Há 25 anos nascia o Blitz, jornal ao qual me afeiçoei nos primeiros tempos, mas que, aos poucos, foi caindo no desuso das minhas leituras periódicas nem eu sei bem porquê. O facto é que o deixei de comprar e só o lia muito ocasionalmente. Hoje em dia também não sou leitor assíduo da revista que lhe sucedeu, embora lhe reconheça uma qualidade muito aceitável e a folheie, de quando em vez, com agrado evidente.
Mas antes do Blitz, aí sim, era leitor convicto de alguns semanários que se dedicavam a explicar-nos, de alguma forma, a música que se ia fazendo e que nos ia encantando os dias. Primeiro que todos o inesquecível Se7e. Verdade que não era apenas dedicado ao fenómeno musical e por isso era mais completo, muito mais completo, ainda hoje tenho muitas saudades das manhãs de quarta-feira quando ia a correr comprá-lo e o lia de ponta a ponta.
Depois aqueles que tinham como primeira preocupação a difusão das músicas que iam sendo registadas. O jornal Musicalíssimo que era mais leve, mas que tinha uma cobertura apreciável de tudo o que se ia fazendo e melhor ainda a revista Música & Som, essa sim uma boa resposta portuguesa às estrangeiras que de vez em quando aí apareciam, como a Rolling Stone, a Inrockuptibles, ou a New Musical Express.
Desses tempos guardo o prazer da leitura que associava à audição e à fruição entusiasmada das histórias que giravam à volta das bandas e dos cantores.
Hoje vou ouvindo mais que lendo, até porque, depois destes anos todos, conclui que as histórias daqueles que fazem as músicas interessam muito menos do que aquilo que nos dão a ouvir.
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