sábado, 10 de outubro de 2009

histórias de Rosa Branca


XIV

À porta de sua casa a velha Efigénia olhava a correria que, naquela manhã, não parava em direcção à Praça.
Apesar de não se sentir surpreendida, Efigénia nunca vira nada assim. Recordou então os momentos em que Alberto Perestrelo lhe confidenciara que acontecimentos viriam que mudariam a face de Rosa Branca.
Na verdade nunca acreditara nas previsões do seu primo Alberto, embora sempre lhe adivinhasse uma convicção fora do vulgar.
Hoje Jordão tentava provar-lhe, a ela e a todos os outros, que o seu avô não era apenas um lunático sonhador.
Efigénia decidiu então sair. Fechou a porta de casa e contra o seu hábito de sempre, resolveu trancá-la.
Fez-se então ao caminho. Voltou as costas à Praça e dirigiu-se para a estrada que a levava para fora de Rosa Branca. Um leve sorriso assomou-se ao seu rosto. Ela sabia que a verdadeira proeza não iria acontecer na Praça.


(continuará)

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