sexta-feira, 29 de outubro de 2010

(...) - 37

(...)E ela que não chega.
Não, desespero não. Nem tanto.
Mas esta era a hora certa.
Quando a manhã começa a despontar. Nesta hora em que o sol desafia o breu e começa a assomar-se a hora certa. Seria perfeito. Será que ela não percebe?
Não te demores, por favor. Eu sei que consegues ler-me os pensamentos. Não me falhes. Vem.
Está no momento em que a inundação não hesitará em chegar.
E a salvação é possível. Só é possível. Foi assim com todos aqueles que ofereceram as suas ilhas para poderem sobreviver.
É assim que me sinto agora. Um náufrago numa ilha deserta, que está prestes a abandonar. Para poder sobreviver. Onde quer que isso seja. Com a confiança duma criança, que encontra nas palavras doces da mãe a única tábua de salvação para uma noite povoada de pesadelos.
(...)

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