quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Da Ubiquidade


Há, por vezes, estrangeiros que se enamoram por Portugal. Que se deixam levar por algumas coisas bonitas que ainda temos capacidade para ir construindo, ou pelo menos, o bom senso de não ir destruindo. Alguns outros para além de se enamorarem, apaixonam-se completamente e vêm para junto de nós, por aqui ficam, por aqui se vão transformando em mais portugueses que os próprios naturais. Depois há quem, levado por essa paixão, decida pôr as mãos e os neurónios ao trabalho e produza coisas magnificas para e por nós. Realize trabalhos que não sendo, na origem, portugueses, se transformam, muitas vezes, em referências de Portugal. Já aconteceu várias vezes e estou certo que irá continuar a acontecer.
Um dos casos mais importantes e que muitos e bons frutos tem dado, é o de António Tabucchi. Nascido italiano e continuando a viver em Itália, este pensador e escritor fez de Portugal mais que uma segunda pátria. Juntou-se a nós e mostrou-nos como é possível estar em dois locais ao mesmo tempo ou, melhor dizendo, ser de dois locais ao mesmo tempo!
São dele algumas das páginas mais belas escritas sobre Lisboa; sobre Pessoa, o provável culpado deste amor e sobre a natureza do ser português.
Das várias letras que nos foi desenhando e oferecendo, gosto muito e realço a Mulher de Porto Pim, Afirma Pereira, A Cabeça Perdida de Damasceno Monteiro e Os Últimos Três Dias de Fernando Pessoa.
Tabucchi completa hoje 65 anos. Auguri!!!

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