanham em todos os momentos. São heróis, aparentemente, de ficção, mas, no concreto, ajudam-nos todos os dias, porque nos mostram a cara da alegria e nos oferecem muitos momentos de um contentamento sincero!
Podemos dar-lhes muitos nomes, podemos levá-los connosco para onde quer que formos, podemos recorrer-lhes sempre que necessitarmos.
Chamo-lhes aqui Heróis de Papel. São os que foram criados para nos ajudar a ultrapassar os dias com uma vontade maior! E fazem-no muito bem!
Nome: Tintin
Autor: Hergé
Obra: As Aventuras de Tintin
Ano de Nascimento: 1929
Origem: Bélgica
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
O Magalhães controlado
Um jornalista da SIC resolveu aceder ao Google num computador Magalhães e naquele motor de busca digitou as palavras Vagina, Sexo e Gatas! Depois escandalizou-se porque teve acesso a sites pornográficos!
Então e o controlo parental e o barramento de sites malandros? Perguntou à ministra. A senhora, em vez de ter mandado o repórter fazer uma pesquisa com a palavra jornalista, (tenho para mim que dificilmente ele ali se reconheceria), resolveu dar-lhe trela e prometeu averiguar o que se passava.
Ó Dr.ª Maria de Lurdes, é muito simples! O controlo parental é isso mesmo! Um controlo que deverá ser feito pelos pais e já agora pelos professores, ou por quem tenho o dever de zelar pelas crianças.
Quer dizer, oferecem-se computadores com acesso à Internet e depois armam-se em falsos moralistas, lavam as mãos e como jornalistas, encarregados de educação e/ou professores marimbam-se naquilo que as crianças podem ver? O governo é que tem a obrigação de verificar o que as crianças podem ou não aceder na net??? O governo é que determina os programas de televisão que as crianças podem ver??? O governo é que proíbe ou obriga as crianças a lerem este ou aquele livro??? O governo é que decide o jantar????
Estamos outra vez a desresponsabilizar a nossa cidadania!
Que o mal existe, todos o sabemos. Cabe a cada um de nós decidir o que fazer para o evitar. Eu, pelo menos, não quero que o governo mexa no meu computador, ou nos meus livros, ou na minha televisão, ou na minha música! Já basta o que basta!!!
Da Ubiquidade
Há, por vezes, estrangeiros que se enamoram por Portugal. Que se deixam levar por algumas coisas bonitas que ainda temos capacidade para ir construindo, ou pelo menos, o bom senso de não ir destruindo. Alguns outros para além de se enamorarem, apaixonam-se completamente e vêm para junto de nós, por aqui ficam, por aqui se vão transformando em mais portugueses que os próprios naturais. Depois há quem, levado por essa paixão, decida pôr as mãos e os neurónios ao trabalho e produza coisas magnificas para e por nós. Realize trabalhos que não sendo, na origem, portugueses, se transformam, muitas vezes, em referências de Portugal. Já aconteceu várias vezes e estou certo que irá continuar a acontecer.
Um dos casos mais importantes e que muitos e bons frutos tem dado, é o de António Tabucchi. Nascido italiano e continuando a viver em Itália, este pensador e escritor fez de Portugal mais que uma segunda pátria. Juntou-se a nós e mostrou-nos como é possível estar em dois locais ao mesmo tempo ou, melhor dizendo, ser de dois locais ao mesmo tempo!
São dele algumas das páginas mais belas escritas sobre Lisboa; sobre Pessoa, o provável culpado deste amor e sobre a natureza do ser português.
Das várias letras que nos foi desenhando e oferecendo, gosto muito e realço a Mulher de Porto Pim, Afirma Pereira, A Cabeça Perdida de Damasceno Monteiro e Os Últimos Três Dias de Fernando Pessoa.
Tabucchi completa hoje 65 anos. Auguri!!!
Cartaz TV (50)
Chego assim ao fim deste Cartaz TV. E acabo com uma série que, espero, ainda tenha muito para nos dar. Já por aqui lhe fiz referência, como venho fazendo com tudo o que me vai agradando. E estes filmes agradam-me sobremaneira! Os actores, os décors, as roupas, os textos, as histórias, a História, todos concorrem para que, Conta-me Como Foi, seja, mais uma vez o digo, a melhor série portuguesa feita até hoje. Infelizmente tem estado parada. Infelizmente aquilo que é bom, aquilo de que nos podemos orgulhar tem, normalmente, esta sina, sofre de acidentes de percurso que não lhe deixam viver a um ritmo constante. Aguardo, fielmente, que os episódios retornem à RTP para nos voltarem a dar noticias daqueles tempos calmos e conturbados ao mesmo tempo, para que nos continuem a contar, ou a recordar, que a nossa vida só faz sentido quando a memória se mantém viva!
O Menino Triste
Não o conheço, ainda, muito bem! Foi-me apresentado, talvez inadvertidamente, pelo seu autor. Já o visitei algumas vezes. Já me diverti, emocionei, deliciei com algumas das imagens em que está presente, em que se confunde com outros bonecos, em que nos mostra, afinal, que não está assim tão triste como o seu nome poderia fazer supor. Creio até que tristeza não será o sentimento que melhor o caracteriza. Mas não sei bem. Não sei sobretudo porque tenho tentado encontrá-lo em casas de livros, onde deveria estar. Mas não está. Ou não tem estado.
Eu sei que ele já entrou em dois livros, um que se chamava exactamente O Menino Triste e um outro que se titulava, muito justamente, Livros. Sei também que está quase a aparecer num outro, Essência. Gostava muito de pegar, olhar e ler esses livros, porque me parece que a banda desenhada deve viver, sobretudo, no papel e a boa banda desenhada deve ser bem difundida e não ficar confinada, apenas, a uns quantos privilegiados. Gostava por isso que os senhores que distribuem os livros, bem como aqueles que os vendem, pegassem neste Menino Triste e lhe dessem oportunidade de se espalhar por todos aqueles que irão, certamente, gostar de o conhecer.
Espero vir a conhecê-lo bem melhor, tenho a certeza de que nos iremos dar bem, até porque uma certa dose de tristeza (deste tipo) é sempre bem vinda para nos alegrar os dias!
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Cartaz TV (49)
Aqui já disse praticamente tudo o que gostaria de dizer sobre esta série. Apenas quero acrescentar que cada vez mais a considero acima da média. A vejo com um renovado prazer, ao mesmo tempo que me sacode por dentro e me oferece momentos de reflexão e uma nova forma de olhar as coisas. Sei que são apenas textos levados à cena por um grupo de actores, que aquilo não é a realidade; como costumávamos dizer quando éramos mais pequenos: é só um filme! Mas este é mais que um filme, ali as emoções são servidas com doses maciças de abanões! Conseguimos rever-nos, não nas personagens, não nas cenas, mas naquilo que a vida nos vai trazendo e levando e que é igual aqui e num qualquer sítio distante. Porque do que se fala aqui é das pessoas e essas, apesar do muito que se diz e teoriza em contrário, são todas feitas da mesma matéria!
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Moulinsart is watching you!
Tendo em conta a sanha que a Moulinsart tem tido com tudo o que mexe à volta de Tintin e não tenha a sua (despótica) autorização, temo que os donos desta auto caravana sejam obrigados, na próxima viagem, a deslocarem-se sem a respectiva traseira!
Cartaz TV (48)
Nos primeiros anos da década de 70, a televisão portuguesa apresentava um programa que misturava entretenimento com alguma dose de curiosidade histórica. Artur Agostinho e Maria Elisa eram os anfitriões de O Tempo Em Que Você Nasceu, onde convidavam uma personalidade da vida pública portuguesa e ao mesmo tempo que lhe traçavam uma breve biografia e conduziam uma entrevista, faziam uso de imagens de arquivo para marcar a época em que o convidado tinha nascido, dando assim uma perspectiva histórica dessa altura e mostrando a todos os que assistiam ao programa uma resenha de factos históricos muito interessante.
Como nota curiosa deve dizer-se que a banda de suporte ao programa se chamava In Clave, era dirigida pelo maestro Pedro Osório e incluía um novato naquelas andanças de nome Herman José.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Still Crazy...
Há 27 anos, no Central Park em Nova Iorque, a dupla (Paul)Simon & (Art)Garfunkel dava um espectáculo que ficou nos anais da História da música popular norte-americana. Confesso que, na altura, fui imediatamente comprar o LP (duplo) assim que ele por cá foi editado. Se bem que já não o ouça há uma imensidão de anos, hoje deu-me uma vontade enorme de lá voltar. Sempre são Old Friends!
Os bons vampiros
Na estrada de livros que venho percorrendo, alguns dos primeiros que me surgiram no caminho e que me acompanham desde então, são aqueles a que, por norma, ou comodidade, chamamos policiais. Mesmo que nas suas histórias a representação física da autoridade e da lei não marquem presença decisiva.
De entre os vários que entretanto foram aparecendo, continuo a destacar uma colecção em particular. Chama-se Vampiro e os seus livros são tão grandes em conteúdo como pequenos em formato. Possivelmente foi também isso que me atraiu quando os conheci. O seu tamanho confortavelmente transportável e as capas, das quais emanava um desejo irreprimível de conhecer o que lá estava dentro. Depois começava-se a ler e o folhear só parava no fim, tal era a força contagiante que saía daquelas páginas.
Os primeiros que li marcaram o meu gosto por este tipo de registo literário. Eram da autoria de uma senhora que me surgia quase como uma avó bondosa que sabia histórias de aterrar! O primeiro livro chamava-se Crimes Patrióticos e a avozinha Agatha Christie. Depois li muitos outros. Muitos Poirot e Miss Marple e várias outras histórias da avozinha. A seguir resolvi explorar ainda mais a Vampiro e conheci Erle Stanley Gardner e o seu Perry Mason e percebi que Erle também escrevia livros sob o pseudónimo de A.A.Fair. Mais tarde surgiram Georges Simenon, Rex Stout, Harry Carmichael e tantos outros e a colecção dos livros pequeninos, de tons escuros, cujas capas foram desenhadas (quando ainda o eram) por artistas como Lima de Freitas ou Cândido Costa Pinto, continuou a crescer, se bem que o formato dos livros se tenha mantido, felizmente, o mesmo! *
De vez em quando volto atrás ou, muito provavelmente, dou um passo em frente neste caminho da literatura que gosto de percorrer e leio, ou releio, mais um volume da pequena colecção negra. Volto a deixar-me maravilhar pelas intrigas imaginadas pelas pequenas células cinzentas destes escritores fantástica e deliciosamente negros!
* apesar de ter surgido uma irmã mais nova desta colecção, que se chamou Vampiro Gigante, devido exactamente ao formato dos seus volumes e que continha duas histórias completas.
Cartaz TV (47)
Não sou consumidor de telenovelas. Nem aquelas que são feitas por cá, nem as que vêm do outro lado do Atlântico. Nos últimos 20 anos não terei visto mais de duas dezenas de episódios de todas as telenovelas que foram transmitidas nas televisões portuguesas.
De forma geral chateia-me ter de esperar vários meses para perceber o fim da história e, por norma, a repetição de clichés, de modelos já muito batidos, de enredos repetitivos, também não ajuda à festa. Houve alturas em que via os primeiros episódios e depois só voltava lá pela última semana, o que se revelava suficiente para tudo perceber. Lembro-me, no entanto, de ficar bastante agradado com algumas das telenovelas brasileiras que vi. Primeiro que tudo a primeira, Gabriela Cravo e Canela no já distante ano de 1977. Depois gostei de outras, sobretudo aquelas que apostavam numa vertente mais ligeira e bem-humorada, como Tieta do Agreste ou Vereda Tropical. A seguir veio o desgaste e simplesmente deixei de ver. No que respeita às portuguesas tenho três palavras que tudo definem: não há pachorra! Com enredos completamente tolos e desprovidos de sentido, com realidades que não condizem em nada com a nossa, estas novelas mais não são que uma forma, legitima, de dar trabalho aos actores e aos modelos portugueses, mas resultam, na sua esmagadora maioria, em produtos fraquíssimos, que nada acrescentam. Servem, sobretudo, para encher páginas de revista cor-de-rosa e fornecer motivos de discussão às tertúlias da mesma cor que, nos últimos tempos, passaram também a ser programas televisivos!
No entanto, quero deixar aqui hoje uma referência, positiva e elogiosa, a Vila Faia, não a versão que passa por esta altura na RTP (de que só vi, aliás, o primeiro episódio), mas à outra, à primeira. No fundo a culpada por toda esta desenfreada febre telenovelística, mas que mostrou outros caminhos que não foram cumpridos. Acima de tudo uma verdadeira portugalidade, uma maior proximidade entre o que se via no ecrã e o que se passava, efectivamente, nas ruas. Porque, no fundo, o conceito de telenovela tem implícito ser um retrato fiel daquilo que é a vida quotidiana e não uma qualquer salada de morangos regados com açúcar.
De forma geral chateia-me ter de esperar vários meses para perceber o fim da história e, por norma, a repetição de clichés, de modelos já muito batidos, de enredos repetitivos, também não ajuda à festa. Houve alturas em que via os primeiros episódios e depois só voltava lá pela última semana, o que se revelava suficiente para tudo perceber. Lembro-me, no entanto, de ficar bastante agradado com algumas das telenovelas brasileiras que vi. Primeiro que tudo a primeira, Gabriela Cravo e Canela no já distante ano de 1977. Depois gostei de outras, sobretudo aquelas que apostavam numa vertente mais ligeira e bem-humorada, como Tieta do Agreste ou Vereda Tropical. A seguir veio o desgaste e simplesmente deixei de ver. No que respeita às portuguesas tenho três palavras que tudo definem: não há pachorra! Com enredos completamente tolos e desprovidos de sentido, com realidades que não condizem em nada com a nossa, estas novelas mais não são que uma forma, legitima, de dar trabalho aos actores e aos modelos portugueses, mas resultam, na sua esmagadora maioria, em produtos fraquíssimos, que nada acrescentam. Servem, sobretudo, para encher páginas de revista cor-de-rosa e fornecer motivos de discussão às tertúlias da mesma cor que, nos últimos tempos, passaram também a ser programas televisivos!
No entanto, quero deixar aqui hoje uma referência, positiva e elogiosa, a Vila Faia, não a versão que passa por esta altura na RTP (de que só vi, aliás, o primeiro episódio), mas à outra, à primeira. No fundo a culpada por toda esta desenfreada febre telenovelística, mas que mostrou outros caminhos que não foram cumpridos. Acima de tudo uma verdadeira portugalidade, uma maior proximidade entre o que se via no ecrã e o que se passava, efectivamente, nas ruas. Porque, no fundo, o conceito de telenovela tem implícito ser um retrato fiel daquilo que é a vida quotidiana e não uma qualquer salada de morangos regados com açúcar.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Shine on...
Ontem, em jeito de tributo a Richard Wright, estive a ouvir a música dos Pink Floyd. Há vários anos que não a ouvia, pelo menos com a atenção que tantas vezes lhes dediquei. Passei por vários discos. Desde os tempos ingénuos de Barret, até aos mais recentes em que a inocência está mais do que perdida.
Parei sobretudo em quatro momentos. Naqueles momentos exactos em que me fixei tantas vezes há alguns anos atrás. Visitei a lua e todos os seus lados, fiz meu o desejo de te ter por perto, voei com os porcos por sobre enormes chaminés e detive-me gostosamente em frente do muro branco. Relembrei antigas sensações, deambulando por sons infindáveis, por momentos de uma magia serena, nostálgica, mas sempre arrebatadora.
Reescutei alguns dos mais bonitos sons que me foram dados ouvir em tantos anos de ouvinte. Relembrei a incontida euforia que aconteceu um pouco por toda a juventude aquando do lançamento do The Wall. As cantorias uníssonas que então, provocatoriamente, fazíamos: Hey teachers leave the kids alone!!!
E mergulhei numa espécie de vertigem branca quando reconheci Hey You, Comfortably Numb, The Happiest Days of our Lifes, Outside the Wall e as outras todas.
Recuei até The Great Gig in the Sky, Us and Them ou Eclipse. Notei com agrado que ainda sei de cor toda a letra de Wish You Were Here e que Shine on you Crazy Diamond continua tão poderosa como nunca. E que Pigs, Dogs e Ships continuam a figurar entre as minhas canções preferidas sobre animais.
Estava arredado dos Floyd, como já estive tanto tempo e como irei estar nos próximos tempos. Mas é bom poder voltar de quando em vez e saber que está lá tudo, que continuamos amigos, que é possível reviver sensações, emoções, adequar nostalgias e saber que pode ser outra vez assim.
É esta a música imortal, mesmo quando, como agora, aqueles que lhes deram corpo se vão embora.
Cartaz TV (46)
Gosto daquelas séries que misturam um pouco de fantasia num enredo eminentemente dramático. Daqueles momentos sérios em que, subitamente, surge um elemento destabilizador que tudo revolve, que dá uma nota de non sense, ou uma cor nova, ou ainda uma gargalhada inesperada.
Hoje algumas das séries que vão passando nos canais televisivos vão apostando nesta vertente, tornando-as seriamente divertidas, dotando-as dum realismo mágico, apostando em elementos trágico-cómicos que ajudam, creio eu, a ganhar mais espectadores. Pelo menos aqueles que, como eu, gostam de ser surpreendidos com a inovação criativa.
Foi assim que Ally McBeal me apanhou. Oh não, mais uma série sobre advogados? pensei. Mas afinal o direito é tantas vezes retorcido que só posso estar agradecido a quem imaginou e levou à prática esta delirante paródia aos advogados e, sobretudo, à vida em geral.
Laranjadas
Hoje nos jornais:
«Manuela Ferreira Leite nos Açores
"No continente não há democracia"
A líder do PSD falou ontem à noite aos militantes sociais-democratas da Terceira e, estabelecendo um paralelismo entre os governos socialistas da Região e do continente, afirmou que se vivem tempos que lembram "aquela fase da ditadura longa que não gostamos de lembrar".(...)»
Deve haver algum problema com os citrinos nas regiões autónomas! Na Madeira as laranjas da ilha azedam que se fartam e vomitam ácido a torto e a direito.
Agora até a laranja-mor, continental, vai aos Açores e pronto, começa logo a destilar uma furiosa azia!
O Milímetro!
Quem dedicar alguma atenção ao estado das artes em Portugal, uns breves minutos que sejam, deve ficar, no mínimo, como uma ideia aterradora perante o cenário que se lhe apresenta. Muitos ficarão até com dúvidas se o conceito de arte é conhecido dos responsáveis deste país. A não ser que se confunda arte com Morangos com Açúcar, telenovelas, Momentos da Verdade e quejandos.
Da mesma forma a atenção e o respeito que os artistas merecem por parte dos detentores do (s) poder (es) é da dimensão de uma minúscula gota no meio de qualquer oceano. A não ser, mais uma vez, que se confunda artista com qualquer Cristiano Ronaldo, Diana Chaves ou Tony Carreira.
Vem isto a propósito de que se passou com a Metro de Lisboa e uns azulejos de Maria Keil. Por ser tão explícito limito-me a transcrever um mail que recebi e que diz o seguinte:
«(…) Recentemente a Metro de Lisboa decidiu remodelar, modernizar, ampliar, etc, várias das estações mais antigas e não foram de modas. Avançaram para as paredes e sem dizer água vai, picaram-nas sem se dar ao trabalho de (antes) retirar os painéis de azulejos, ou ao incómodo de dar uma palavra que fosse à autora dos ditos. Mais tarde, depois da obra irremediavelmente destruída, alguém se encarregaria de apresentar umas desculpas esfarrapadas e “compreender” a tristeza da artista.
A parte “realmente boa” desta (já longa) história é que ao contrário de quase todos os arquitectos, engenheiros, escultores, pintores e quem quer que seja que veja uma sua obra pública alterada ou destruída sem o seu consentimento, Maria Keil não tem direito a qualquer indemnização.
Perguntam vocês “porquê, Samuel?” e eu tão aparvalhado como vós, “Porque na Metro de Lisboa há juristas muito bons, que descobriram não ser obrigatório pedir nada, nem indemnizar a autora, de forma nenhuma... exactamente porque ela não cobrou um tostão que fosse pela sua obra!!! (…)»
Perante tal enormidade julgo que não são necessárias mais palavras, apenas estupefacção e um enorme sentimento de impotência, bem misturados com um desprezo enorme por quem permite que tais situações continuem a acontecer!
Da mesma forma a atenção e o respeito que os artistas merecem por parte dos detentores do (s) poder (es) é da dimensão de uma minúscula gota no meio de qualquer oceano. A não ser, mais uma vez, que se confunda artista com qualquer Cristiano Ronaldo, Diana Chaves ou Tony Carreira.
Vem isto a propósito de que se passou com a Metro de Lisboa e uns azulejos de Maria Keil. Por ser tão explícito limito-me a transcrever um mail que recebi e que diz o seguinte:
«(…) Recentemente a Metro de Lisboa decidiu remodelar, modernizar, ampliar, etc, várias das estações mais antigas e não foram de modas. Avançaram para as paredes e sem dizer água vai, picaram-nas sem se dar ao trabalho de (antes) retirar os painéis de azulejos, ou ao incómodo de dar uma palavra que fosse à autora dos ditos. Mais tarde, depois da obra irremediavelmente destruída, alguém se encarregaria de apresentar umas desculpas esfarrapadas e “compreender” a tristeza da artista.
A parte “realmente boa” desta (já longa) história é que ao contrário de quase todos os arquitectos, engenheiros, escultores, pintores e quem quer que seja que veja uma sua obra pública alterada ou destruída sem o seu consentimento, Maria Keil não tem direito a qualquer indemnização.
Perguntam vocês “porquê, Samuel?” e eu tão aparvalhado como vós, “Porque na Metro de Lisboa há juristas muito bons, que descobriram não ser obrigatório pedir nada, nem indemnizar a autora, de forma nenhuma... exactamente porque ela não cobrou um tostão que fosse pela sua obra!!! (…)»
Perante tal enormidade julgo que não são necessárias mais palavras, apenas estupefacção e um enorme sentimento de impotência, bem misturados com um desprezo enorme por quem permite que tais situações continuem a acontecer!
Cantiga da Rua
O som surgiu primeiro levemente, quase um sussurro, um longo murmúrio que se fazia sentir ao de leve, quase inaudível. Espreitando os ouvidos de quem o procurava mesmo sem o saber. Houve quem o afastasse como quem afasta o irritante zumbido de uma mosca. Houve quem não o percebesse e passasse adiante sem mais se lembrar dele e esses foram a maioria. Houve até quem nunca o ouvisse, por ter os sentidos presos de outros movimentos, daqueles que não lhes permitem ver o belo.
Alguns pararam e tentaram escutá-lo melhor, deixaram que o som lhes fosse abarcando o ser.
Houve quem não aguentasse e fugisse. Houve quem não o compreendesse e o usasse como simples passatempo sem continuação. E houve os que o ouviram inteiros e o desenvolveram, que lhe deram vida e adoptaram.
O som transformou-se então numa canção, na canção. Naquela canção que toma muitas formas, várias tonalidades. Aquela canção que passa a ser cantada por muitas vozes, que ora se torna lenta, ora fugazmente rápida. Que solta a dança ou a introspecção, que alegra ou transporta a lágrima necessária. Que liberta ou prende definitivamente.
Aquela canção que se torna em muitas canções, em todas as canções prazenteiras que nos são permitidas.
Aquela canção que é a canção duma vida, as canções de toda uma existência. As que valem a pena, as imortais, as que acompanham do principio ao fim, as que não acabam, as que vivem para além das nuvens!
Há canções assim, basta parar um pouco e escutar o som sussurrado que nos encontra no caminho. Basta estar atento, basta querer, basta saber que há cantigas na rua à espera que as conquistem…
Alguns pararam e tentaram escutá-lo melhor, deixaram que o som lhes fosse abarcando o ser.
Houve quem não aguentasse e fugisse. Houve quem não o compreendesse e o usasse como simples passatempo sem continuação. E houve os que o ouviram inteiros e o desenvolveram, que lhe deram vida e adoptaram.
O som transformou-se então numa canção, na canção. Naquela canção que toma muitas formas, várias tonalidades. Aquela canção que passa a ser cantada por muitas vozes, que ora se torna lenta, ora fugazmente rápida. Que solta a dança ou a introspecção, que alegra ou transporta a lágrima necessária. Que liberta ou prende definitivamente.
Aquela canção que se torna em muitas canções, em todas as canções prazenteiras que nos são permitidas.
Aquela canção que é a canção duma vida, as canções de toda uma existência. As que valem a pena, as imortais, as que acompanham do principio ao fim, as que não acabam, as que vivem para além das nuvens!
Há canções assim, basta parar um pouco e escutar o som sussurrado que nos encontra no caminho. Basta estar atento, basta querer, basta saber que há cantigas na rua à espera que as conquistem…
Cartaz TV (45)
A televisão não tem, por norma, uma linguagem poética. Não tem porque não a procura, não a divulga, não lhe fica bem! Cada vez mais o imediato, o efémero, o vazio, se torna corrente nas programações televisivas. O público tem-se tornado menos exigente, mais passivo, acrítico!
De vez em quando lá surgem momentos que, infelizmente, se revelam raros. Momentos que exaltam a inteligência, que assolam os sentidos, que dão razão de ser a quem procura algo mais que um olhar estupidificante perante o ecrã.
Hoje relembro o inimitável homem de artes que se chamava Mário Viegas, num programa cujo modelo não mais se repetiu. Em meados da década de 80, Palavras Ditas mostrava-nos os caminhos que as palavras podem percorrer quando lhes dão asas, quando as deixam respirar e as pintam com cores ainda por descobrir. Mário Viegas conduzia-nos como só ele seria capaz e nós ficávamos presos a olhá-lo e sobretudo a ouvi-lo dizer aquilo que os poetas nos queriam contar. Foi, por exemplo, ali que descobri a imensa magia surreal de Mário Henrique-Leiria.
A sabedoria das palavras faz-nos falta hoje, como fará sempre. Tal como falta nos faz termos alguém que nos ajude a descobri-las, lê-las, ouvi-las e saboreá-las de forma única!
De vez em quando lá surgem momentos que, infelizmente, se revelam raros. Momentos que exaltam a inteligência, que assolam os sentidos, que dão razão de ser a quem procura algo mais que um olhar estupidificante perante o ecrã.
Hoje relembro o inimitável homem de artes que se chamava Mário Viegas, num programa cujo modelo não mais se repetiu. Em meados da década de 80, Palavras Ditas mostrava-nos os caminhos que as palavras podem percorrer quando lhes dão asas, quando as deixam respirar e as pintam com cores ainda por descobrir. Mário Viegas conduzia-nos como só ele seria capaz e nós ficávamos presos a olhá-lo e sobretudo a ouvi-lo dizer aquilo que os poetas nos queriam contar. Foi, por exemplo, ali que descobri a imensa magia surreal de Mário Henrique-Leiria.
A sabedoria das palavras faz-nos falta hoje, como fará sempre. Tal como falta nos faz termos alguém que nos ajude a descobri-las, lê-las, ouvi-las e saboreá-las de forma única!
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Reeditando
Às vezes acontece que alguns grupos musicais mais recentes vão beber a sua inspiração nas melhores fontes, dando diferentes roupagens a músicas quase esquecidas, tornando-as novas. Outras vezes recriam-nas, reeditam-nas, dão-lhes outras cores, deixando, contudo, que se perceba que a sua fonte de inspiração merece o melhor reconhecimento.
The Editors fizeram isso com Bonny, uma das (tantas) excelentes canções dos inesquecíveis Prefab Sprout, mestres do bom gosto! O resultado é este e é muito bonito!
Cartaz TV (44)
O concurso Roda da Sorte voltou aos ecrãs. Esta nova versão ainda não a vi, mas a outra, a antiga, a da RTP, com o mesmo Herman e com a Ruth Rita e o Cândido Mota, foi das coisas mais divertidas a que tive oportunidade de assistir. Excelentes 20 minutos diários, repletos de non sense, de humor corrosivo, brejeiro q.b. e contagiante boa disposição. Se se repetirem estes atributos resta-me saudar o regresso do Herman, se não prefiro guardar estas memórias bem risonhas!
Eclipse
«Pink Floyd perderam teclista Richard Wright
O teclista Richard Wright, um dos membros fundadores dos Pink Floyd, faleceu esta segunda-feira, de cancro, aos 65 anos, informou o seu porta-voz. Wright nasceu em Londres em 1943 e entrou para os Pink Floyd em finais dos anos 60.»
I wish you were here, cantarão hoje muitas vozes ao terem conhecimento desta notícia.
Há muitas figuras incontornáveis no mundo das artes. Daquelas que marcam momentos irrepetíveis e logo imortais. Daquelas que fazem surgir, aparentemente do nada, um mundo que cremos perfeito.
A música tem também essas propriedades. Quem nos consegue transmitir através da combinação de sons únicos, estados de alma sublimes, fica-nos para sempre como referência de algo bom, de alguém que nos é, no mínimo, simpático e bem-vindo.
Os Pink Floyd são, sem dúvida, um desses exemplos.
Ontem acabaram mais um pouco, como tinha acontecido quando Syd Barret também partiu. Hoje estamos um pouco mais pobres por sabermos que Rick Wright não voltará a criar. Contudo temos connosco aquilo que ele nos ofereceu e por isso o manteremos sempre vivo.
« (…) And everything under the sun is in tune
But the sun is eclipsed by the moon. »
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Exageros?!
Há muito tempo que sou (ou fui) leitor do jornal A Bola. Durante muitos anos em papel, hoje através da net. Ontem com agrado geral naquilo que lia, hoje só para ver as gordas. Era um fiel comprador do trissemanário, cada segunda, quinta e sábado. Habituei-me a ler excelentes jornalistas, Carlos Pinhão, Alfredo Farinha, Aurélio Márcio, Carlos Miranda, Homero Serpa, Vítor Santos e vários outros. Cada texto era mais muito mais do que apenas desporto. Cada crónica, dizia muito mais do que apenas aquilo que se tinha passado no jogo. Para além disso a escrita era limpa, bonita, contagiante. Aprendia-se lendo A Bola. Talvez, também por isso, a tenham apelidado a bíblia.
Com o tempo A Bola foi esvaziando, aliás um pouco como a generalidade da imprensa em Portugal. O crescente mediatismo oco, fez com que os jornalista quase que deixassem de ter vontade em sê-lo realmente. Estou mesmo convencido de que a arte do jornalismo deixou de o ser. Há alguns sobreviventes, resistentes, mas a democratização dos cursos de jornalismo e afins, fez com que chegassem à profissão pessoas sem vocação, 9 to 5 workers que, a maior parte das vezes, têm uma incapacidade quase genética para a escrita. E falamos só da imprensa, porque se estendermos a nossa opinião à rádio e, sobretudo, à televisão, muitos outros galos cantariam (e muito mal).
Vem isto tudo a propósito duma petição on-line que A Bola decidiu levar a cabo. Uma petição para que apoiemos a candidatura de Cristiano Ronaldo a melhor jogador FIFA. Confesso, como aqui já fiz, que, como jogador, acho o madeirense excelente. Por aí não me custava muito vê-lo eleito, tal como a vários outros jogadores. O que me entristece é que A Bola, outrora referência incontornável da imparcialidade no desporto, se alie a esta onde de um mediatismo exacerbado que se vem revelando, inevitavelmente, estéril e histérico! Ainda por cima quando a meio do texto da petição se diz que o jogador “ (…) se assumiu como referência da equipa (…)” durante o Euro 2008, o que, em boa verdade, não abona muito em relação à excelência que se quer propalar. Pior é quando dizem que o futebolista em causa é um “ (…) ícone da juventude (…)”, quer dizer, talvez até seja verdade, mas é exactamente isso que me entristece grandemente!!!
Com o tempo A Bola foi esvaziando, aliás um pouco como a generalidade da imprensa em Portugal. O crescente mediatismo oco, fez com que os jornalista quase que deixassem de ter vontade em sê-lo realmente. Estou mesmo convencido de que a arte do jornalismo deixou de o ser. Há alguns sobreviventes, resistentes, mas a democratização dos cursos de jornalismo e afins, fez com que chegassem à profissão pessoas sem vocação, 9 to 5 workers que, a maior parte das vezes, têm uma incapacidade quase genética para a escrita. E falamos só da imprensa, porque se estendermos a nossa opinião à rádio e, sobretudo, à televisão, muitos outros galos cantariam (e muito mal).
Vem isto tudo a propósito duma petição on-line que A Bola decidiu levar a cabo. Uma petição para que apoiemos a candidatura de Cristiano Ronaldo a melhor jogador FIFA. Confesso, como aqui já fiz, que, como jogador, acho o madeirense excelente. Por aí não me custava muito vê-lo eleito, tal como a vários outros jogadores. O que me entristece é que A Bola, outrora referência incontornável da imparcialidade no desporto, se alie a esta onde de um mediatismo exacerbado que se vem revelando, inevitavelmente, estéril e histérico! Ainda por cima quando a meio do texto da petição se diz que o jogador “ (…) se assumiu como referência da equipa (…)” durante o Euro 2008, o que, em boa verdade, não abona muito em relação à excelência que se quer propalar. Pior é quando dizem que o futebolista em causa é um “ (…) ícone da juventude (…)”, quer dizer, talvez até seja verdade, mas é exactamente isso que me entristece grandemente!!!
The (other) Fab Four
Roll up, roll up
A história da chamada música moderna está repleta de lugares míticos. Daqueles que os seus admiradores gostam de visitar, de percorrer com a nostalgia presa nos olhares, de alma aberta, no intuito de tudo poderem guardar dentro de si.
A história dos Beatles está cheia desses lugares.
Este é um deles. Pode não ter sido aqui que tudo começou, mas foi, sem dúvida, aqui que a sua Magical Mystery Tour disparou!
A história dos Beatles está cheia desses lugares.
Este é um deles. Pode não ter sido aqui que tudo começou, mas foi, sem dúvida, aqui que a sua Magical Mystery Tour disparou!
Subscrever:
Mensagens (Atom)