Gosto de ouvir o som das palavras quando as leio, de lhes
perceber todas as nuances, as voltas e reviravoltas, os saltos em frente ou a
sua discrição quando se escondem atrás umas das outras.
Também gosto de histórias, de como as palavras se vão
juntando e oferecem imagens, sons, desenhos e alma, quando se prendem naquela
sucessão imparável de sensações boas, daquelas que só uma história emocionante,
ou intrigante, ou apenas bonita, conseguem ofertar.
Gosto, sobretudo, das surpresas, quando as palavras se unem
e dão coisas com que nunca sonhei, mesmo que não formem, aparentemente,
histórias, mesmo que o seu sentido não seja, à primeira vista, linear, mesmo
que seja necessário fechar os olhos e ler, apenas, com a emoção.
Gosto dessas frases com que nunca sonhei, que nunca vi, mas
que me abrem caminhos novos, porque são assim as boas descobertas, as
verdadeiras, direi, as únicas, porque desse modo não são só histórias, por
muito bonitas, interessantes, intrigantes que sejam; não são apenas relatos; assim
não são só informações, por muito relevantes, precisas, importantes que se
transmitem.
Assim são vidas novas que são dadas sem esperar retorno,
apenas aquele que a sua insubstituível beleza deixa desprender.
Gosto dessas palavras que formam essas frases e que compõem
esses livros. Aqueles que estão para além do tangível, os que entram e nunca
mais saem.
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