Sentir um formigueiro subir pelos dedos e não saber como pará-lo.
Sentir que tudo é desperdício e não conhecer o caminho de volta. Andar à toa pelas ruas e não conhecer o caminho de regresso.
Parar e olhar o céu perder-se num infinito sem volta.
Sentir uma tristeza imensa descer como uma chuva imperdoável e saber que não existe abrigo possível.
Mas depois esquecer tudo e mergulhar numa razão sem dúvida. Sem retorno, onde só uma verdade é reconhecível.
Parar e não obrigar o corpo a mais uma prova.
É isso.
São assim os dias que julgámos tristes, mas que, no fundo, nos alimentam a esperança. Porque essa é a única via, aquela que nos poderá redimir, mesmo que não a compreendamos de imediato, ela levar-nos-á pela mão, calmamente, porque é esse o caminho, não aquele por que sonhamos, mas o único que nos deixaram e é bom, mesmo que os dias nos pareçam tristes, saberemos, no fim do caminho, que são os únicos, porque são aqueles que nos abrem os sorrisos que julgávamos ter perdido.
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