quinta-feira, 19 de abril de 2012

O som das palavras


Gosto de ouvir o som das palavras quando as leio, de lhes perceber todas as nuances, as voltas e reviravoltas, os saltos em frente ou a sua discrição quando se escondem atrás umas das outras.

Também gosto de histórias, de como as palavras se vão juntando e oferecem imagens, sons, desenhos e alma, quando se prendem naquela sucessão imparável de sensações boas, daquelas que só uma história emocionante, ou intrigante, ou apenas bonita, conseguem ofertar.

Gosto, sobretudo, das surpresas, quando as palavras se unem e dão coisas com que nunca sonhei, mesmo que não formem, aparentemente, histórias, mesmo que o seu sentido não seja, à primeira vista, linear, mesmo que seja necessário fechar os olhos e ler, apenas, com a emoção.

Gosto dessas frases com que nunca sonhei, que nunca vi, mas que me abrem caminhos novos, porque são assim as boas descobertas, as verdadeiras, direi, as únicas, porque desse modo não são só histórias, por muito bonitas, interessantes, intrigantes que sejam; não são apenas relatos; assim não são só informações, por muito relevantes, precisas, importantes que se transmitem.

Assim são vidas novas que são dadas sem esperar retorno, apenas aquele que a sua insubstituível beleza deixa desprender.

Gosto dessas palavras que formam essas frases e que compõem esses livros. Aqueles que estão para além do tangível, os que entram e nunca mais saem.

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