segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
O Homem ao Contrário (III)
(...)Claro que não percebi patavina, mas quem será este homem pensei de mim para mim, algum estrangeiro que se perdeu, que perdeu a lucidez e decidiu andar ao contrário e dizer coisas incompreensíveis, apenas um louco que perdeu o juízo e talvez o caminho de casa, ou alguém que de mim faz troça, esperando que lhe dê troco a uma loucura que não entendo, que me estranha, embora também me seja agradável.
Sorri-lhe e respondi que não percebia o que me estava tentado dizer.
Levantou então a mão esquerda e disse-me:
- .siam a um erpmes ogart, uem o ehl-uod eu, epucoerp es oãN
E estendeu-me uma caixa. Depois afastou-se rapidamente, sempre a sorrir e acenando-me com a mão esquerda. Depois desapareceu na primeira curva do caminho.
Eu fiquei perplexo a olhar para a caixa e sem saber o que fazer com ela, não me lembrava de ter visto nada semelhante. Sentei-me outra vez no banco e decidi acabar de comer a minha sanduíche mista que tinha deixado a meio.
A estranheza era agora maior, ao longe vi um grupo de jovens que se preparavam para jogar futebol, todos corriam ao contrário e a bola jogada entre eles percorria os seus caminhos sem eles se aperceberem, pelos menos aos meus olhos, para que sitio a enviavam. De qualquer modo todos pareciam bastante satisfeitos e muito seguros naquilo que faziam e como faziam.
Acabada a sanduíche resolvi levantar-me e caminhar um pouco, poucos passos após vi que, no chão mesmo à minha frente, estava uma caixa semelhante à que o homem ao contrário me havia dado poucos minutos antes e que, junto a ela uma quantidade de vidros partidos cobria o caminho. Baixei-me para apanhar a caixa e fiquei ainda mais perplexo, o meu nome estava escrito na caixa, bem visível, em letras douradas e salientes. Timóteo Sepúlveda.(...)
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