terça-feira, 24 de janeiro de 2012
O Homem ao Contrário (IV)
(...)Com uma estranheza maior que nunca retirei do bolso a caixa que o homem ao contrário me havia dado. Resolvi abri-la e ver o que continha. Um espelho de grandes dimensões desdobrou-se à minha frente. Olhei novamente para a caixa e reparei que também tinha algo escrito, em letras douradas e salientes, certamente o nome do homem ao contrário: adevlúpeS oetómiT.
Foi então que uma luz intensa e sedutora se começou a soltar do espelho que estava á minha frente. Sem perceber como nem porquê senti-me impelido a entrar nela. Não consegui perceber como se entrava para um espelho, mas tinha a certeza que naquele era possível, não só possível mas desejável e, já depois de ter passado uma perna, olhei para trás e viu-o outra vez, o homem ao contrário estava ali, a olhar para mim a sorrir-me e a acenar-me, com a mão esquerda.
- suedA. Disse-me ele e acrescentou algo que já não consegui ouvir.
Foi já depois de atravessar todo o espelho que percebi que a s suas últimas palavras o tinham atravessado comigo:
- ... e não esqueças que, por cada espelho que se parte, há uma memória que se perde.
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