Conheci o Henrique há três dias. Já conhecia a Ana, já tinha ouvido falar do Henrique, mas só o conheci há três dias. Num curso. De escrita. Criativa.
O Henrique gosta de escrever, por isso fez o curso. Mas o Henrique é de outras ciências, daquelas que nos dizem ser exactas, por muito pouco explícito que isso seja. Porque ser exacto é tudo o que alguém criativo deve ser. Acho que é isso que o Henrique quer ser. Exacto. Exactamente exacto.
Mesmo que se engane, mesmo que venha a descobrir que dois mais dois nem sempre são quatro, basta que lhe acrescentemos alguma imaginação, daquela exacta, exactamente exacta.
Hoje creio que o Henrique é mais exacto do que era há três dias atrás, porque hoje o Henrique talvez já tenha descoberto que ser criativo é saber somar sempre mais a uma qualquer adição. O que a torna mais exacta.
De qualquer maneira eu fiquei a conhecer o Henrique e a gostar do Henrique, até porque o Henrique, tal como eu, sabe que a acompanhar um prato de moules deve vir sempre uma cerveja, ou duas, ou três e isso é saber a resolução exacta dum problema.
E eu hoje também me senti somado, porque já conheço o Henrique e a Ana e o Fernando e a Rosário e o Joaquim e o Pedro. E esta sim é uma adição perfeita, exacta. Exactamente exacta.
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