sábado, 14 de janeiro de 2012
táxi
- Táxi. Gritou ele apontando para o céu.
-Porque apontas para o céu? Perguntou a rapariga que estava a seu lado.
- Não apontei, levantei apenas o braço, para o taxista me ver.
- Achas que o taxista te vê melhor se apontares para o céu?
- Já disse que não apontei para o céu. Gritei táxi e levantei o braço. É o que se faz nestas circunstâncias, não é?
- Não! Respondeu a rapariga
- Não? Surpreendeu-se ele. – Então como fazes quando queres chamar um táxi?
- Nada.
- Nada?! E com o consegues apanhar um táxi?
- É simples. Respondeu ela. – Fico junto às pessoas que gritam e apontam para o céu, tal como tu fizeste.
- Tu és um pouco louca, não és?
- Porquê? É apenas um método, tal como o teu.
- Mas assim nunca consegues um táxi, porque a primeira pessoa fica com ele e tu ficas apeada.
- Nunca fiquei apeada. Respondeu a rapariga.
- Nunca? Como nunca?
- As pessoas que chamam táxis, na verdade, não gostam de ir sozinhas, só o fazem porque não têm companhia.
- Achas?
- Tenho a certeza.
- Olha, vem aí o táxi, sobes comigo?
- Claro, também tu não gostas de estar sozinho. Talvez por isso tenhas apontado para o céu. O que procuravas não era um táxi, era alguém que te acompanhasse no teu caminho. Entramos?
- Para onde? Perguntou o taxista.
- Para onde? Disse ele virando-se para ela.
- Está a falar com quem? Perguntou o taxista virando-se para trás.
- Comigo próprio, respondeu ele, esboçando um sorriso ao confirmar que o lugar ao seu lado estava vazio.
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