sexta-feira, 29 de abril de 2011
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Histórias com Música (43)
Quis saber quem sou
o que faço aqui…
Nos seus olhos sentia-se o medo. Não era um medo feio e frio. Era um medo esperançoso.
Um olhar onde se podia ler um conjunto de emoções fortes e decisivas.
O coração batia mais depressa, havia uma pressa em chegar, uma ânsia em conseguir.
As mãos retesavam-se nervosas, agarrando com força as armas.
Não sabiam muito bem onde iam, mas iam com uma vontade sem freio, com uma determinação inabalável.
As palavras que lhes haviam dito há pouco tinham-lhes despertado uma consciência que nem sabiam existir em si. Tinham-lhes feito ver coisas com que nunca tinham sonhado.
Agora estavam despertos para aquilo que eram e sabiam que o que depois viria poderia mudar a sua vida.
A sua e a de tantos outros.
A de um país inteiro.
Alguns trauteavam ainda as palavras que tinham ouvido na canção que os havia despertado naquela noite.
…perguntei por mim
quis saber de nós…
O caminho era ainda longo.
Eles olhavam-se expectantes. Sorriam uns para os outros. Sorrisos tímidos. Por vezes soltava-se uma gargalhada nervosa.
Longas baforadas de fumo sobrevoavam a s suas cabeças.
A noite estava fria, mas todos, sem excepção, sentiam um calor que lhes vinha de dentro e que subia perfeito no peito de cada um.
Lá á frente viam o jeep que abria a coluna.
Ele ia em pé. Não se sentara um segundo. Também ele estava nervoso. Decerto o seu olhar tinha o mesmo tipo de medo que todos ostentavam. Mas cada um dos homens que ali ia, sabia igualmente que não havia determinação maior.
E todos estavam com ele. Segui-lo-iam para onde quer que fosse.
Também nele as palavras da canção se iam materializando a cada momento.
…morri nele
e ao morrer
renasci…
Era certo que havia uma necessidade de renascer. De tornar possíveis coisas até aí impensáveis. De poder cantar e dizer, de poder discordar e perceber.
A morte tinha andado à solta por muito tempo. Este era o momento de parar com tudo o que tornara impossível a felicidade. De acabar com tantos anos de escuridão, de abrir uma janela por onde pudesse entrar a esperança de um novo sol.
E eles ali estavam para isso.
Era isto que ele pensava.
Tinha sido isto que tinha dito aos seus homens, mesmo que tivesse usado outras palavras, mesmo que tivesse apenas ficado parado e calado em frente a eles.
Eles saberiam ler nos seus olhos tudo aquilo que ele lhes queria dizer, tudo o que lhe ia no fundo do coração.
E todos eles o acompanharam sem hesitação, sem perturbação sequer.
Com todas as dúvidas a assaltarem-nos, mas com uma convicção forte, sem limites.
Todos estavam juntos nisto.
Eles e todos os outros que, como eles, se tinham posto a caminho naquela noite. Depois de a canção ter soado.
E eram muitos, todos na mesma direcção.
Mesmo que a sua vida nunca mais fosse a mesma, mesmo que a dor sobreviesse e os levasse, eles estavam convictos de que o seu caminho era aquele.
…tua paz
que perdi
minha dor
que aprendi…
Quando a manhã se levantou encontrou-os perto do rio. Expectantes. Nunca como agora.
Depois de todo o caminho tinham chegado e ali estavam, prontos para tudo.
Em cada olhar continuava a pairar o mesmo medo, mas agora a luz do sol e os reflexos da água tinham-lhe dado uma outra cor e eles, todos eles, sabiam
que apesar de todas as despedidas inevitáveis, de todas as partidas obrigatórias, nunca mais iriam ficar sós.
…e depois de nós
o adeus
o ficarmos sós.
Capitão! Meu capitão Maia! Estamos prontos!
o que faço aqui…
Nos seus olhos sentia-se o medo. Não era um medo feio e frio. Era um medo esperançoso.
Um olhar onde se podia ler um conjunto de emoções fortes e decisivas.
O coração batia mais depressa, havia uma pressa em chegar, uma ânsia em conseguir.
As mãos retesavam-se nervosas, agarrando com força as armas.
Não sabiam muito bem onde iam, mas iam com uma vontade sem freio, com uma determinação inabalável.
As palavras que lhes haviam dito há pouco tinham-lhes despertado uma consciência que nem sabiam existir em si. Tinham-lhes feito ver coisas com que nunca tinham sonhado.
Agora estavam despertos para aquilo que eram e sabiam que o que depois viria poderia mudar a sua vida.
A sua e a de tantos outros.
A de um país inteiro.
Alguns trauteavam ainda as palavras que tinham ouvido na canção que os havia despertado naquela noite.
…perguntei por mim
quis saber de nós…
O caminho era ainda longo.
Eles olhavam-se expectantes. Sorriam uns para os outros. Sorrisos tímidos. Por vezes soltava-se uma gargalhada nervosa.
Longas baforadas de fumo sobrevoavam a s suas cabeças.
A noite estava fria, mas todos, sem excepção, sentiam um calor que lhes vinha de dentro e que subia perfeito no peito de cada um.
Lá á frente viam o jeep que abria a coluna.
Ele ia em pé. Não se sentara um segundo. Também ele estava nervoso. Decerto o seu olhar tinha o mesmo tipo de medo que todos ostentavam. Mas cada um dos homens que ali ia, sabia igualmente que não havia determinação maior.
E todos estavam com ele. Segui-lo-iam para onde quer que fosse.
Também nele as palavras da canção se iam materializando a cada momento.
…morri nele
e ao morrer
renasci…
Era certo que havia uma necessidade de renascer. De tornar possíveis coisas até aí impensáveis. De poder cantar e dizer, de poder discordar e perceber.
A morte tinha andado à solta por muito tempo. Este era o momento de parar com tudo o que tornara impossível a felicidade. De acabar com tantos anos de escuridão, de abrir uma janela por onde pudesse entrar a esperança de um novo sol.
E eles ali estavam para isso.
Era isto que ele pensava.
Tinha sido isto que tinha dito aos seus homens, mesmo que tivesse usado outras palavras, mesmo que tivesse apenas ficado parado e calado em frente a eles.
Eles saberiam ler nos seus olhos tudo aquilo que ele lhes queria dizer, tudo o que lhe ia no fundo do coração.
E todos eles o acompanharam sem hesitação, sem perturbação sequer.
Com todas as dúvidas a assaltarem-nos, mas com uma convicção forte, sem limites.
Todos estavam juntos nisto.
Eles e todos os outros que, como eles, se tinham posto a caminho naquela noite. Depois de a canção ter soado.
E eram muitos, todos na mesma direcção.
Mesmo que a sua vida nunca mais fosse a mesma, mesmo que a dor sobreviesse e os levasse, eles estavam convictos de que o seu caminho era aquele.
…tua paz
que perdi
minha dor
que aprendi…
Quando a manhã se levantou encontrou-os perto do rio. Expectantes. Nunca como agora.
Depois de todo o caminho tinham chegado e ali estavam, prontos para tudo.
Em cada olhar continuava a pairar o mesmo medo, mas agora a luz do sol e os reflexos da água tinham-lhe dado uma outra cor e eles, todos eles, sabiam
que apesar de todas as despedidas inevitáveis, de todas as partidas obrigatórias, nunca mais iriam ficar sós.
…e depois de nós
o adeus
o ficarmos sós.
Capitão! Meu capitão Maia! Estamos prontos!
segunda-feira, 25 de abril de 2011
sábado, 16 de abril de 2011
O Pinho engraçado
sexta-feira, 15 de abril de 2011
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Otelo e o 25 de Abril
“Não teria feito o 25 de Abril se pensasse que íamos cair na situação em que estamos”
Otelo Saraiva de Carvalho
Sempre pensei que o 25 de Abril tivesse sido uma obra colectiva.
Sempre supus que o 25 de Abril tinha sido feito por um grupo de oficiais subalternos indispostos com a não atribuição de direitos que julgavam seus.
Sempre acreditei que o 25 de Abril teve como objectivo dotar o país de um conjunto de direitos e deveres que andavam, há muito, arredados das práticas correntes no país.
Sempre achei que Otelo tinha mais olhos que barriga e uma grande tendência para o disparate!
Continuo acreditar no 25 de Abril e nos seus valores, mesmo que os actuais decisores não o façam e continuem a desacreditar aquilo que, na verdade, significou essa data.
E nunca concedi, unicamente a Otelo, a paternidade de um acontecimento tão relevante para Portugal.
Hoje e sempre as revoluções não são de alguns cabecilhas que pensam que as fizeram, mas de quem nelas pegou e continuou.
Também por isso gosto de dizer 25 de Abril Sempre, porque me parece que o interregno em que Abril se encontra, já dura há tempo demais.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Histórias com Música (42)
Quando abriu os olhos naquela manhã, tudo lhe parecia diferente.
Não conseguiu perceber se eram as cores que tinham mudado, se era a textura do dia, ou se era o local onde estava.
De qualquer forma soube que havia diferenças que, embora não evidentes, eram indesmentíveis.
Passou as mãos pelo corpo e sentiu o mesmo que todos os dias. O calor que dele emanava, a luz que nele sempre se centrava, os olhares que em si sempre pousavam mal o dia se abria.
Olhou em volta e viu os seus companheiros de todo o tempo. Ali estavam eles, reluziam com o sol que se desprendia dum céu azul que já brilhava lá fora.
Os passos solitários, que todas as manhãs por ali soavam, aproximavam-se e ele sentiu que lhe limpavam todos os poros, libertando-o duma espécie de poeira que a noite lhe acumulara.
Parecia um dia como tantos outros que ali tinha passado. Mas aquela sensação de estranheza, de mudança, de corte, não o abandonava.
Mesmo assim resolveu assumir a sua pose. Era para isso que ali estava, fora só para isso que o ali tinham posto há já tanto tempo.
Foi então que ouviu ruídos estranhos. Não eram os habituais aquela hora do dia. Alguém se aproximava dele, falando em voz alta, dizendo coisas que não conseguia entender. Que não queria entender.
Foi então que o seu mundo se virou de pernas para o ar e ele confirmou a sua suspeita. Algo de inabitual se estava a passar.
Ao ser embrulhado ainda conseguiu ouvir a mesma voz e percebeu então o que se passava.
Só levo este quadro, é o único de que nunca me separarei…
Não conseguiu perceber se eram as cores que tinham mudado, se era a textura do dia, ou se era o local onde estava.
De qualquer forma soube que havia diferenças que, embora não evidentes, eram indesmentíveis.
Passou as mãos pelo corpo e sentiu o mesmo que todos os dias. O calor que dele emanava, a luz que nele sempre se centrava, os olhares que em si sempre pousavam mal o dia se abria.
Olhou em volta e viu os seus companheiros de todo o tempo. Ali estavam eles, reluziam com o sol que se desprendia dum céu azul que já brilhava lá fora.
Os passos solitários, que todas as manhãs por ali soavam, aproximavam-se e ele sentiu que lhe limpavam todos os poros, libertando-o duma espécie de poeira que a noite lhe acumulara.
Parecia um dia como tantos outros que ali tinha passado. Mas aquela sensação de estranheza, de mudança, de corte, não o abandonava.
Mesmo assim resolveu assumir a sua pose. Era para isso que ali estava, fora só para isso que o ali tinham posto há já tanto tempo.
Foi então que ouviu ruídos estranhos. Não eram os habituais aquela hora do dia. Alguém se aproximava dele, falando em voz alta, dizendo coisas que não conseguia entender. Que não queria entender.
Foi então que o seu mundo se virou de pernas para o ar e ele confirmou a sua suspeita. Algo de inabitual se estava a passar.
Ao ser embrulhado ainda conseguiu ouvir a mesma voz e percebeu então o que se passava.
Só levo este quadro, é o único de que nunca me separarei…
frases (imper)feitas (XXII)
terça-feira, 12 de abril de 2011
Eleições? Para quê?
As canções
Gosto de canções. De todo o tipo de canções, até daquelas que não me dizem nada.
As canções transmitem-me estados de espírito, modos de encarar o dia, de me sentir mais azul, claro ou escuro.
Todos os dias acordo com uma canção. Uma canção que mais ninguém ouve, mas que a mim me dá a direcção que o dia irá ter. Sei, de certeza, como irão decorrer as minhas horas pela canção que me abre os olhos de manhã.
Às vezes até acontece não reconhecer a canção de imediato. Algumas parecem nem ter sido ainda escritas.
Tudo isto se passa na minha cabeça, descendo rapidamente para o resto do corpo e extravasando-o para o que se passa e irá passar à minha volta. Conheço e vou abrindo os meus dias através das canções que me despertam os sentidos.
Hoje, estranhamente, acordei sem canções, sinto-me perdido...
segunda-feira, 11 de abril de 2011
domingo, 10 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
As exigências do FMI
frases (imper)feitas (XIX)
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Graças a Deus é sexta feira
E agora é cada vez mais a isto que estamos reduzidos...
Bom fim de semana (enquanto os podemos ter)
FC Porto acusa Benfica de “propaganda nazi”
O título deste post foi retirado do jornal Correio da Manhã, mas podia ter sido de outro, dos vários que se referiram a este comunicado emanado da direcção do clube do pinto.
Agora, após a imagem que acima se reproduz e, sobretudo, após o filme que abaixo se vê, em que ficamos? Quem tem atitudes pró-nazi, ou, pelo menos, quem se aproveita da propaganda nazi para acicatar as suas hostes?
Ou será que já todos nos esquecemos que também Hitler queria entrar pela Praça Vermelha e conquistar toda a Europa?
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Europa?
Acho que a ideia da Bola ao fazer esta primeira página, é de um grande sentido de oportunidade, aliás como se confirmou com os resultados desta noite. De facto nesta Europa (e não infelizmente na outra) vamos mandando. Só é pena que para ilustrar os três emblemas portugueses surjam, nomeadamente, um argentino, um colombiano e um brasileiro.
Ou será que nos vamos mudar para a América do Sul?
It'll end in tears...
Histórias com Música (41)
Tenho saudades. Daqueles que conheci e mesmo daqueles que nunca vi.
Dos sorrisos sinceros e até dos amarelos.
De correr atrás dos autocarros, como quem persegue o fundamental.
De parar nas esplanadas só para misturar vozes e desejos.
De nos sentarmos debaixo das árvores e deixar que os pardais nos viessem comer à mão.
Tenho tantas saudades nossas.
De todos nós, os que por aqui estiveram e partiram sem novas. Dos outros que desapareceram numa voragem sem retorno, sabendo que outros caminhos surgiriam e que a vida não espera por ninguém e também dos que foram ficando, esperando que novos trilhos pudessem estar à sua espera.
Faltam-me esses dias de sol, mesmo quando grossas gotas de uma tempestade furiosa nos cobriam os cabelos de transparências que nunca quisemos perder.
Fico nostálgico quando me lembro das brincadeiras infantis e das outras. Dos abraços roubados a medo e de algumas fúrias seladas com lágrimas.
Das trocas de olhares em que nos confundíamos. Dos segredos partilhados com juras inconfessáveis.
Tenho saudades vossas.
Das imortalidades que sabíamos nunca conseguir, mas que jurávamos sem receios, sem temores, porque o mundo estava apenas no seu inicio e a estrada era tão longa que nunca lhe conheceríamos o fim.
Das voltas e reviravoltas inesperadas, dos momentos únicos que partilhámos todos os dias, mesmo quando os repetíamos (in)conscientemente.
Das espreitadelas cúmplices a decotes mais generosos. Dos beijos receosos, de uma mão atrevida que era devolvida com grande estrondo.
Penso até naqueles mais velhos que, graciosamente, nos davam conselhos que nós sabíamos não seguir e que hoje devolvemos com juros, porque nunca imaginámos que seríamos assim.
A nossa vida estava logo ao virar daquela esquina e parava no fim da outra rua.
Tenho saudades daqueles que ficaram, que não quiseram continuar ou que, simplesmente, não puderam.
Das fotografias que tirámos e que hoje guardamos em memórias sépia, que vão escurecendo até que por fim desaparecem.
Tenho muitas saudades. De todos vós e de mim também.
Quem me dera que aqui estivessem todos agora.
Quem me dera que eu ainda aqui estivesse …
Dos sorrisos sinceros e até dos amarelos.
De correr atrás dos autocarros, como quem persegue o fundamental.
De parar nas esplanadas só para misturar vozes e desejos.
De nos sentarmos debaixo das árvores e deixar que os pardais nos viessem comer à mão.
Tenho tantas saudades nossas.
De todos nós, os que por aqui estiveram e partiram sem novas. Dos outros que desapareceram numa voragem sem retorno, sabendo que outros caminhos surgiriam e que a vida não espera por ninguém e também dos que foram ficando, esperando que novos trilhos pudessem estar à sua espera.
Faltam-me esses dias de sol, mesmo quando grossas gotas de uma tempestade furiosa nos cobriam os cabelos de transparências que nunca quisemos perder.
Fico nostálgico quando me lembro das brincadeiras infantis e das outras. Dos abraços roubados a medo e de algumas fúrias seladas com lágrimas.
Das trocas de olhares em que nos confundíamos. Dos segredos partilhados com juras inconfessáveis.
Tenho saudades vossas.
Das imortalidades que sabíamos nunca conseguir, mas que jurávamos sem receios, sem temores, porque o mundo estava apenas no seu inicio e a estrada era tão longa que nunca lhe conheceríamos o fim.
Das voltas e reviravoltas inesperadas, dos momentos únicos que partilhámos todos os dias, mesmo quando os repetíamos (in)conscientemente.
Das espreitadelas cúmplices a decotes mais generosos. Dos beijos receosos, de uma mão atrevida que era devolvida com grande estrondo.
Penso até naqueles mais velhos que, graciosamente, nos davam conselhos que nós sabíamos não seguir e que hoje devolvemos com juros, porque nunca imaginámos que seríamos assim.
A nossa vida estava logo ao virar daquela esquina e parava no fim da outra rua.
Tenho saudades daqueles que ficaram, que não quiseram continuar ou que, simplesmente, não puderam.
Das fotografias que tirámos e que hoje guardamos em memórias sépia, que vão escurecendo até que por fim desaparecem.
Tenho muitas saudades. De todos vós e de mim também.
Quem me dera que aqui estivessem todos agora.
Quem me dera que eu ainda aqui estivesse …
terça-feira, 5 de abril de 2011
frases (imper)feitas (XVI)
Histórias de Coelhos
Olá (XV)
(...)
A corrente está diminuir de força, parece que o ribeiro está a parar. Percebo que não tenho muito tempo, embora não saiba quanto passou desde que aqui estou. Há um chamamento muito forte. Vou deixar-me ir. Sim, é por aqui que vou.
Mergulho!
Não parece água, não me sinto molhado, não me falta a respiração. É aconchegante, doce, confortável. Que sensação boa. Deixo-me ir, levado por esta corrente que me alimenta, me enche de desejos e de vida.
Parece um sonho, um delírio sem fim. É revigorante. Mesmo não sabendo onde estou, consigo afirmar que estou no melhor sítio que alguma vez conseguiria imaginar.
Na verdade, não vejo nada, não oiço nada, mas o que sinto ultrapassa todas essas necessidades, todas as vontades. Sinto-me cheio de força, sinto-me no principio, sei que a partir daqui tudo será novo e renovado. É isso, voltei, não sei onde e a quê mas é isso que sinto acima de tudo.
Volto!
Há uma luz ao fundo e sinto-me impelido a alcançá-la, embora aqui me sinta tão bem, sinto uma força tremenda que me leva em direcção à luz.
Não sei se o que mais quero é ficar aqui ou tomar o caminho da luz. Mas agora não me parece que tenha opção. É irreversível esta força que me leva em direcção à luz.
Deixo-me ir, mas com esforço, com alguma dor até, sinto uma irreprimível vontade de chorar…
…
- Parabéns! É um rapaz perfeito!
A corrente está diminuir de força, parece que o ribeiro está a parar. Percebo que não tenho muito tempo, embora não saiba quanto passou desde que aqui estou. Há um chamamento muito forte. Vou deixar-me ir. Sim, é por aqui que vou.
Mergulho!
Não parece água, não me sinto molhado, não me falta a respiração. É aconchegante, doce, confortável. Que sensação boa. Deixo-me ir, levado por esta corrente que me alimenta, me enche de desejos e de vida.
Parece um sonho, um delírio sem fim. É revigorante. Mesmo não sabendo onde estou, consigo afirmar que estou no melhor sítio que alguma vez conseguiria imaginar.
Na verdade, não vejo nada, não oiço nada, mas o que sinto ultrapassa todas essas necessidades, todas as vontades. Sinto-me cheio de força, sinto-me no principio, sei que a partir daqui tudo será novo e renovado. É isso, voltei, não sei onde e a quê mas é isso que sinto acima de tudo.
Volto!
Há uma luz ao fundo e sinto-me impelido a alcançá-la, embora aqui me sinta tão bem, sinto uma força tremenda que me leva em direcção à luz.
Não sei se o que mais quero é ficar aqui ou tomar o caminho da luz. Mas agora não me parece que tenha opção. É irreversível esta força que me leva em direcção à luz.
Deixo-me ir, mas com esforço, com alguma dor até, sinto uma irreprimível vontade de chorar…
…
- Parabéns! É um rapaz perfeito!
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Wall Street Journal e nós
Não precisamos dos americanos para sabermos isto, mas não deixa de ser triste a imagem (verdadeira) que temos lá fora. E, já agora, não creio que seja só o Sócrates a ter a culpa toda.
«(...)Portugal is the poorest country in Western Europe. It is also the least educated, and that has emerged as a painful liability in its gathering economic crisis. (...)»
«(...)Cheap rote labor that once sustained Portugal's textile industry has vanished to Asia. The former Eastern Bloc countries that joined the European Union en masse in 2004 offer lower wages and workers with more schooling. They have sucked skilled jobs away.
Just 28% of the Portuguese population between 25 and 64 has completed high school. The figure is 85% in Germany, 91% in the Czech Republic and 89% in the U.S.(...)»
Roberto
Hoje devia ser politicamente correcto e dar os parabéns aqueles tipos da cidade das francesinhas, dizer-lhes que, sim senhor mereceram e patati patatá, mas não me apetece pá, não me apetece mesmo nada.
Aliás vou ser exactamente ao contrário e dizer-lhes para meterem o campeonato no ..., de preferência no do Roberto!
Desculpem pá, mas um gajo não é de ferro e eu não gosto deles, por mais que tente, se bem que não tente nada!
Esperemos que lá mais para o fim do mês a noite de ontem seja, devidamente, rectificada!
Aliás vou ser exactamente ao contrário e dizer-lhes para meterem o campeonato no ..., de preferência no do Roberto!
Desculpem pá, mas um gajo não é de ferro e eu não gosto deles, por mais que tente, se bem que não tente nada!
Esperemos que lá mais para o fim do mês a noite de ontem seja, devidamente, rectificada!
sábado, 2 de abril de 2011
frases (imper)feitas (XIV)
Olá (XIV)
(...)
- Que me dizes tu ribeiro, que me queres mostrar?
- atenta-teeeeee…
- O quê? Que disseste? Falaste, eu sei, eu ouvi-te!
- atenta-teeeeee…
- Atento-me? Foi o que me disseste? O que quer isso dizer?
- …
- Diz-me, fala comigo.
- …
Não o oiço, não fala mais. Que quereria dizer. Na verdade não foi uma voz que ouvi, foi um ruído contínuo, escorrendo pelas suas águas. Mas que vejo eu? Há imagens no leito do ribeiro, luzes. Gente que se move. Gente que não reconheço, mas que me parece tão familiar. Tão longe que estão. Mas é sempre a mesma pessoa. Parece que atravessa toda a História da Humanidade. Vejo-a na antiguidade, como a vejo na idade das trevas, como a vejo no Renascimento, como a vou vendo mudar e, no entanto, ficar sempre a mesma. A mesma face, as mesmas mãos, a mesma voz, sim porque a consigo ouvir falar, diferentes linguagens, mas sempre a mesma voz. Vai passando em frente aos meus olhos, mudando e ficando sempre igual. O que quererá o ribeiro mostrar-me?
- O que é isto ribeiro? Quem são estas pessoas? Quem é esta pessoa que muda e se mantém a mesma?
As imagens estão a desaparecer. A ficar esparsas, difusas, a perder o som, o brilho, a cor, a vida que tão fortemente emanava delas. Não percebo ainda, mas sinto esta vontade irreprimível de saltar para o ribeiro, de lhe seguir as águas, de lhe acompanhar a corrente. Será isto uma opção? E se for a errada? Eles avisaram-me que depois de escolher não poderia voltar atrás. E eles ainda ali estão, esperando. Mas é muito forte este apelo, esta vontade, esta força que vem das águas. Todas as imagens que vi, embora desconhecidas, me eram familiares, como se as já tivesse presenciado, como soubesse quem eram aquelas pessoas que me mostravam, como se soubesse aquelas vidas. Não sei o que fazer.
- Diz-me ribeiro, é por aqui o meu caminho?
- …
- Que fazer ribeiro, seguir contigo, descobrir o mistério?
- …
- Não te ouço…
(...)
- Que me dizes tu ribeiro, que me queres mostrar?
- atenta-teeeeee…
- O quê? Que disseste? Falaste, eu sei, eu ouvi-te!
- atenta-teeeeee…
- Atento-me? Foi o que me disseste? O que quer isso dizer?
- …
- Diz-me, fala comigo.
- …
Não o oiço, não fala mais. Que quereria dizer. Na verdade não foi uma voz que ouvi, foi um ruído contínuo, escorrendo pelas suas águas. Mas que vejo eu? Há imagens no leito do ribeiro, luzes. Gente que se move. Gente que não reconheço, mas que me parece tão familiar. Tão longe que estão. Mas é sempre a mesma pessoa. Parece que atravessa toda a História da Humanidade. Vejo-a na antiguidade, como a vejo na idade das trevas, como a vejo no Renascimento, como a vou vendo mudar e, no entanto, ficar sempre a mesma. A mesma face, as mesmas mãos, a mesma voz, sim porque a consigo ouvir falar, diferentes linguagens, mas sempre a mesma voz. Vai passando em frente aos meus olhos, mudando e ficando sempre igual. O que quererá o ribeiro mostrar-me?
- O que é isto ribeiro? Quem são estas pessoas? Quem é esta pessoa que muda e se mantém a mesma?
As imagens estão a desaparecer. A ficar esparsas, difusas, a perder o som, o brilho, a cor, a vida que tão fortemente emanava delas. Não percebo ainda, mas sinto esta vontade irreprimível de saltar para o ribeiro, de lhe seguir as águas, de lhe acompanhar a corrente. Será isto uma opção? E se for a errada? Eles avisaram-me que depois de escolher não poderia voltar atrás. E eles ainda ali estão, esperando. Mas é muito forte este apelo, esta vontade, esta força que vem das águas. Todas as imagens que vi, embora desconhecidas, me eram familiares, como se as já tivesse presenciado, como soubesse quem eram aquelas pessoas que me mostravam, como se soubesse aquelas vidas. Não sei o que fazer.
- Diz-me ribeiro, é por aqui o meu caminho?
- …
- Que fazer ribeiro, seguir contigo, descobrir o mistério?
- …
- Não te ouço…
(...)
sexta-feira, 1 de abril de 2011
1 de Abril ?
Já corre célere a nova:
D.Afonso Henriques arrependeu-se!
Em declarações imprevistas, D. Afonso Henriques afirmou estar arrependido de ter batido na sua mãe. Crê mesmo que foi o maior erro que cometeu em toda a sua vida.
Desse modo resolveu renuciar ao Condado e ao que o futuro lhe poderá trazer. A partir deste momento a História de Portugal será alterada radicalmente!
Aguardamos, com impaciência, novos, e obrigatoriamente escaldantes, desenvolvimentos
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