quarta-feira, 30 de abril de 2008
terça-feira, 29 de abril de 2008
Pois sim, senhor ministro!
Tochas!
Gosta particular-mente de andar pelas ruas a divertir as pessoas que vão passando e que, invariavel-mente, param para o espreitar e vão ficando; admiradas primeiro e depois rendidas à sua excepcional capacidade para dizer, fazer, inventar situações que fazem rir, que obrigam a pensar, que distraem e ao mesmo tempo alegram! Faz isso um pouco por todo o mundo, sobretudo aquele onde esta arte está bem difundida e enraizada nos hábitos de cidades que gostam de animar as suas ruas. Que as fazem viver, que gostam de as percorrer! Onde as ruas são locais para usufruir!
Às vezes deixa a rua e leva-nos a alguma sala. Aí desmonta-nos com a sua alegria, com a sua insolência divertida, com a sua rápida e inimitável capacidade de improvisação, que faz de cada situação um momento único, irrepetível e muito saboroso. Agora anda por aí a dizer que talvez já tenha idade para ter juízo, não sei se terá, sei que me divirto muito com o que diz e faz e julgo que prefere continuar um outsider, porque assim é mais livre, mais ele, sem precisar de se assemelhar a felinos mal cheirosos ou a alemães decadentes. Ainda bem para ele e para nós!
Não ganhes juízo Pedro! Nunca!
segunda-feira, 28 de abril de 2008
A cantiga (também) é uma arma...
Para ele tudo será sinónimo de inquietação. Uma inquietação de nervoso miudinho, que não lhe dá sossego, que o mantém activo, que não lhe traz descanso, como, decerto, é próprio de uma verdadeira inquietação.
É um homem que admiro, não por ser coerente, não sou daqueles que crêem ser a coerência um valor intrinsecamente positivo. Um assassino coerente, continuará sempre a matar! Alguém que consiga evoluir nos seus pensamentos e acções será, com certeza, mais perfeitamente coerente com um projecto de vida mais sólido.
Admiro-o pela sua raiva incontida, pelas palavras duras e certeiras, pela música quase ríspida, incomodativa, que nos vai fazendo ouvir. Pela sua postura de cenho franzido, de cara fechada que, no entanto, se ilumina com a força das suas razões.
Parece-me que é um desassossegado, também um desassombrado, alguém que não acalentará muita esperança, mas que não perde, nunca, os seus objectivos.
Fez da cantiga uma arma, da inquietação um modo de vida. Veio de longe, de muito longe e sabe que o caminho é longo, muito longo e, tenho cá uma impressão que, apesar de tudo, a força não lhe irá faltar.
Um novo (velho) Tintin???
Em 2053 poderá haver um novo álbum de Tintin!!!
Pelo menos é essa a ideia de Lewis Trondheim (que terá 89 anos nessa altura!?!?!). Este senhor inspirado pelo que diz Hervé Lehman, advogado parisiense, já terá começado a preparar a obra!
Apesar de, em 2053, já terem passado 70 anos após a morte de Hergé, apesar de, legalmente, até poder ser possível (?), Tintin é de Hergé e Hergé de Tintin, assim como de todos nós, os que preservamos a obra e o seu autor!
A liberdade passou por aqui!
Em 1974 acreditámos todos. Até eu, que vivia há pouco mais de uma década, acreditei.
Acreditei numa alegria sincera que vi à solta nas ruas.
Acreditei nas cantigas que se cantavam por todo o lado, nas manifestações espontâneas que a toda a hora se soltavam.
Acreditei que o mundo era bom, que as pessoas podiam ser felizes, que o mundo era nosso e que o podíamos usar com um sorriso aberto e sincero.
Acreditei eu, que era uma criança, como acreditaram os outros que tinham muitos mais anos de esperança e (des)ilusões.
Durante dias, semanas, meses até, a liberdade andou à solta. Viveu em cada um dos que nela acreditaram, sem peias, sem reservas.
Mas outros houve que não a viram, que não a souberam viver de forma espontânea, real, verdadeira.
Outros houve que começaram, imediatamente, conjuras maquiavelicamente encapotadas.
Outros houve que juraram roubar aquela felicidade que Abril nos mostrou.
E, o pior de tudo, é que conseguiram!
quinta-feira, 24 de abril de 2008
O verdadeiro capitão
A poesia que vai faltando...
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Literatura imortal
Grão a grão...
Da Agência Lusa:
«A ministra da Educação considerou hoje que casos como o da agressão de uma aluna de 11 anos a uma professora numa escola do Barreiro são "dramáticos", mas "isolados", não representando o comportamento da generalidade dos alunos.»
Todos estes casos são, obviamente, isolados!!! Até se transformarem em batalhas campais!!!
consistência dos sonhos
Chama-se consistência dos sonhos, é uma exposição que evoca Saramago. Parece que lhe trata da escrita e da vida, pontuada com fotografias, documentos inéditos ou já conhecidos, momentos de criação solitária ou de consagração (quase) ecuménica.
Mostra-nos, provavelmente, uma iconografia vaidosa, ou valiosa, de uma das mais aclamadas mãos literárias.
Chama-se consistência dos sonhos, deverá evocar uma vida que, inevitavelmente, se vai aproximando do fim. Parece que não é uma homenagem, parece que é, tão só, uma mostra de sítios, memórias, imagens, papeis, símbolos, ideias que um escritor foi coleccionando através dos seus tempos.
Chama-se consistência dos sonhos, vai mostrar-nos a nós, simples mortais, como se constrói a imortalidade, como se consegue ultrapassar a mais comum lei da física, como se transformam as letras e a suas formas palavrosas, em instantes de sabedoria, em lúcidos momentos de êxtase, em harmonias vivas e actuantes.
Chama-se consistência dos sonhos e celebra igualmente o prémio mais apetecido, o único conquistado pela nossa língua. Um prémio que vale o que valerá, mas que vale muito!
Chama-se consistência dos sonhos e cria-nos uma nova forma de nos alegrarmos com uma obra incomum, de nos voltarmos a lembrar de livros que nos acompanham, de continuar a esperar por outros novos.
Chama-se consistência dos sonhos e fala-nos de alguém que pensa por si, que diz o que pensa, que foi quem foi, que polemizou, que errou, que se baixou e levantou, que nos irritou e alegrou, fala-nos de um homem afinal, mas sobretudo de uma escrita, que fica, que ficará, que importa ler e reler, compreendê-la é também compreender o seu autor e saber, afinal, porque valeu a pena gostar dela e, porventura, dele.
Chama-se consistência dos sonhos e está a parecer-me que os sonhos consistentes são exactamente aqueles que não precisam de consistência terrena, aqueles que verdadeiramente deixamos voar à boleia de um vento bonançoso, qual Passarola Voadora!
Dia Mundial do Livro
Nos nossos dias escrever tornou-se um acto (quase) banal. Tal como ler.
Com o advento da cultura de massas, o saber ler e escrever tornou-se uma ferramenta indispensável para a vida quotidiana e, digo eu, ainda bem.
Mas, como acontece em todos os dominios, saber ler e, sobretudo, saber escrever é (ou deveria ser) muito mais que isso.
Apesar do número de analfabetos se estar a reduzir fortemente, acontece um fenómeno que tende a banalizar-se sem que (quase) ninguém se aperceba ou queira aperceber-se. Trata-se de uma nova forma de analfabetismo literato, ou seja, aquele que passa por saber juntar as letras, formar as palavras, mas não perceber o seu significado. Não alcançar para além do mero formalismo, não ter a capacidade para ver além do imediato, no fundo não saber ler!
O mesmo se passa com a escrita. Todos os dias saem novos livros. Qualquer um se julga escritor, qualquer um se atreve a um estatuto que, deveras, só pertence a alguns.
Não lê quem quer, muito menos, não escreve quem quer. Há que haver disponibilidade, capacidade, humildade e sobretudo vontade e saber.
Neste Dia Mundial do Livro, louvemos, simplesmente, os escritores que escrevem, que acrescentam! Louvemos, naturalmente, os leitores que os acolhem e lhes dão vida!
Leiamos pois, os livros que nos encantam, aqueles que têm as letras que se movimentam, que vivem, que formam imagens, sons e cheiros. Os livros que nos elevam, enquanto escritores e leitores, os que têm alma e nos concedem desejos. Os livros que vivem para além do tempo, que nos engrandecem para além do espaço. Os livros que vivem no papel, mas, sobretudo, dentro de cada um de nós!
terça-feira, 22 de abril de 2008
Justiça Social
Segundo as notícias mais recentes, no último ano cerca de 16 000 pessoas, em Portugal, solicitaram apoio à AMI no sentido de lhe serem concedidos bem alimentares de primeira necessidade.
As mesmas notícias dizem-nos que, no mesmo período de tempo, pouco mais de 60 pessoas, em Portugal, foram presenteadas pelo Estado com reformas superiores a 4000 € mensais.
Nada melhor para acalmar as consciências bem pensantes , que esta notável justiça social!?!?!
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Da utilidade dos conselhos
“Se querem saber…”
“Cá por mim…”
“Se fosse eu…”
“Eu acho que…”
Aconselhar! Esta é uma espécie de desporto nacional. Parece haver uma necessidade inata de dar uma opinião sobre, de aprestar um conselho acerca de, de indicar soluções para, de mostrar caminhos por onde!
Nunca há a preocupação em saber se o conselho é bem-vindo, necessário, útil. Capaz de ultrapassar a simples regurgitação de lugares comuns, de ideias feitas, de palavras ocas!
A sagacidade de um conselho não se mede pelas palavras ditas, mas antes pela oportunidade de calar uma torrente de opiniões descontínuas e vazias. A partilha de certezas não se pode medir pela quantidade de conselhos, mas antes por uma atitude certeira que pode, até, passar, pelo silêncio.
Dizia Saramago numa entrevista muito recente: “Não preciso de conselhos. E não mos dêem porque me irritam…”
Um conselho só deve ser dito quando é pedido, expressamente solicitado, devidamente perguntado.
Um conselho deve ser uma porta aberta para uma solução, até aí, desconhecida, não pode ser um descarregar de dúvidas próprias. Por isso entendo quem não quer conselhos, quem prefere bater contra uma parede de moto próprio em vez de ser empurrado. Nada é melhor do que experenciar as situações, será esse, talvez, o melhor conselho que se pode obter, porque será esse que conduz à inevitabilidade do caminho a percorrer, aquele que será o escolhido por não haver outro.
Eu acho que… se fosse eu… cá por mim … se querem saber…
só sei que nada sei!
sexta-feira, 18 de abril de 2008
El Juego del Angel
Carlos Ruiz Zafón lançou esta semana em Barcelona o seu novo livro, "El Juego del Angel". Este livro, diz-nos o autor, será o primeiro de uma tetralogia que tem como ponto de partida o cemitério de livros que nos foi apresentado na Sombra do Vento, Zafón adverte,no entanto, que este não será uma sequela, nem tão pouco uma prequela, do livro anterior.
A mim basta-me que os ambientes, a escrita e o prazer que a Sombra me ofereceu, sejam continuados e ampliados aqui.
Começa assim:
«Un escritor nunca olvida la primera vez que acepta unas monedas o un elogio a cambio de una historia (...) Un escritor está condenado a recordar ese momento, porque para entonces ya está perdido y su alma no tiene precio»
A escrita livre!
Confesso que ainda não sei muito bem em que vai consistir este novo acordo ortográfico. Confesso, também, que me chateia um pouco que me ponham novas regras na maneira de escrever, pelo menos agora, que já estou tão habituado à que tenho.
Confesso igualmente que este acordo me parece ser perfeitamente inútil.
A língua é dinâmica, viva, reinventada a cada dia que passa. Mexe-se e solta-se, dá reviravoltas, piruetas e volta a acalmar. Mas nunca pára, nunca fica por fazer, não é muda!
A forma como é escrita, se bem que se compreenda a necessidade de regras, deve ser, igualmente, criativa, dinâmica, prova evidente que está viva e que se move.
Esta nossa língua é antiga, cresceu, mudou-se, viajou muito e, normalmente, estendeu-se por muitos ramos, subiu por muitas folhas, algumas caíram, outras voaram, outras mantêm-se viçosas.
Esta minha língua é a mesma que falam D. Dinis, Camões, Vieira, Garret, Eça, Pessoa, Jorge Amado, João Ubaldo Ribeiro, Vinicius de Moraes, Saramago, Pepetela, Cardoso Pires, Luandino Vieira, Lobo Antunes, Mia Couto e nunca nenhum deles, e de tantos outros, a escreveram de forma igual.
Por mim, deixava-a estar como está. A regra mínima, a criatividade toda!
A minha língua é a minha Pátria, a forma como a escrevo é a minha Liberdade.
E eu, já agora, prefiro uma Pátria Livre!
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Futebol nosso de cada dia...
Quase todos nós, para não chegar ao extremo de dizer todos nós, temos uma filiação clubista. Mesmo os que a negam, lá no fundo têm uma maior simpatia por este ou aquele clube desportivo. Pode ser por convicção acérrima, por tradição familiar, ou outra, por necessidade de pertença a um clã, por motivações regionais ou locais, ou apenas meramente desportivas.
É também verdade que, no mundo actual, mediaticamente organizado, a informação, ou desinformação, faz com que as noticias possam ser manipuladas de acordo com interesses maiores ou menores, com intuitos meramente informativos ou, maquiavelicamente, formativos.
O que me deixa, no entanto, abismado é que, neste nosso país, onde aquilo que importa verdadeiramente ao quotidiano das pessoas, é, amiúde, deixado para algum rodapé jornalístico, a edição de um jornal televisivo, o Primeiro Jornal na SIC, passe vinte minutes (20) a dissecar um jogo de futebol como noticia de abertura!!!! VINTE minutos!!! Com um jogo de futebol!?!? Não há mais nada de interessante neste país? Neste mundo?
É um mero jogo de futebol que interessa, verdadeiramente, às pessoas? É um jogo de futebol que lhes trará novas relevantes? É um jogo de futebol que decidirá as suas vidas?
Possivelmente até é! Possivelmente eu é que estou enganado!
(Já agora, eu sou do Benfica e, é claro, não fiquei satisfeito com o resultado de ontem!)
quarta-feira, 16 de abril de 2008
O fim de uma certa Lisboa
Há pouco no Público on line:
«Morreu Pedro Bandeira Freire, fundador do cinema Quarteto
Pedro Bandeira Freire, fundador do cinema Quarteto, morreu hoje, com 68 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa(...).»
Pouco tempo depois do seu (e nosso) cinema ter desaparecido, eis que o seu criador se vai igualmente. Uma certa Lisboa vai desaparecendo também, triste e inapelavelmente...
Banda Sonora (16)
Nome: Ocean Rain (Ocean Rain)
Autor: Echo & The Bunnymen
Ano: 1984
Acrescento apenas que este grupo foi considerado pelos leitores da Rolling Stone, como a melhor banda dos anos 80 (corrente new wave), seguida pelos New Order e Talking Heads. Esta eleição tem o valor que tem, mas não deve andar muito longe da verdade!
Charlot
Achei curioso que nas efemérides de hoje saltasse, igualmente, mais uma referência aos primórdios do cinema. Na sequência do post anterior, venho agora comemorar o nascimento daquele que foi, muito provavelmente, o mais emblemático actor e cineasta do cinema mudo, Charles Chaplin e o seu vagabundo errante Charlot!
Faria hoje 119 anos! E o cinema não seria o mesmo sem a sua mestria!
Museu do Cinema
Dizem-nos a efemérides do dia, que António Lopes Ribeiro nasceu há 100 anos.
Há quem o considere como o grande cineasta do século XX português. Há quem lhe gabe a qualidade cinematográfica e o extremo conhecimento sobre filmes que detinha e que gostava de difundir.
Foi um dos grandes defensores do Estado Novo, que ajudou a cristalizar em filmes como, por exemplo, A Revolução de Maio. Lembro-me que, já depois do 25 de Abril, aderiu a um daqueles breves partidos de extrema direita, pelo qual ainda fez campanhas eleitorais.
Quanto a mim, a mais presente memória que dele guardo, chama-se Museu do Cinema, um programa de televisão onde passava aqueles filmes antigos, mudos, cuja projecção era acompanhada pelo piano do António Melo. Divertia-me imenso a ver aquelas fitas, do Charlot, do Max Linder, do Buster Keaton, do Melies.
E nunca mais me esqueci do final de cada programa, em que, finalmente, víamos a cara do Melo, quando este se virava para a câmara após a frase, sempre repetida, do Lopes Ribeiro: “ ó Melo diz boa noite aos senhores espectadores!”
terça-feira, 15 de abril de 2008
O que escrever?
Às vezes tenho tanta coisa para dizer que embatuco. Fico sem palavras, não as sei organizar, colocar em sintonia, em cadência lógica, perceptíveis, legíveis.
O cérebro corre, de facto, muito mais rápido que os dedos. Num repente o pensamento que se quer anotar já fugiu. Célere como um foguete, mais fugaz que o queimar de um fósforo. E depois a ideia desvanece-se. Mil gotas de um pensamento que se diluem, evaporam-se num brevíssimo instante. Formam-se nuvens naquele sítio onde as palavras corriam incessantemente e depois, depois já não as consigo retomar e perdem-se.
Provavelmente não eram nada importantes, a sua relevância era mínima ou nula, mas, de qualquer forma, é sempre um pouco frustrante querer vestir de palavras um pensamento que teima em fugir.
Por aqui fico então, sem mais saber o que escrever. No entanto, vejo agora, consegui escrever sem nada dizer, o que, não sendo relevante ou importante, não deixa de ser recompensador.
Afinal uma não ideia também serve para escrever!
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Dias Fantásticos
O dia estava a ser fantástico, disse-me ela com um sorriso lindo, já depois de saber que tinha um dói-dói grande. O dia foi fantástico, mesmo tendo passado uma grande parte dele no seu quarto, a ler.
Ele não me disse que o dia tinha sido fantástico, mas lia-se nos seus olhos que estava contente, que tinha corrido e saltado, jogado à bola e procurado os bichos da natureza por entre as ervas.
Os dias fantásticos são assim, sem as luzes da ribalta, mas com as luzes das estrelas que lhes brilham nos olhos. São assim, aparentemente simples, mas com uma grandiosidade que não lhes cabe na alma. Breves, mas imensos no seu significado. Enormes nesta contabilidade fugaz do dia-a-dia.
Dias fantásticos são estes em que lhes conseguimos arrancar sorrisos e gargalhadas lá do fundo e nos sentimos recompensados por podermos ESTAR com eles!
Mais do mesmo...
Outra vez o inenarrável Alberto João:
«Alberto João Jardim disse ontem concordar que não se realize uma sessão solene com os deputados na visita de Cavaco Silva à região autónoma, porque daria "uma péssima imagem da Madeira mostrar o bando de loucos que está dentro da Assembleia Legislativa Regional". Como, referiu "O fascista do PND, o padre Egdar (do PCP) e aqueles tipos do PS".
"Era dar uma imagem péssima da Madeira e ia ter repercussões negativas no Turismo e na própria qualidade do Ambiente" (…) o líder do PSD/Madeira disse ainda sentir vergonha dos seus opositores "Eu tenho vergonha, eu não apresento aquela gente a ninguém".» (in J.N. de hoje)
Mas este senhor não tem espelhos em casa? Não tem a noção do ridículo? Não tem lugar num qualquer Júlio de Matos?
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Toca a limpar!
Das noticias:
«Fazer lida da casa ajuda a promover a saúde mental
Estudo da University College of London diz que ajuda a reduzir o stress e a melhorar o humor.
Fazer a lida da casa durante 20 minutos seguidos por semana é o suficiente para reduzir o stress e melhorar o humor, sugere um estudo publicado ontem na revista científica "British Journal of Sports Medicine"»
Assim uma espécie de psico-ginásio-stand up comedy-faxina!
Só vantagens!!!
Da imortalidade da literatura
A mim, a palavra best seller, quando aplicada a um livro, causa-me arrepios!
Porque desconfio, no imediato, que estamos perante tudo, menos literatura. Aliás, é lamentável ter esta opinião, mas quando um livro se vende como cerejas, é porque a sua qualidade literária não é elevada. Simplesmente porque, e também é lamentável dizer isto, a qualidade de leitores que temos também não é elevada. Diga-se que estou a falar do caso concreto de Portugal, embora isto deva acontecer, igualmente, por esse mundo fora.
A verdade (se é que tal coisa existe) é que, sobretudo nos últimos anos, qualquer pós-alfabetizado pode, se assim desejar, escrever um livro com uma enorme possibilidade de ser editado. Isto se o senhor (ou senhora) for jogador, treinador, ou massagista de algum clube de futebol. Ou se aparecer na televisão, naqueles inúmeros programas que exigem não mais que uma carinha bonita, umas pernas bem torneadas, ou uma atitude aberrativa, qualquer que ela seja.
Como afirma Nélson de Matos, conhecido e experimentado editor: «(...)Hoje os editores nem sequer lêem os textos. Na maior parte dos casos, o título publica-se porque o autor tem um programa de televisão, é jornalista, é político, é tudo menos escritor.(...)»
Ou seja, nos nossos dias, escrever e vender livros é igual a plantar e vender tomates. Venda a retalho sem o mínimo de respeito pela palavra que deve presidir a esse acto nobre que é a escrita e, igualmente, sem respeito pelo leitor sério, aquele que tem prazer na leitura, aquele que anota o que lê, aquele que respira a palavra!
Mais livros à venda não é, nunca será, sinónimo de maior cultura, mais e melhor educação. É tão somente resultado de uma politica imediatista, oportunista e fugaz, decididamente mortal, quando, ao contrário, a verdadeira literatura é, evidentemente, imortal!
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