terça-feira, 18 de maio de 2010

(...) - 24

(...)Por momentos nada mais existe. Nem eu fechado em casa, nem ela que já não vem, nem a vizinha, nada!
Só aquela calma indefinida que sai pelas colunas. De olhos fechados fujo dali e nem sei mesmo para onde vou.
Só mesmo a música para nos salvar. Sempre o disse.
Mas a agulha faz o seu trabalho e quando a última estria é sulcada a música pára.
Abro os olhos e vejo que, afinal, nada mudou.
Continuo ali. A noite já caiu há muito. Lá fora o movimento é agora menor. Os candeeiros estão acessos e a lua continua enorme. São noites como esta que me acordam ainda para a vida.
(...)

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