quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Pressas
Quando a porta se abriu verificou que o elevador estava cheio.
Que chatice, pensou, é sempre quando temos mais pressa que o atraso se impõe.
Não encontrando outra alternativa, desceu os 15 andares numa corrida desenfreada pelas escadas.
Quando chegou á porta da rua ouviu um choro de bebé e exasperou-se quando percebeu que o carrinho de onde provinha o choro estava preso na porta impedindo entradas e saídas.
Por vezes há uma espécie de desespero que ilumina as ideias e foi isso que lhe aconteceu, subiu ao primeiro andar e da janela do patamar saltou para a rua.
Começou então uma corrida de alta velocidade pela avenida. O tráfego era intenso, quer de veículos, quer de pessoas e ele ziguezagueou por entre os transeuntes, fazendo gincanas impossíveis, atravessando a estrada por entre os carros que não o viam. Até que percebeu o barulho ensurdecedor de uma moto e, no último instante, conseguiu evitá-la, ela que circulava por entre os automóveis que, entretanto, formavam uma fila interminável, parados perante o vermelho de vários semáforos avariados.
Refeito do susto, viu que várias viaturas da polícia tapavam a passagem lá mais à frente e, com um enorme suspiro resignado, percebeu que não conseguiria chegar ao seu destino a horas.
Foi então que olhou para o lado, para o café que estava à sua direita e viu que, lá dentro, o aparelho de televisão estava ligado.
Com um enorme sorriso a bailar-lhe nos olhos, franqueou a porta, sentou-se na primeira cadeira e pediu uma cerveja, ao mesmo tempo que o árbitro apitava para o inicio do encontro.
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1 comentário:
Era um jogo do Glorioso, de certeza...
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